|
maio 28, 2007
MuBE: De onde veio? Para onde ele vai?, por Thiago Bronzatto, WEB CULT
MuBE: De onde veio? Para onde ele vai?
Matéria de Thiago Bronzatto, originalmente publicada na WEB CULT
Gestão do único museu brasileiro de esculturas é acusada de desvirtuar funcionamento do prédio; novo presidente garante profissionalização da atividade
Um embate judicial entre a Sociedade de Amigos dos Museus (SAM) e a Prefeitura Municipal de São Paulo colocou no fogo cruzado artistas, curadores, arquitetos, gestores culturais, estudantes e políticos. "O lugar deixou de ser um shopping de compras e passou a ser um shopping de eventos", afirma o secretário das Subprefeituras Andrea Matarazzo em referência à gestão do Museu Brasileiro da Escultura (MuBE).
A comissão multidisciplinar composta pelas Secretarias Municipais de Gestão, Governo, Negócios Jurídicos, Habitação e Finanças apontou que a instituição realizava festivais de músicas, lançamentos de produtos e atividades que não conferiam com as de um museu, contrariando a legalidade de funcionamento do prédio localizado em um terreno de 7 mil m² na avenida Europa, 218, zona sul da capital paulistana.
Eleito no dia 18 de maio, o atual presidente do museu, Jorge Landmann, garante: "Temos um projeto de profissionalização do museu". Para o arquiteto Guilherme Wisnik, enquanto a instituição esteve sob a responsabilidade da "Sociedade de Amigos de Marilisa Rathsam" houve pouca relevância cultural. Ele ainda considera "que o problema está na falta de caráter por parte daqueles que usam o espaço público indevidamente. "A solução para essa má-fé de Rathsam seria trocar a administração e restaurar a praça pública. Não dá não mais para aturar um museu desfigurado, com grades que separam o MuBE do MIS [Museu da Imagem e do Som]", diz. Perguntado sobre as propostas do novo gestor, arrisca: "Não sei o que ele [Landmann] está propondo. Mas me parece ser apenas uma continuidade, ligada à mesma Sociedade de Amigos". Já o secretário municipal da Cultura, Carlos Augusto Calil, questiona: "Qual é o problema do MuBE? O espaço ou a gestão? A troca de guarda engana alguém? Não são pessoas imbuídas de um espírito público. Não tem como maquiar".
Contrapondo-se à decisão, no dia 22 de abril cerca de 200 pessoas deram as mãos e fizeram uma corrente em volta do MuBE. A SAM recorreu da liminar e conseguiu a renovação do pedido de alvará. A presidente honorária vitalícia do museu Marilisa Rathsam publicou um manifesto em apoio à instituição: "O Museu completa 12 anos, com intensa atividade cultural, mesmo sem receber nenhuma subvenção pública ou privada, e já foram realizadas mais de 150 exposições, todas com entrada gratuita. (...) O MuBE oferece cerca de 400 bolsas de estudos à comunidade... " Cerca de 2.000 assinaturas foram colhidas pela Sociedade. Alvo de contestações, o manifesto apresentado pelo site da instituição conta com nomes repetidos e outros supostamente inexistentes.
Em represália, os galeristas Eduardo Leme e Marília Razuk; os curadores Tadeu Chiarelli e Miguel Chaia; as artistas plásticas Leda Catunda e Jac Leirner, além de outros nomes como Antonio Dias, Cildo Meireles, Paulo Bruscky e Nuno Ramos subscreveram um abaixo-assinado no qual criticavam a irrelevância do museu e a "agenda de aluguel, que restringem o acesso a um público amplo, com o objetivo exclusivo de gerar renda à sua mantenedora". O texto, veiculado na Internet, foi redigido por Patrícia Canetti, do Canal Contemporâneo. "O museu está muito aquém de sua função original. Trata-se da cidade de São Paulo, a principal da América Latina. O que você espera encontrar naquele lugar? No mínimo, uma exposição relevante", contesta . Até a publicação desta matéria, cerca de 2.000 pessoas se mobilizaram em favor da retomada do MuBE pelo poder público.
Depois do Banho
À época em que Jânio Quadros era prefeito de São Paulo, em 1987, os moradores da região Jardins aliados à Sociedade de Amigos dos Museus contestaram a construção de um shopping center em um terreno de 7 mil m² na avenida Europa.
