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novembro 11, 2014
Performatividade | Memória por Ananda Carvalho, Christine Mello e Josy Panão
Performatividade | Memória
ANANDA CARVALHO, CHRISTINE MELLO E JOSY PANÃO
Perfomatividade | Memória, Paço das Artes, São Paulo, SP - 09/11/2014 a 07/12/2014
A exposição aborda a história do Paço das Artes pelos estados performativos, o que exige repensar práticas nele vivenciadas em diálogo com a performance.
O termo performatividade implica a realização de um ato. Significa a ação de fazer ou instaurar algo. A distinção entre performance – como manifestação situada na história da arte – e performatividade – que amplia a noção de performance para diferentes contextos, meios e linguagens – é muitas vezes difusa. Esse se torna, então, um importante ponto de inflexão, hoje, nos modos de produção, recepção e circulação da arte.
Ao pesquisar os arquivos do Paço, a curadoria elege formas descentralizadas de pensar a performance, ressaltando seus aspectos não específicos. Observa-a, com isso, como uma extremidade performativa que interliga diferentes práticas. Já a memória é experimentada em suas tonalidades subjetivas, descontínuas e não lineares. Nosso objetivo não é abarcar, portanto, os mais de quarenta anos do Paço das Artes, mas jogar simultaneamente com noções de performatividade e memória sob a forma de eixos curatoriais porosos que se complementam e se interconectam.
No eixo Ações performativas, as atenções direcionam-se para trabalhos artísticos/curatoriais apresentados anteriormente no Paço. Neste eixo curatorial estão trabalhos de Cláudio Bueno, Daniela Mattos, Denise Agassi e Paula Garcia. A ideia é reativá-los de modo propositivo. Ressalta desdobramentos, ou novas versões, que não só tornam vivos os trabalhos, mas também ampliam a experiência para além da mera documentação, reapresentação ou reencenação.
O eixo Ações curatoriais é constituído como um dispositivo de pesquisa em processo. Busca, dessa forma, rastros do trabalho Persona, do artista Roberto Campadello, que figura como a primeira performance (1976) no arquivo da instituição. Convoca João Índio, que atua no Paço desde 1988, à ação de materializar o arquivo vivo por meio de seus depoimentos. Compreende, também, a performatividade dos processos discursivos, por meio de textos curatoriais e críticos encontrados em catálogos, cartazes e no site da instituição.
Grupo de Estudos Curatoriais Extremidades
Ananda Carvalho,
Christine Mello
e Josy Panão
EM TEMPO
A mostra Performatividade | Memória oferece continuidade a residência do Grupo de Estudos Curatoriais Extremidades. Com a exposição aberta, os encontros procuram constituir materialidades a um dispositivo de curadoria em processo. Estes encontros (14/11 e 05/12) convidam João Índio para depoimentos que trazem à tona, através de suas experiências, a performatividade da memória do Paço das Artes, familiares do artista Roberto Campadello para uma conversa sobre a performance Persona, ocorrida na instituição, em 1976, e Marcos Moraes (responsável pelo acompanhamento conceitual do projeto) e Ananda Carvalho para falarem sobre a performatividade e os processos curatoriais.