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janeiro 18, 2008
Islandesa explora espaço da Leme, por Mario Gioia, Folha de São Paulo
Islandesa explora espaço da Leme
Matéria de Mario Gioia, originalmente publicada na Folha de São Paulo, no dia 18 de janeiro de 2008
Katrin Sigurdardóttir cria instalação de 6 metros de altura para galeria; aquarelas também são exibidas
Explorar o edifício de concreto desenhado por Paulo Mendes da Rocha foi mais um desafio espacial para a artista islandesa Katrin Sigurdardóttir, 40. Na galeria Leme, projeto do famoso arquiteto em São Paulo, ela apresenta sua primeira exposição individual na cidade, "Coulisse", que tem como centro uma grande instalação, de 6 m de altura.
Sigurdardóttir dialoga com a arquitetura, mas também com elementos cenográficos, e discute conceitos como a escala em suas obras, que, em geral, são criadas especialmente para os espaços onde ela expõe.
"Gosto de pensar na idéia de que a presença e a movimentação do público fazem parte da obra, algo quase performático", afirma ela, que vem pela primeira vez ao país e o achou muito "estimulante".
O espectador que chega à Leme vê o "verso" da instalação. Após passar pelo grande bloco de madeira, ao se virar, pode observar uma paisagem montanhosa, que a artista reproduziu, em tela, de fotografias do século 19 de paisagens do Oeste americano.
"Acho interessante o espectador chegar a essa grande sala e encontrar algo como se estivesse nos bastidores de um palco, onde nunca estamos. A paisagem remete à uma natureza idílica, intocada, de grande força, mas perigosa ao homem", diz ela, que também reproduz os ambientes gelados e brancos da Islândia em alguns de seus trabalhos.
Nova York
Sigurdardóttir é uma das principais artistas da Islândia e está valorizada na cena internacional de artes, depois de expor em galerias prestigiadas, como a PS1, em Nova York.
A Leme também expõe aquarelas e objetos da artista, incluindo um inventivo candelabro, que tem em suas iluminadas extremidades reproduções de quartos em pequena escala.