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março 29, 2018

Só se for para o fundo do Mar por Hugo Fortes, Marcos Martins, Yiftah Peled

O corpo foi sempre um objeto visado. Situado na encruzilhada das lutas ideológicas, ele vem sendo submetido às instâncias jurídicas e religiosas, sob apelativos conceitos morais que interferem na estruturação dos formatos das interações humanas. Porém, culturas diferentes e épocas distintas apresentam acordos dicotômicos sobre seu uso. Se observamos essa condição, dela surge a desejada impossibilidade de universalização e de um acordo sobre esse objeto.

Como ponto de tensão entre o social e o particular, o corpo é um instrumento expressivo para as poéticas artísticas contemporâneos que buscam polemizar e lançar uma pluralidade de seu uso e de desestabilizar as tentativas de seu adestramento ou padronização.

A arte questiona o grau de liberdade que possuímos para usar o corpo e os formatos permitidos para sua representação, fazendo surgir sua materialidade avassaladora, questionando a validade do seu empréstimo e provocando o direto de manipulá-lo e transformá-lo, para além do formato recebido como ‘natural’.

A época atual tumultua a relação do direito sobre o corpo em sociedades que assumem premissas controladoras e preconceituosas típicas de religiões fundamentalistas e de regimes autocráticos, resultando em privação de direitos, perseguição de minorias e espetáculos de destruição de histórias outras.

No Brasil, a crescente e assustadora influência de setores religiosos na política está transformando o país gerando impactos, uma campanha contra a classe artística manifestada em tentativas de censura e leis com objetivo de transformação de direitos lançada via discursos pseudo morais.

O ataque contra a liberdade da/na arte e contra várias instituições de cultura por todo o país encarna-se no Espírito Santo através do projeto de lei do Deputado Euclério Sampaio com objetivo de censurar o corpo nu em exposições de arte.

No 35. Panorama de Arte Brasileira no MAM de São Paulo o artista Wagner Schwartz apresentou a performance “La Bête” deslocando a ideia da obra da Lygia Clark para seu corpo. A obra foi alvo de polêmica e censura gerada por setores conservadores em São Paulo.

Em outubro de 2017, a expo “Queer Museu” foi fechada sob pressão do Movimento reacionário de extrema direita Brasil Livre (MBL) no Instituto Santander Cultural em Porto Alegre.

O diretor do Museu de Arte do Rio (MAR) ofereceu-se para abrigar a mostra, sob intensa e oportunista polêmica da mídia e da comunidade religiosa e sob a reação das classes artística e intelectual. O evangélico Marcelo Crivela, prefeito da cidade do Rio de Janeiro, opôs-se a receber a exposição sob apelos de “conteúdos impróprios”. Na ocasião Crivela declarou que a exposição não viria ao Rio: “Saiu no jornal que vai ser no MAR. Só se for no fundo do mar”.

A exposição aqui proposta denominada Só se for no fundo do MAR surge então como reação a essa declaração; uma tentativa de inverter o afogamento da arte, propondo um mergulho exploratório.

A mostra faz surgir as estranhas e maravilhosas criaturas alienígenas submarinas, polemiza o lugar do corpo e desestabiliza o adestramento.

Um investimento artístico que crê na possibilidade de inverter um jogo perverso de poder e acariciar coletivamente o carrasco.

Nesse sentido, os organizadores dessa mostra expressam, primeiramente, uma eterna gratidão ao prefeito Marcelo Crivela por impulsionar esse mergulho em águas profundas de incerteza e possibilidades.

Posted by Patricia Canetti at 8:38 AM