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novembro 28, 2008
Uma arte e seu tempo por Rubens Pileggi Sá
Durante o fim do mês de maio e o mês de junho deste ano foi realizado o evento ARTE EM CIRCULAÇÃO, na Caixa Cultural de Curitiba, com a participação de vários artistas do Rio de Janeiro e coletivos de artistas do Paraná. O conceito do trabalho apresentado girou, particularmente, sobre algumas práticas contemporâneas de arte assumidas após meados dos anos 90 e seus desdobramentos no circuito. Um destes desdobramentos é o próprio blog Arte em Circulação, do Canal, iniciado em agosto de 2003. O texto a seguir foi realizado para o catálogo do evento.
Uma arte e seu tempo
RUBENS PILEGGI
Espaço de produção
O evento ARTE EM CIRCULAÇÃO, realizado na Galeria da CAIXA Cultural, em Curitiba, foi uma grande reunião entre artistas que criaram – a partir da segunda metade da década de 90 – estratégias coletivas de ação em arte visando a autonomia do artista em relação ao circuito de estabelecido. Isto é, de artistas que efetivamente inventaram mecanismos de apresentação, exibição, debates e circulação de seus trabalhos sem a "autoridade" das instituições e meios artísticos constituídos oficialmente e formatados dentro de uma lógica que, por mais generosa que fosse por parte de alguns de seus representantes, era e é ainda essencialmente excludente.
Esses artistas não esperaram que o crítico, o curador ou o marchand fossem aos seus ateliês avaliar como "arte" aquilo que produziam. Quando não, suas próprias propostas de articular, inventar eventos, produzir reuniões para debater arte ou simplesmente conversar, foram assumidas como trabalhos de arte, também. A própria seleção de quem poderia ou não participar desses eventos – muitas vezes precários de estrutura e efêmeros – se dava na medida em que as pessoas se interessavam em dividir suas propostas e propósitos de maneira coletiva.
Ao contrário de marginais ao sistema vigente, esses artistas sempre atuaram de forma afirmativa e, na maioria das vezes, independentes de estruturas complexas de apoio, sem diminuir em qualidade, potência poética ou alcance, suas ações.
Referências
Dizer que tudo isso começou no Rio de Janeiro é excessivo, pois havia um clima no ar propício a esse tipo de manifestação por todo o país. Não era só a questão das galerias e instituições que não absorviam a demanda desses trabalhos artísticos que se evidenciavam por poéticas de fluxos e processos e não mais de objetos. Ou o eterno problema da falta de mercado para a arte. Tínhamos os exemplos das experimentações, deambulações e inserções de artistas como Cildo Meireles, Arthur Barrio e Paulo Brusky, por exemplo, mas diferentemente das ações dos artistas dos anos 60 e 70, agora elas aconteciam como táticas coletivas e autônomas, em relação ao circuito oficial. Não reativamente, como se o sistema fosse o inimigo, mas, simplesmente, não esperando deste o carimbo de "artista" para que uma produção pudesse tomar curso.
E é caso de lembrar as referências que também podem ser atribuídas a essas manifestações, ou melhor, a essa frente que se posicionava no campo da arte, no país, tais como: os textos de vanguarda artística e ativista devorados na urgência propícia daquele momento inaugural; as influências advindas das vanguardas internacionais desde o início do século XX, como Dadaísmo, Situacionismo, Fluxus, etc.; a interdisciplinaridade que passou a ser uma exigência não só das linguagens artísticas como também de outras áreas do conhecimento e, claro; a facilidade de comunicação e informação que o acesso à internet propiciou, fazendo com que as possibilidades de trocas de informação se tornassem muito mais fluidas.
É preciso ponderar também que, mesmo conscientes de contar uma história no momento mesmo em que ela está sendo escrita, a convergência que se dá na ponte Rio/Paraná não é uma linha reta em sentido único, apontando para um começo e um fim de trajeto, mas tal encontro aponta para a um compartilhamento em redes, com possíveis desdobramentos lá e cá.
