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janeiro 22, 2008
Museu sueco recebe produção carioca, por Gabriela Longman, Folha de São Paulo
Museu sueco recebe produção carioca
Matéria de Gabriela Longman, originalmente publicada na Folha de São Paulo no dia 22 de janeiro de 2008
Exposição reúne obras de Sergio Camargo, Ivan Serpa e outros artistas que marcaram a cena cultural do Rio de 1956 a 1964
Com curadoria de Paulo Venancio Filho, mostra em Estocolmo inclui referências ao cinema novo, à arquitetura e à música do período
O Rio de Janeiro aportou na Suécia. Desde o último sábado, uma exposição no Moderna Museet, em Estocolmo, apresenta a produção carioca entre os anos de 1956 e 1964, levando ao público escandinavo obras de artistas como Sergio Camargo, Milton Dacosta, Ivan Serpa, Franz Weissman e Amilcar de Castro, entre outros nomes que marcaram o cenário cultural da cidade no auge de sua modernização promissora.
Com curadoria de Paulo Venancio Filho, a mostra "Time and Place - Rio de Janeiro 1956-1964", que fica em cartaz até o dia 6 de abril, reúne cerca de 60 obras -entre pinturas, esculturas, fotos, croquis, pinturas e pôsteres- agrupadas em três salas.
"Procurei levar outros nomes além de Hélio [Oiticica] e Lygia [Clark], que já estão mais do que difundidos no cenário internacional", afirma o curador à Folha, por telefone. "E devo dizer que o público sueco mostrou-se bastante entusiasmado com o resultado."
Além da produção plástica, a mostra inclui referências ao cinema novo, à arquitetura moderna e à música do período. Estão lá, por exemplo, uma réplica da Casa das Canoas e alguns desenhos de Oscar Niemeyer, assim como móveis de Sergio Rodrigues, os biscoitos Piraquê e o pôster do filme "Terra em Transe" -apesar de o longa de Glauber Rocha ter sido lançado em 1967 e, assim, estar fora do período coberto pela exposição, o curador achou por bem acresentar a obra à seleção.
"No fundo, trata-se de desfazer aquela imagem já cansada do Brasil folclórico do Carnaval... Nesse sentido, ainda existe muito trabalho a ser feito", diz Venancio.
Fugindo da ordenação cronológica, as obras foram agrupadas de forma a ressaltar o diálogo entre os diferentes suportes (fotografia, escultura e assim por diante) no período.
"A idéia foi apontar como cada artista tinha uma espécie de sotaque particular dentro daquele momento comum."
Nesse sentido, parecem emblemáticas duas imagens que integram a exposição: Hélio Oiticica ao lado de Glauber Rocha, e também o poeta e crítico Ferreira Gullar junto com Hélio e Lygia Clark (veja ao lado).
A programação paralela prevê exibições de filmes e palestras com pesquisadores da Universidade de Estocolmo. Entre os temas de conferência, está, por exemplo, Gilberto Mendes e a música concreta.
Por enquanto, não existe previsão de itinerância da exposição.
Evento triplo
A mostra faz parte do projeto "Time and Place", criado pelo museu para a comemoração de seus 50 anos de inauguração. Previstas para o segundo semestre de 2008, mostras sobre os panoramas artístico-culturais de Milão/Turim e Los Angeles no mesmo período completam projeto.
"O Moderna Museet criou sua identidade com um pé em Nova York e outro em Paris. E, por muitos anos, ficou parecendo que a arte era guiada inteiramente por estas duas cidades. Olhando de longe, no entanto, fica óbvio que certos "bolsões culturais" estavam pipocando em outros lugares, com projetos artísticos inteiramente radicais", diz o texto de apresentação do evento. "A idéia é explorar o momento de criação do museu a partir de uma perspectiva internacional."
Parabéns ao Paulo Venâncio Filho pela iniciativa!!!!!!!!
Posted by: Sandra Schechtman at janeiro 28, 2008 10:50 PMParabéns Paulo Venâncio, por estar indo para a Europa com a arte brasileira.