Após muito bate-boca e controvérsias, o espaço foi cedido à SAM por um período de 99 anos, em regime de comodato. Em 1995, o Museu Brasileiro de Escultura, com projeto arquitetônico de Paulo Mendes da Rocha e esboços paisagísticos de Burle Marx, foi inaugurado com uma mostra de Victor Brecheret. De acordo com a prefeitura, o MuBE custou aos cofres públicos cerca de R$ 35 milhões (valores não-atualizados). "É um espaço expositivo destinado à escultura. Não dá mais para desvirtuar seu projeto original. Queremos, portanto, resgatar o prédio...Vamos retirar, através da Justiça, essas pessoas que não querem fazer dele um museu exemplar", avalia Calil.
A Prefeitura de São Paulo e a diretoria do único museu da escultura do país se reuniram no último 23 de maio para decidir os rumos da nova gerência. "Queremos estabelecer uma conversa construtiva com o município. Pretendemos revigorar o MuBE e iremos mostrar o nosso empenho para a administração municipal", declarou por telefone o empresário Jorge Landmann. Do outro lado, o secretário Andrea Matarazzo garante: "Durante 20 anos o MuBE não conseguiu cumprir sua missão originária. Foram arrecadados mais de R$ 30 milhões com os incentivos da Lei Rouanet. Isso ainda não foi revertido para a sociedade, nem utilizado como deveria. Queremos implantar no espaço uma Galeria de Arte de São Paulo, com acervos da Pinacoteca e do DPH [Departamento de Patrimônio Histórico]". A instituição gerida pela Sociedade de Amigos dos Museus gasta mensalmente cerca de R$ 100 mil reais com manutenção e funcionários. Segundo Marilisa, "a conta é quitada a partir de doações de empresas privadas e aluguéis do espaço".
O novo presidente do MuBE Jorge Landman, assumiu por renuncia da ex-presidente Marilisa Rathsam, e não pelo voto do conselho do qual ele é também presidente. Porque propor somente agora, depois da intervenção da Prefeitura, um projeto de profissionalização daquela instituição, onde haverá departamentos específicos como diretoria de curadoria, de marketing e administrativa? Acho que pela nova postura do presidente que assume o MuBE, suas providencias de certa forma, dão o tom da verdade do que não era feito antes, sobre a batuta da Sr. Mariliza Rathasam, e com certeza todos os membros da diretoria sabiam o que ali acontecia sem que eles tomassem as devidas providências. Fico pensando o que faz um corpo de conselheiros, não seria prudente e obrigação por parte deles investigarem os erros cometidos, intervirem? Estão lá para que?
Onde e como foram gastos os 30 milhões arredados, pelo MuBE, com incentivos fiscais da Lei Rounet? É preciso dar um basta, e preciso exterminar o cupim que
está destruindo nossa identidade e desmoralizando o nosso patrimônio cultural. Ta dado o recado.
Roberto Silva / artista plástico.
Os números do abaixo-assinado do MuBE voltaram a crescer assustadoramente... Hoje dia 28/05 por voltas das 9:00 da manha, acessei o link : para ver os números, lá constavam 1594 assinaturas. Voltando a acessar as 21:30hrs de hoje a noite 28/05, o MuBE tinha na lista 2215 assinaturas, um crescimento de 621 nomes a favor, isso em um período de 12 horas e meia. Novamente temos uma participação maciça de assinantes no abaixo-assinado do MuBE, 49,68 pessoas quase 50 pessoas por hora... Vamos as comparações com os números da Prefeitura, No balanço que foi disponibilizado no http://www.canalcontemporaneo.art.br/brasa/archives/001275.html dia 23/05 que constava o total de 2000 assinaturas validas no período de 06/05 a 22/05, nesses 17 dias tínhamos uma média de 117.647 pessoas por dia, ou seja 4,90 pessoas por hora. Mesmo na hipótese de considerarmos um período de 24 horas para o crescimento de 621 nomes da lista de hoje do MuBE teríamos uma média de 25.87 por hora, ou seja quase 6 vezes mais que a média da lista, atualizada, da Prefeitura nos 17 dias.!! Agora fica a pergunta: porque isso volta acontecer novamente? Quais são os canais que o MuBE está usando para divulgar a sua causa, de modo a proporcionar esse crescimento espetacular de 621 assinaturas e um pouco mais de 12hrs? Que estratégia é essa? Onde está a veracidade do abaixo-assinado do MuBE?
Fico pensando que os advogados do MuBE devam estar ciente disso como também o atual presidente e toda sua diretoria. Há algo errado, é preciso continuar a investigação, pois, parece-me que a certeza do MuBE, em ganhar essa causa no TJ e tão certa que eles não estão dando a mínima para seu abaixo-assinado e sim, de certo modo, fabricando números de assinaturas que não existem para velar o tom da verdade.
Atualizando os números do MuBE, 23:57hrs do dia 28/05 temos 2215 assinaturas contra 2142 no abaixo-assinado da Prefeitura.