Assim, a escolha dos artistas convidados não recaiu sobre uma temática específica, ou sobre aproximações mais ou menos de nomes que servem aleatoriamente para determinadas curadorias criarem uma história a ser contada. O que aconteceu aqui foi que esses nomes emergiram fundamentalmente de um princípio de circulação, ligados a uma frente, onde estão indelevelmente associados. E é desse lugar que lançamos nossas redes, com o intuito de criar conexões e ocupar espaços com a nossa fala/presença/ação/poética.
Documentação enquanto valor
Um aspecto relevante a ser colocado toca na maneira como a arte passa a ser entendida, uma vez que o que mais se desenvolveu neste período que serve ao recorte da presente mostra foi o processo documental, o registro das obras como parte do processo artístico.
Sem dúvida o vídeo tem um papel de destaque marcante. Muitas vezes ele passa a ser "a obra", mesmo porque o trabalho do artista pode ser não um objeto, uma coisa material, mas algo efêmero que dura apenas o tempo da captação das imagens. Desde o começo os artistas levavam isso em consideração, mas ninguém ainda entendia que isso seria tão rapidamente levado à catalogação, que incidiriam direitos sobre as imagens, que haveria uma demanda que precisa ser organizada, para ser exibida.
O próprio texto de arte passa a ser uma ação de arte, também. Um "corpo a corpo" com a realidade. Uma abertura de caminhos. Uma invenção de lugares. Edições em xérox foram tomando um espaço que estava completamente vazio. Publicações que os próprios artistas bancavam foram, aos poucos – e continuam aos poucos – surgindo no cenário árido de publicações do gênero. Os artistas começaram a falar de suas próprias ações. Começaram a usar o texto como parte do processo do trabalho artístico, relacionados por uma ordem de elementos que aparentemente não se enquadram lado a lado, mas que tornam a unidade de um trabalho não só plausível como multifacetada. Da palavra para a coisa, da coisa para o processo, do processo para a circulação das idéias, conceitos, poéticas, singularizações.
Ou seja, a documentação, aquilo que torna público uma poética, uma linguagem, um valor imaterial, espiritual, cultural por excelência, acaba se tornando, ela mesmo, o valor agregado, mesmo que não exista mais a obra, ou que ela não tenha existido por mais do que alguns frames do tempo de seu registro.
Campo de atuação
Nesse sentido, o que está em jogo, então, é a veiculação, as possibilidades de circulação daquilo que o artista realiza, seja em que domínio for, uma vez que a arte não está restrita a técnicas, suportes ou meios. Ou seja, ela pode ser uma proposição tanto para a internet, quanto para outros meios de comunicação, como o rádio, o jornal, a tv, quanto para o espaço urbano. Tanto para um quadro na parede quanto uma escultura de objetos reciclados. Não há fronteiras. E mais, ela pode se voltar na direção da própria pergunta que a questiona. Seja usando a cidade como suporte. Seja usando a própria documentação e estatuto de um museu ou uma instituição como matéria de trabalho, como se fossem os antigos pincéis e tintas. Ou seja, utilizando-se dos meios para interrogá-los, alterando seus estatutos, criando considerações, por exemplo, a partir da energia gasta pelos servidores para manter o controle de bancos de dados, etc.
Espaço público
Aqui se configura um encontro desejável, porque já não mais estamos falando de "Intervenção Urbana", mas de "Espaços Públicos", criando um sentido muito próprio para o desenrolar do projeto ARTE EM CIRCULAÇÃO na cidade de Curitiba.
Assunto que se tornou caso comum, a "descentralização" dos eixos de poder e econômico não é apenas uma realidade dada pela globalização padronizadora e que achata todas as diferenças culturais através da criação da necessidade do consumo. A descentralização permite, também, que pessoas dos mais recônditos lugares desenvolvam tecnologias de compartilhamento de dados, que modifiquem uma situação de controle por outra, aberta às pluralidades, sem solapar as diferenças e atentas à inclusão social, política e econômica.
Dessa forma, não estamos só falando de artistas do Rio de Janeiro e Curitiba, atuantes em "espaços públicos". Mas falando de esferas públicas, de contextos onde a arte pode desenvolver seus domínios através da linguagem poética, sem deixar de ser potente, afirmativa e, porque não dizer, crítica, em relação ao meio onde atua.
