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janeiro 11, 2006
Pronunciamento do ministro da Cultura, Gilberto Gil, sobre as críticas de Ferreira Gullar e a resposta do MinC
Nota
Pronunciamento do ministro da Cultura, Gilberto Gil, sobre as críticas de Ferreira Gullar e a resposta do MinC
Disponível no site do Ministério da Cultura
Brasília, 6 de janeiro de 2006.
A polêmica em torno das críticas de Ferreira Gullar ao MinC, e da resposta do MinC a ele, tornou-se tautológica e vazia. Levá-la adiante, agora, serve apenas para vender jornal e acirrar um confronto artificial. O que poderia ser dito a respeito está posto. Que as pessoas formem seu próprio juízo, para além de qualquer distorção. Insistir no conflito, transformá-lo em campanha, dar a ele uma conotação política, aproveitar-se dele para vinganças pessoais, nada disso interessa à democracia e à cultura do Brasil. Gullar expôs seu ponto-de-vista; o MinC expôs o seu, nos termos do que o próprio Gullar disse na entrevista que originou a troca de cartas. Pronto: foi um exercício democrático de expressão. Viva a diferença!
Qualquer pessoa tem o direito de criticar o governo, de preferência com conhecimento de causa; qualquer governo tem o direito de defender-se publicamente, com palavras e conceitos. As palavras do MinC não ensejam uma recusa à crítica, mas um reconhecimento dela. E não ensejam atos de discriminação, mas debates livres, abertos, conseqüentes. Totalitário seria o MinC fazer algo contra Gullar, ou contra quem quer que seja. Isto jamais acontecerá. Assim como seria totalitário negar ao MinC o direito de debater, ou exigir a demissão de alguém por delito de opinião. Este crime não existe na democracia brasileira. Se houve exagero, foi mútuo; e desnecessário, como a própria controvérsia. Por aqui, vamos ao trabalho!
Gilberto Gil
Ministro de Estado da Cultura