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maio 19, 2021

1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira por Raphael Fonseca

Apresentação do curador Raphael Fonseca sobre a mostra no CCBB do Rio de Janeiro:
1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira

Há muitas formas de olhar, pesquisar e estruturar uma exposição a respeito da história da arte no Brasil. A reunião de obras que vocês verão aqui teve um ponto de partida: a coleção formada pelo casal Andrea e José Olympio Pereira no decorrer de suas vidas.

Tendo como opções mais de duas mil obras majoritariamente feitas por artistas brasileiros em um arco cronológico que se estende do começo do século XX à produção de arte hoje, um desejo começou a se moldar: enfocar trabalhos assinados nas últimas quatro décadas. Diferentemente de outras exposições em torno desta coleção, esta mostra traz ao público a possibilidade de olhar especialmente para obras e artistas que compõem o que convencionamos chamar de “arte contemporânea brasileira”.

Dentro desse recorte, há, novamente, diversas opções curatoriais que poderiam ser oferecidas ao público: realizar uma exposição dividida cronologicamente? Separar os trabalhos a partir de suas mídias? Após muita reflexão, esta exposição foi estruturada em oito núcleos pensados especialmente para as oito áreas do primeiro andar do CCBB. Em cada um desses espaços, um recorte é sugerido a partir da observação dos trabalhos das centenas de artistas que compõem esse acervo – diferentes gerações, tamanhos, pesquisas e linguagens dialogam em oito pequenas exposições dentro do mesmo projeto.

Cada uma dessas salas foi intitulada a partir de uma obra; no lugar de o curador definir um nome para cada núcleo, atenção foi dada à maneira como os próprios artistas intitulam suas criações e como alguns desses nomes sintetizam as relações aqui propostas. Como o público atento perceberá, há obras que poderiam estar em mais de uma sala, assim como há diferentes títulos que poderiam nomear o mesmo núcleo. Como em qualquer outra exposição, o que temos perante os nossos olhos é uma organização temporária de objetos, imagens e ideias dentro de um mesmo espaço que apontam para várias direções.

Fica o convite para que o visitante percorra estas salas, repare nas obras que mais chamaram sua atenção e, posteriormente, reflita sobre novas e infindas maneiras de criar conversas entre tantas obras importantes e, por muitas vezes, já consideradas clássicas dentro das narrativas da história da arte no Brasil. Esta exposição se configura, portanto, como uma oportunidade importante de ver – gratuitamente – na esfera pública trabalhos de arte que compõem uma das coleções privadas mais importantes de artes visuais do país.

Posted by Patricia Canetti at 11:26 AM