Estratégias de exibição
Assim foi configurado o projeto ARTE EM CIRCULAÇÃO: com a ambição de propor questões relacionadas à arte e à vida, onde ética e estética, poética e política, palavra e ação sejam parte de um mesmo processo.
Desde o projeto inicial deixamos claro que nossa intenção não era a exibição de uma exposição de "obras", muito menos uma mostra de "Intervenção Urbana" e, menos ainda, um show com parafernália eletrônica usando computadores para fazer barulhos e efeitos especiais.
Nossa intenção sempre foi mais sóbria nesse sentido, dando ao artista a oportunidade de organizar sua produção e mostrá-la ao público da CAIXA Cultural, através de registros de fotos, vídeos, testemunhos e documentação textual.
Para isso disponibilizamos nosso Espaço de Convivência - pensado para ser um centro de pesquisa e "conversação" - com acesso público aos catálogos e livros desses artistas, dos vídeos e links na internet e dos registros das falas e mesas de debates, livres para consulta.
Por fim, o próprio título dado ao nome do projeto refere-se a um principio da arte contemporânea onde os processos de arte tornam-se instrumentos de manifestação estética, expandindo a noção de arte como "ciência do belo" e tornando-a interdisciplinar, ao apropriar-se de outras linguagens aparentemente distantes. E porque o conhecimento está sempre em mutação, se refazendo e se desenvolvendo a partir da mudança de padrões, sejam comportamentais, sociais ou estéticos.
Resultados
O resultado disso tudo pôde ser conferido nas falas gravadas dos depoimentos de cada artista e de cada coletivo, tornando realidade nossa proposta de trabalho – “situação relacional” – e, mais do que isso, da disseminação tanto entre os artistas quanto do público presente, que passou a ser mais um elemento de interação e de “voz” dentro do Espaço da Galeria da CAIXA. Tal relação de trocas, aliás, foi de tal intensidade e tão dentro do espírito das poéticas e proposições ali debatidas, que podemos dizer que o que houve dentro da Galeria da CAIXA, em Curitiba, entre os dias 27 de maio até 15 de junho de 2008, foi um ato ritual onde a Cultura, em seu sentido mais amplo, pode ser comemorada.
UM DIÁRIO DE CAMPO [trecho]
01 de junho
Bem... vários materiais disponibilizados… livros, vídeos, revistas e afins. O espaço está aberto ao público e à disposição do mesmo durante o horário de visitação. Também à disposição estão diferentes materiais para consulta e/ou cópia – incluindo a gravação das “conversas” dos dias anteriores.
Uma breve descrição do espaço:
É a Galeria da Caixa. A transformaram (Margit, Rubens, Juan…) em um lugar habitável, ou melhor, ficável. Inúmeras vezes já [me] escrevi sobre a insalubridade de muitos espaços para as artes visuais no quesito permanência. Geralmente são lugares de passagem, onde parte do pouco público que os freqüentam se depara com obras pelas quais simplesmente passam. Pois bem, já que a proposta é ocupá-lo, acabo de decidir fazer deste meu lugar de trabalho quando possível, ainda mais se ele se mantiver tranqüilo como esses espaços-museus costumam ser...
Duas estantes com livros e revistas, dois televisores, uma mesa redonda enorme com quatro cadeiras, puffs-bancos brancos… Aconchegante. Ainda mais para um quase cubo retangular branco. Nada de divisórias: é um espaço “aberto” com três pequenos ambientes interconectados entre si.
[...]
