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julho 7, 2004
Artistas pedem valorização da cultura nacional a Lula
Matéria publicada originalmente no Folha Online, caderno Ilustrada, do dia 7 de julho de 2004.
Artistas de vários setores da cultura nacional se encontraram nesta terça-feira (6 de julho) com o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para pedir mais valorização aos trabalhos realizados no país.
O grupo, formado inicialmente por mais de 70 personalidades que discutiram a defesa e a valorização do produto nacional em um seminário batizado de "Conteúdo Brasil", promovido pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) e pela Rede Globo, teve 26 representantes no Palácio do Planalto.
Eles entregaram um documento com informações do debate, realizado em fevereiro, em São Paulo.
Participaram do seminário atores, cineastas, escritores, produtores, publicitários, jornalistas, diretores de TV, editores de livros, arquitetos, cientistas e educadores. Uma das idéias debatidas foi a internacionalização ou a globalização da "marca" Brasil.
O grupo foi recebido por Lula, que estava acompanhado da primeira-dama, dona Marisa da Silva; do ministro da Casa Civil, José Dirceu; do ministro das Comunicações, Eunício Oliveira; e do ministro interino da Cultura, Juca Ferreira.
O grupo foi representado por Tony Ramos, que leu uma carta que destacava alguns dos projetos sugeridos no documento. Em uma delas, pediu "uma ação rápida do Congresso e do Executivo para estender o disposto na Constituição a todas as atividades de Comunicação Social para brasileiros; uma ação que preserve a produção de cultura brasileira nas mãos de brasileiros, mas que não interdite o diálogo com outras culturas; uma ação que reconheça que a produção de cultura é um setor estratégico para o desenvolvimento do país e para o aumento da riqueza nacional e que, por isto, exige políticas públicas e investimentos à altura desse papel; uma ação que divulgue a qualidade do conteúdo brasileiro, para o Brasil e para o mundo; uma ação efetiva em favor da educação como forma de aumentar a demanda e o consumo de bens culturais de qualidade; e, enfim, uma ação firme e imediata do Estado brasileiro em defesa da cultura nacional, sem, no entanto, jamais cair em tentações autoritárias que firam a liberdade de expressão artística e intelectual e de informação e comunicação".
Lula se comprometeu a encaminhar as propostas a seus ministros. "Não haverá globalização total se não houver integração cultural, com respeito às particularidades de cada país", disse o presidente, segundo a assessoria de imprensa que representa o grupo.
Foram ao encontro: o ator Antonio Grassi, o cineasta Cacá Diegues, o humorista Claudio Manoel, a autora de novelas Gloria Perez, o arquiteto Haroldo Pinheiro, o diretor de TV Jayme Monjardim, o diretor da Central Globo de Comunicação Luis Erlanger, o cineasta Luiz Carlos Barreto, o ator Marcos Caruso, a autora de novela Maria Adelaide Amaral, o produtor musical Nelson Motta, o professor da PUC Otaviano De Fiori, o publicitário Petrônio Correa, a atriz Regina Casé, o publicitário Roberto Duailibi, o cineasta Roberto Farias, o ator Stepan Nercessian, o ator Tony Ramos, os mediadores do debate o professor da PUC de São Paulo Gabriel Priolli, o pesquisador da PUC do Rio de Janeiro Luiz Carlos Prestes Filho, o cineasta e assessor especial do ministério da Cultura Manoel Rangel, o cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados de Recife Silvio Meira e o cineasta Zelito Vianna, além do reitor da PUC de São Paulo, Antonio Ronca.
O comentario(contente) sobre as complexas relações da produção artistica x estado ou mercado apontam um dado importante (prioritariamente economico)dos meios disponiveis de circulação das artes e das ideias em nosso tempo.É um assunto que gostaria de discutir em um espaço mais amplo e para o qual ofereço um texto- para analise editorial do Canal.Esse é um assunto antigo que permanece inquietante.
Postado originalmente no Blog do Canal
Posted by: Adriano at julho 23, 2004 1:51 AM