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setembro 24, 2017
anoitecer, amanhecer: desalerta por Marco Veloso
anoitecer, amanhecer: desalerta
MARCO VELOSO
Após a transição efetuada através das armadilhas visuais, com a composição dos modelos de origem abrindo caminho por um espaço de trabalho antes compacto, meu desenho atual acontece, sincrônica e diacronicamente, em diferentes planos comunicáveis.
Por exemplo: um primeiro plano, no qual são geradas proto-imagens ainda não destinadas às suas formas finais; e, uma segunda dimensão, onde o traço aparece em suas linguagens próprias.
Ao mesmo tempo, os pré-esboços vêm somar-se ao campo de ação do grafismo, o qual, anteriormente, absorvia todo o trabalho.
Na verdade, o impulso racional e emocional separou-se do simples ato de desenhar.
De maneiras independentes, embora conjuntamente, os modos de compreensão e o gesto orientado constroem cada objeto esboçado e configurado.
Analogamente, vamos além da unidade fechada das paisagens abstratas (das tonalidades em carvão) e dos entrelaços característicos das armadilhas, das quais o olhar busca livrar-se.
Agora, os controles motores e visuais são conduzidos pelas motivações de modo a criarem figuras dinâmicas com espaços definidos.
Mas, também podemos dizer, de forma aparentemente contraditória, que as próprias composições preparam os meios físicos e, mesmo, conceituais para a tarefa que virá trazê-las à luz.
Este fato revela a nova importância que passa a ter o desenvolvimento de tais figurativos no andamento do trabalho.
Lembremos, ainda, que os desenhos não partem mais de modelos prévios, mas procedem de pré-esboços, de esboços de esboços.
28 de setembro de 2017
Marco Veloso