Dayana Zdebsky de Cordova
ARTISTAS E GRUPOS PARTICIPANTES
Sebastião Souza
Ducha
Cléverson Salvaro
Adriana Pinedo
Jarbas Lopes
Patricia Canetti
Arthur Leandro
Orquestra Organismo
Margit Leisner
e/ou
Luís Andrade
Laura Lima
Pipoca Rosa
Giordani Maia
Coletivo couve-flor
Interluxartelivre
Guga Ferraz
Rubens Pileggi
Ronald Duarte
Alexandre Vogler
Marssares
Romano
Fernando de la Rocque
Roosivelt Pinheiro
Ricardo Basbaum
Daniela Mattos
Edson Barrus
ALGUMAS FRASES
Patricia Canetti
“O alargamento da questão de direitos autorais (na internet) serve muito a uma discussão no campo da arte, porque na arte você sempre trabalha a partir do trabalho de alguém. Ninguém sai do zero. Se existisse alguma coisa extremamente rígida na arte em relação a pensamento e idéia, ninguém fazia nada. Nas artes visuais você tem uma liberdade que, de certa maneira, é muito maior do que na música”
Arthur Leandro
“A gente rompe com essa estrutura das artes visuais de Belém do Pará e vai para a periferia dialogar com outros grupos, principalmente os grupos de manifestações culturais como o Hip Hop, a Afro-religiosidade e os grafiteiros. Vamos para a rua em um sistema de coleta e transmissão”
Goto E/Ou
“A questão não é ser original, fazer algo novo na questão da estratégia, mas no lugar em que ela se encontra. Tem uma especificidade. E a especificidade importa”
Giordani Maia
“Meu trabalho consiste em negociar espaços e as possibilidades de acontecimento do trabalho dentro do espaço urbano”
“Minha idéia é a de abaixar essa aura do trabalho e deixar ela bem baixinha, para que ela possa circular por outros sistemas que não sejam só esses de galerias, museus e instituições...”
Interlux
Sobre a bicicleta: “e o espaço público pertence a ela, também. Nós temos o direito de tornar o espaço público mais agradável”
Guga
“Num terminal de ônibus você pega as pessoas de surpresa. Antes eu achava que para gerar um debate eu precisava botar 5.000 trabalhos na rua. Mas não, agora penso que colocando 2 e chamando as pessoas certas eu atinjo uma grande mídia e gero debate”
Vogler
“Inserir um dado virótico nos meios de comunicação e detonar algumas associações que agem criticamente com a própria paisagem e com a forma com que essa paisagem é cooptada pelo mercado e pelo poder público também”
Romano
“Nunca foi importante para mim fazer o meu programa, fazer o meu programa para que a pessoa me ouvisse, mas mostrar que esses tipos de sistema podem ser construídos (rádios) e com ele você pode definir coisas nesse mundo que está em volta”
...”Eu me interesso pelo rádio como uma forma de transmitir, muito mais do que uma forma daquilo que é transmitido”
Basbaum
“...por isso que eu digo que eu considero que as ações de ‘A moreninha’ o fim da ‘geração 80’, porque tem aí uma série de elementos ligados à fala e à produção de discurso, que corresponde, ali naquele momento, a uma certa tomada de palavra por parte dos artistas”
Daniela Mattos
“Porque a coisa ficou tão efervescente, tão plural, que as instituições acabaram tendo de se repensar, até para absorver essa produção que estava aí, acontecendo de maneira muito forte”
Edson Barrus
“Eu sabia que a gente tinha feito um gol, mas eu não achei que a gente ia ser historicizado tão cedo”
novembro 19, 2008
O espaço dentro da cabeça por Wagner Malta Tavares
O espaço dentro da cabeça
Sobre Projeto Gabinete em exposição na Galeria Virgilio até 4 de dezembro de 2008.
WAGNER MALTA TAVARES
É como entrar na cabeça de alguém, as coisas são arranjadas obedecendo uma lógica outra que não detemos; trabalhos de diferentes artistas estão juntos no que poderíamos chamar de uma coletiva de autor, de autores melhor dizendo: Daniel Steegmann, Diogo Moraes Fabio Tremonte, Marcelo Comparini e Rafael Campos Rocha, que expõem suas obras junto às obras de outros agregados, convidados ou não.