Ta dado o recado. Roberto Silva/artista plástico.
Fechando os números do dia 29/05/2007 as 00:00hrs.
Abaixo-assinado do MuBE: 2218 (obs:Há dúvidas sobre esse resultado!!!)
Abaixo-assinado da PMSP: 2144
Ta dado o recado,
Roberto Silva/artista plástico
Fiz o teste para tirar uma dúvida, preenchi os dois abaixo-assinados, do MuBE e da petitiononline da PMSP. O que ocorreu é que os dois estão validados para serem preenchidos todos os campos, sem isso não se pode enviar o registro. O do MuBE preenchi da seguinte maneira: s para o nome, s para o e-mail, s para a profissão e s para o RG, apertei o botão enviar e pronto, registro enviado nº1954, as 15:30hrs de hoje, estava lá no http://www.mube.art.br/assinaturas.php Agora as 18:10hrs o número mudou para 1956, essa alteração no número ocorrerá na medida em que forem sendo registrados novos nomes, pois os registros estão sendo confirmados pelo banco de dados por ordem alfabética.
O da petitiononline, preenchi s para o nome, s para o e-mail (neste caso a validação pede que informe o endereço completo do e-mail, inventei um fictício e deu certo), s para a profissão e s para a cidade, apertei enviar e apareceu um botão solicitando para que confirmasse os dados, não confirmei, pois, mesmo que o fizesse esse registro não iria ser valido, pois há uma correção quando há esse tipo de registro e também nos nomes duplicados, pois lá há uma validação a cada 1000 registros. Bem, esse não parece ser o procedimento (até agora) dos responsáveis pela validação do abaixo-assinado do MuBe, a forma de como foi confirmado o registro teste que fiz acima na lista do MuBE, demonstra que não há periodicamente uma correção nos nomes. Até as 18:15 hrs de hoje 04/06 eram registrados 2237, lá ainda constava o nome de um individuo chamado s, que apóia a causa do MuBE. Faça o teste para ver!! Ta dado o recado
Acho que agora o MuBE vai tomar outros ares pois estou sabendo que quem está cuidando dele é o JACOB KLINTOWITZ, pessoa da mais alta linhagem das artes brasileiras, o que é que se quer mais?
Fred Svendsen
Artista Plástico
A única bronca dos moradores vizinhos do MUBE, é o trantorno causado pelos carros que estacionam nas ruas. O jornal " O Estado de São Paulo" publicou na seção " São Paulo Reclama" a carta do meu motorista, a respostra do Scaringella, e o meu comentario sobre esta resposta.( 02/06/07) Os A Sociedade Amigos dos Museus, apresentou há um ano, um projeto à prefeitura, para abrir um portão e rebaixar a guia da Av. Europa, para que os carros entrassem por esse portão deixassem os passageiros no patio do MUBE e saissem pela rua Alemanha, e até hoje a prefeitura não atendeu a esse pedido. Os governos atuais de São Paulo tanto o estadual como o municipal, são fascistas. Eles estão usando a propaganda, o poder e o dinheiro público para governar de cima para baixo. Enquanto os sem teto passam frio e sofrem por falta de moradia, a dupla Kassab&Matarazzo apresentam um projeto( e vão fazer o que pretendem) para desapropriar prédios velhos da cidade, demolirem e no lugar deles implantarem " o quarterão das Artes", vão com o dinheiro publico construir uma nova cidade para "ingles ver" , enquanto o problema da cidade de São Paulo, são os assaltos, o rodizio, e a corrupção.O Serra junto com o secretario de Estado da Cultura foi procurar o Niemeyer, para reformar o prédio do Detram para ser o novo MAC, gastando R$30 milhoes de reais, esse dinheiro deve ser gasto no que a população precisa que é educação ,saúde, segurança, moradia e transporte.
Agradeço sua atenção e gostaria que as pessoas que estão olhando para o caso do MUBE só com inveja, abrissem os olhos, porque arte não rima com ditadura . O Kassab que está gastando mais de um milhão de reais para divulgar sua imagem pela televisão, (agora com a desculpa da poluição) ,desvia os olhos, não tem coragem de encarar o povo.Todos que estão contra o Chaves porque fechou a televisão que fazia oposição ao seu goveno , deveriam prestar mais ayenção nas nos nossos meios de comunicação para ver que aqui em São Paulo, a prefeitura faz muito pior porque usa o dinheiro do povo para nos enganar com uma propaganda enganosa .
Nada nesse mundo é mais importante do que a liberdade, e temos o dever de defende-la contra os poderosos.
Um grande abraço
Maria Gilka.
