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novembro 3, 2009
Galpões da Barra Funda atraem novas galerias na cidade por Mario Gioia e Sílas Martí, Folha de S. Paulo
Matéria de Mario Gioia e Sílas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo, em 30 de outubro de 2009
Os amplos galpões fabris ainda disponíveis na Barra Funda têm atraído os galeristas pelo espaço generoso e pela possibilidade de reeditar em São Paulo algo próximo da configuração urbana do Chelsea, o bairro nova-iorquino das artes plásticas.
"A Barra Funda é o futuro das artes na cidade. Todos deveriam vir para cá", avalia Maria Baró, que vai instalar sua nova galeria na rua Barra Funda. "A vinda do galpão da Fortes Vilaça para cá foi um estímulo."
Ao estabelecer um braço da Fortes Vilaça em um galpão de 1.5002 na Barra Funda, Márcia Fortes quis criar algo parecido com o Chelsea, em Nova York, onde público e colecionadores caminham alguns metros e podem ver acervos e mostras das principais galerias da cidade.
"Vagou um galpão do lado do meu e eu liguei para todos os amigos", diz Fortes. "Estão chamando ali de Baixo Pinacoteca, virou um novo circuito."
André Millan, dono da Millan --outra importante galeria no circuito, representando nomes como Tunga e Miguel Rio Branco--, pensa em abrir um novo espaço na Barra Funda.
"Tenho muita vontade de abrir um novo espaço lá. Mas ainda é um projeto. Facilitaria a vida de todo mundo", afirma.
Mas é uma ideia que ainda esbarra em resistências. "Não quero ir para lá. Vou até a casa do cacete para ver um quadro?", dispara Fabio Cimino, que abrirá a Zíper nos Jardins. "O artista tem de ir onde o mercado está. Não tem de parecer com o Chelsea, tem de parecer com o que a gente é."
"Eu queria aumentar aqui, mas desisti. Estou encalacrada nos Jardins", diz a veterana Luisa Strina. "Se você tem um projeto bom, as pessoas vão, não importa onde seja."