|
agosto 31, 2009
Mostra "Sinais de Fumaça" aborda circulação de objetos do cotidiano, Folha de S. Paulo
Matéria originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo, em 31 de agosto de 2009.
Exposição no Centro Cultural São Paulo usa itens como cópias xerox e postais
Cartões telefônicos prontos para o uso, mas desprovidos de inscrições publicitárias. Papéis de embrulho que podem ser levados para casa. Cópias xerox e cartas de baralho.
Objetos artísticos pouco usuais como esses são a marca de "Sinais de Fumaça", exposição coletiva que ocupa o Centro Cultural São Paulo.
Parte da programação do Ano da França no Brasil, "Sinais..." investe na arte precária e de duração efêmera.
Cerca de 200 peças pertencem ao Cnae (Centro Nacional da Estampa e da Arte Impressa), instituição francesa que abriga livros de artistas, cartazes, folhetos e uma infinidade de peças feitas em suportes que, em geral, não são idealizados para objetos artísticos (como cartões postais, cópias xerox e cartas de baralho).
"Tentamos fazer uma colagem, unindo os objetos vindos da França e as obras desse gênero que fazem parte dos nossos acervos", explica Fernanda Albuquerque, 31, uma das curadoras da mostra, que conta com 50 trabalhos do CCSP.
Jovens artistas também fizeram peças especialmente para "Sinais...", como o paulistano radicado no Rio Cadu, 31, que espalhou cartões telefônicos prontos para o uso e sem logotipos pelo espaço expositivo.
"É um ação pequena, que tem a ver com a circulação pretendida na exposição", conta ele, participante da próxima Bienal do Mercosul, que começa em outubro, em Porto Alegre.
Outros deslocamentos são pretendidos por artistas, como a paulistana Ana Luiza Dias Batista, que fez com papel de embrulho uma grande bobina ilustrada. Pedaços podem ser recortados e levados pelo público.
Artistas veteranos, como Alex Flemming, Amelia Toledo e Hudinilson Jr., também têm obras na mostra.
(Mario Gioia)