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dezembro 9, 2005
Justiça manda banqueiro Edemar Cid Ferreira desocupar mansão no Morumbi
Justiça manda banqueiro Edemar Cid Ferreira desocupar mansão no Morumbi
Matéria originalmente publicada na Folha Online do dia 7 de dezembro de 2005
O juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto Martin de Sanctis, determinou na noite desta terça-feira que o banqueiro Edemar Cid Ferreira, destituído do controle do Banco Santos, desocupe em 40 dias a casa onde mora, na rua Gália, 120, no Morumbi (zona sul de São Paulo).
A casa e as obras de arte e decoração que estão dentro dela passarão a ser administradas pela Secretaria de Estado da Cultura, que terá 60 dias a partir da desocupação do imóvel para transformá-la em um museu.
Durante a fase de transição entre a saída de Edemar do imóvel e a efetiva posse pela Secretaria de Cultura, a casa será vigiada por agentes da Polícia Federal e policiais militares.
Edemar só poderá deixar o imóvel com o acompanhamento de oficiais de Justiça e deverá entregar todas as chaves da casa ao juiz. Além disso, deverá instruir os funcionários da Justiça sobre o funcionamento de equipamentos de segurança do imóvel.
Em 18 de fevereiro, a pedido do procurador da República Silvio Luís Martins de Oliveira, que investiga desde 2004 crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro que teriam sido praticados por Edemar, a Justiça Federal havia decretado o seqüestro da mansão do banqueiro e das obras de arte contidas em seu interior, na sede do banco e em um galpão no bairro do Jaguaré (zona oeste). Edemar, no entanto, permaneceu como depositário dos bens.
De fevereiro para cá, a Justiça Federal tomou uma série de decisões para preservar as obras de arte que pertenciam ao banqueiro --que formarão o acervo do museu-- e as relíquias arqueológicas --de cerâmica Marajoara--, que são bens da União.
O juiz De Sanctis destituiu ontem Edemar da função de depositário pois se comprovou que o acusado não preservou adequadamente o imóvel nem as obras de arte e os achados arqueológicos, situação que deteriorou-se com a falência do banco, decretada em setembro pela 2ª Vara de Falências.
De Sanctis também considerou que Edemar mentiu em juízo. Em depoimento prestado no processo em que ele e mais 18 ex-diretores do banco são acusados de crimes financeiros, o banqueiro afirmou possuir apenas obras originais.
Entretanto, laudo pericial da Justiça concluído em agosto aponta a existência de réplicas de algumas obras tanto na mansão do acusado quanto na sede do banco. A Justiça, entretanto, não tem como saber se as obras originais foram substituídas por réplicas. De Sanctis classificou a atitude do banqueiro como "desleal".
Com informações do site do Ministério Público Federal