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novembro 18, 2004
Acervo Lygia Pape
Nota de Ricardo Boechat publicada originalmente no Jornal do Brasil do dia 18 de novembro de 2004.
Artes
Filha de Lygia Pape, falecida este ano, a também artista plástica Cristina Pape obteve liminar na justiça do Rio para arrolar todo o acervo deixado por sua mãe, com obras próprias e de outros autores.
O objetivo é impedir a venda de qualquer peça da coleção - que inclui a única coluna neoconcreta (criada por Franz Weissmann) - até que ocorra a partilha.
A irmã de Cristina, Paula Pape, é a inventariante e testamenteira da herança.
Para melhor esclarecimento da questão, creio ser útil que o Canal Contemporâneo transcreva a entrevista dada a mim por Lygia Pape e publicada póstumamente no caderno "Mais!" da Folha de S. Paulo de 16 de maio de 2004 e outra entrevista, esta sobre a criação do Projeto Lygia Pape (inclusive com entrevistas concedidas por Paula e Cristina Pape) que publiquei no "Mais!" de 19 de setembro de 2004. Penso que, assim, os leitores do Canal ficarão melhor informados. Essa nota do Boechat, ao contrário do que recomenda o profissionalismo e, inclusive, a Lei de Imprensa, não ouviu o outro lado... Acho lamentável que o Canal Contemporâneo, que defende tanto a boa qualidade do jornalismo cultural, tenha transcrito isto sem ouvir a outra parte envolvida... Também cometeu um equívoco.
Atenciosamente
Angélica de Moraes
Cara Angélica,
Obrigada pelas dicas em relação às suas matérias, que ajudarão aos nossos leitores a aprofundarem o assunto. (A matéria de 19 de setembro também pode ser encontrada no Blog do Canal.)
Quanto à nota de Ricardo Boechat, ele não apenas menciona a liminar judicial de Cristina Pape, quanto informa que Paula Pape é a inventariante e testamenteira da herança, logo, ele cumpre o seu dever de jornalista de nos relatar as posições que ocupam os dois lados em questão.
Como se trata de uma ação judicial, precisamos aguardar o desenrolar do processo para podermos ter acesso ao movimento seguinte.
Cordialmente,
Patricia Canetti