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outubro 27, 2008
Temas modernos, com ecos do Brasil, por Carol Kino, The New York Times
Temas modernos, com ecos do Brasil
Matéria de Carol Kino, originalmente publicada no The New York Times no dia 24 de outubro de 2008
Num espaço expositivo aos fundos da Galeria James Cohan em Chelsea (NY), a artista brasileira Beatriz Milhazes parece uma rigorosa construtivista enquanto fala sobre suas quatro últimas pinturas, apoiadas nas paredes.
"Esta é baseada em quadrados, como uma grade", ela diz, apontando para "Mulatinho", cujos blocos de cor são delimitados por pontos, listras estriadas, ornamentos estampados, flores estilizadas e uma fruta delineada cuidadosamente.
Mr. Cohan, seu marchand, que acabara de entrar na sala, começou a rir. "Você e Mondrian", disse.
Ainda que Milhazes nitidamente se considere uma abstracionista geométrica, estas dificilmente seriam as primeiras palavras a vir à mente para definir seu trabalho, com base no que se pode ver na presente individual.
Quadrados podem surgir amarrados a linhas ou pontos, círculos quase sempre se transformam em alvos espocando aos olhos e tudo está impregnado da cultura multifacetada de sua cidade de origem, o Rio de Janeiro. Há arabescos, rosas e desenhos tomados de empréstimo do Barroco, da arte colonial ou da arte popular brasileira; flores e plantas inspiradas no Jardim Botânico, que fica próximo ao seu estúdio; e grossas listras onduladas - um aceno à inspiração da Op Art que levou Burle Marx a criar, em 1970, o mosaico do calçadão da Praia de Copacabana.
Ainda assim, Beatriz Milhazes afirma que suas composições são essencialmente geométricas. "Às vezes, eu coloco o quadrado atrás", ela diz, referindo-se ao ponto de partida da pintura, "e desenvolvo as coisas por cima deles. Os quadrados possivelmente somem, mas eles ainda são uma referência para mim quando penso na composição. E eu sempre fui muito fiel às minhas idéias".
Leia a matéria completa no sítio do The New York Times.