A nova gestão do MuBE não depende só de um único dirigente de um determinado setor e sim de todos os outros que fazem o conjunto dessa instituição privada. Há que se discutir quais as formas para buscar recursos legais e prover o acervo e sua conservação como também a da atual administração fixa, e também da manutenção de políticas claras e eficientes com os organismos do poder público. Afinal um museu precisa de técnicos, um departamento de restauro, no mínimo...etc. É claro que programações expositivas serão agora, sobre a batuta de Jacob Klintowizt, de melhor representatividade e qualidade, sem dúvida. Mas, não é só isso que completa uma boa gestão, há que se pensar em outros fatores que somam e catalisam essa boa gestão. A minha dúvida é: será que o novo presidente do MuBE tem em seus propósitos gerir com a absoluta verdade e ética. Na política isso fica no discurso, na posse isso se dilui no esquecimento, aparecem outras prioridades que na maioria das vezes focam os interesses de grupos e não do coletivo... Hoje viver com a verdade é algo muito difícil, pois quando a praticamos geralmente nos deparamos com as políticas das impossibilidades. A questão não é o ser contra ou a favor da instituição privada ou da pública, sabemos as manobras absurdas e desvios de numerários financeiros desses organismos, isso tem sido um vício pragmático o tal mal necessário. A consciência política, cultura é social são armas para corrigir esses descompassos em nossas instituições. A liberdade pressupõe responsabilidade ,ética, a verdade e nada mais.
Ta dado o recado
Roberto Silva/Artista plástico.
Quem apoia a Prefeitura contra o MUBE?
Trecho parcial do texto da artista plástica Maria Gilka, postada no link http://www.mariagilka.com.br/cartas.asp
"A prefeitura é apoiada por todos os artistas mediocres que parazitam a Secretaria Municipal e Estadual da Cultura . A prefeitura é apoiada , por todos os que estão procurando um emprego no governo, onde não precisem trabalhar , tenham muita mordomia e possibilidade de prestar favores aos amigos do rei. Estão a favor da prefeitura aqueles espertalhões que fazem a roupa do rei, cobrando muito e não querem que ninguem descubra e grite que o rei está nu."
Prezada artista Gilka, não é bacana de sua parte chamar a classe de artistas, que apóiam a prefeitura no episódio MuBE, de medíocres. Você parou para pensar quem são esses artistas que você cita como medíocres? Com certeza, você sabe quem são, pois, foram noticias na primeira lista... É fato notório e publico que não só o MuBE como quase todas a instituições de nosso estado, publicas e privadas, sofrem com a minguada verba que captam não sendo suficiente para prover seus acervos, funcionários, insumos e outras providências de ordem administrativas...etc. No caso do MuBE, isso foi bem declarado pela ex-presidente Marilisa Rathsan. Penso que hoje, na atual conjuntura política, temos que separar os méritos das atribuições de um gestor, veja o mau exemplo do presidente atual da Bienal, ainda não empossado, está na seção do canalcontemporaneo. Para nós como artistas e também usuários e pagadores de impostos, fica a a questão: Como saber quem está falando a verdade, você saberia dizer?
Essa é a questão na qual me propus em assinar a lista disponibilizada no Canal CanalContemporâneo, (em favor da verdade). Citei em um dos meus comentários aqui no "atiçando a brasa" e no "aqui tem coisa" que nesse episódio MuBE e Prefeitura, não se está estimulando um confronto, não há briga e sim a busca de maneiras sustentáveis na gestão do Museu em questão, seja a favor do corpo de diretores do MuBE ou seja favor da secretária da cultura da prefeitura, esse é a meu ver a síntese da causa, e nada mais!!
Eu vivo de arte a quase 19 anos, nunca precisei de favores do governo municipal, estadual e federal... Tudo o que consigo é pelo meu próprio empenho e a habilidade de conquistar as pessoas em apoiar os meus projetos. Um exemplo disso: fiz minha primeira individual em Washington-DC sem apoio de nenhum dos governos para captar recursos, conquistei o apoio de empresas daqui e da instituição que me convidou que representa o Brasil nos EUA.
As impressões negativas sobre os descaminhos nas politicas de gestão do MuBE é um fato a ser corrigido, o novo presidente Jorge Landmann, de certa forma, admitiu isso na sua posse por renúncia da ex-presidente Marilisa Rathsan, quando anunciou em seu primeiro discurso a criação de uma gestão profissional... Fechar um museu é um crime contra o patrimônio cultural de nossa sociedade contemporânea, agora não é justo fazer de um espaço público, seja ele privado ou não, uma sociedade limitada.
Ta dado a resposta Roberto Silva/ artista plástico
Posted by: Roberto Silva at junho 8, 2007 2:17 AM