A impressão é verdadeiramente, como não poderia deixar de ser, de um arranjo fruto da vontade; na verdade como grande parte do que está em exposição; esculturas feitas em massa de modelar são apresentadas sobre prateleiras – aquelas de mão francesa – com desenhos delas mesmas e textos explicativos meio literários, crônicas, emoldurados e pendurados na parede, uma delas “macho alfa assassinado por seus filhos” tem uma pegada Medardo Rosso com Giacometti, muito boa por sinal; desenhos de observação em pequenos pedaços de papel feitos por alguém que, muito provavelmente, caminha bastante pela cidade, têm como suporte envelopes plásticos com pequenos bolsos; uma mesa que começa a saltar do meio do nada acionada por uma furadeira instalada em seus pés; uma prateleira cheia de pequenos objetos criados como um par de pés de espuma calçados em chinelos de dedo; rolos de durex desenrolados de forma artística; um computador antigo serve de DVD player para uma seqüência de vídeos, desenhos pornôs com mulheres sendo penetradas por pênis isolados do corpo masculino, tudo isso e muito mais.
Gabinete é a visita a uma idéia, uma idéia que tem frescor, embora não seja necessariamente original. O frescor vem pela sinceridade da exposição que em poucos momentos pode ser questionada, uma das vezes em que isso ocorre é na falta de título e autoria de todas as obras, algo meio em voga e que, como todas as coisas em voga, são derrubadas no primeiro vento forte, mas que pode ser considerada se pensarmos que estamos realmente na cabeça de alguém – embora não acredite que dentro da cabeça de quem pensou nisso a imagem, o título e a autoria de cada trabalho estejam dissociadas.
Às obras em exposição se juntarão outras de outros artistas ou dos mesmos, a exposição é algo em movimento, tem memória, é como na mente de alguém vivo, coisas virão agregar-se e formarão inevitavelmente um conjunto coeso, já que o que os une é exclusivamente a vontade e nesse jogo a vontade pode tudo.
Essa mostra parece querer provar uma tese: o homem é o inventor dele mesmo, da sua cultura, do pensamento, do seu sexo, quem sabe até da sua condição sobre o planeta ou dos seus impulsos: não há atavismo que resista à luta pela igualdade. Enquanto há machesa, há viadice, há diferenças, há talento e há mediocridade há também o domínio da idéia sobre o mundo, que se dará inexoravelmente, já que esse último também é inventado e, como uma argila obediente e sem vontade, cederá e se deixará reinventar; mas enquanto isso não acontece quantos machos alfa terão que ser mortos?
Nossos curadores voluntários apresentam, talvez involuntariamente, uma exposição com a cara do nosso tempo, é uma exposição viva, é a institucionalização com organicidade; esse novo organismo crescerá e se desenvolverá se escapar do controle de seus idealizadores. Estarão eles dispostos a chegar no ponto do aperfeiçoamento total? A instituição viva que se alimenta de artistas? É para lá que caminhamos, afinal vivemos já há algum tempo a era da criação e da destruição do criado, e se isso for assim mesmo haverá uma escultura “artistas matam instituição alfa” e tudo estará resolvido. Conhecem um pequeno rato que vive no deserto que quando vence uma luta com um inimigo de seu porte, sobe no primeiro montículo de terra, bate no peito e ruge como um leão? Somos assim, lutamos nossa batalha cotidiana e depois a glorificamos em rituais como exposições, por exemplo.
Gabinete audaciosamente inverteu o jogo curatorial em seu favor, todo o poder de supressão e limitação dos quais as curadorias temáticas são acusadas, foram usados pelos autores para proteger seus trabalhos do embate direto com o público, põe-se tudo no mesmo caldo de radicalidade, novidade e liberdade: o que é uma pena para as boas obras apresentadas, e no fim sobram as obras, livres de qualquer argumento usado para justificar sua existência que precise ser lido mas não possa ser visto.
WMT - 15-11-2008
Projeto Gabinete na Galeria Virgilio até 4 de dezembro de 2008.
english
novembro 13, 2008
28ª Bienal São Paulo vista por Dominique Païni
O crítico de arte francês, Dominique Païni, que recentemente esteve em São Paulo falando no seminário Ainda Cinema, organizado por Katia Maciel no Itaú Cultural, enviou para o Canal o seu testemunho visual da 28ª Bienal de São Paulo.
O segundo andar do prédio da Bienal de São Paulo.
Escalpos, trabalho de Dora Longo Bahia aplicado ao piso do 3º andar da Bienal de São Paulo (leia entrevista no sítio da 28ª Bienal).