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janeiro 31, 2014

Textos críticos da III Mostra do Programa de Exposições 2013 do CCSP

Artistas convidados para a III Mostra do Programa de Exposições 2013 do CCSP

Carla Zaccagnini

CARLA ZACCAGNINI, FLORA LEITE, JAIME LAURIANO E LEONARDO ARAÚJO

Não dito por dito

O presente projeto é resultado, ainda parcial, de uma residência de pesquisa no Arquivo Multimeios (coleção de documentos sobre a produção cultural em São Paulo, iniciada em 1976 pelo extinto IDART e mantida no CCSP). Debruçamo-nos, por ora, sobre as áreas de Comunicação de Massa (Rádio), Artes Cênicas (Teatro) e Cinema, a que cada um dos colaboradores se dedicou, respectivamente.

A partir das características do arquivo – seus anos de atividade mais intensa, seus mecanismos de busca, criação e integração de material, seus modos de catalogação – pensou-se num recorte que evidencie, além da documentação ali reunida, a posição sempre histórica e subjetiva do pesquisador. Partimos de uma pergunta sobre aquilo que é invisível, aquilo que pode estar silenciado e que só se revela por meio de alguém que aponta (ou projeta) esses conteúdos disfarçados ou dormentes.

Buscamos, portanto, nesse arquivo momentos em que se torna patente uma estratégia de resistência à censura; maneiras codificadas de dizer o que se precisa e deseja, esperando do receptor a chave da decodificação (e esperando que alguns não a encontrem). O som de uma peça de teatro em que se ouve os atores gritando receitas culinárias; um programa de rádio em que o entrevistado deixa escapar uma frase ambígua; um cartaz de cinema que aproxima dois momentos históricos para lançar nova luz sobre acontecimentos presentes, etc. E também as estratégias encontradas para deixar adivinhar uma cena de sexo ou a nudez que não pode ser explícita. A censura aproxima estranhamente a política do desejo.

Por meio dessa busca se revelam os mecanismos de projeção, as vontades e as referências que podem levar o pesquisador a supor aquilo que não é evidente. Os detalhes (o tom irônico na voz do entrevistado, talvez, ou uma interrupção na fala), os indícios (algo que se soube depois sobre um determinado período, veículo ou autor) e os atalhos do pensamento a que chamamos intuições, que nos permitem tomar por dito o não dito.

Luciana Ohira e Sérgio Bonilla

RENAN ARAÚJO

Os trabalhos que aqui se apresentam nos levarão a lugares remotos

O sentimento de busca estará sempre presente em nossa curta passagem pela Terra e a imagem gravada nos olhos, no tempo e na tela, será registro vivido, amado e sonhado das trocas entre seres, objetos e demais classes de coisas que existem noutros planos. Mas o aparecimento recorrente de imagens lastreará também ideia fixa – tanto naqueles investidos de invólucro quanto nos já despidos de veículo terreno – prendendo-nos a existências que não se conjugam mais. Em alguns casos a raiva ancora os despidos em seu leito e, em outros, a condição se dá pela espera de um chamado.

George Chamberlain aguarda a ressurreição enquanto o morador da família Lane recorda em detalhes a queda de um avião enviado dos céus. E como saber se isso tudo que vivemos não é uma repetição de outro momento, uma imitação da qual nos salva apenas nossa imperfeição em copiar ipsis litteris o jugo normativo dos meios?

Embora diga-se que devemos prova diária de nossa boa fé e caridade, digo apenas para seguirmos o caminho aprendendo a desviar das artimanhas daqueles que não tenham aos demais em boa conta.

Artistas selecionados para a III Mostra do Programa de Exposições 2013 do CCSP

Daniel Escobar

DANIELA CASTRO

Sorte no jogo, azar no amor

As aparentes dicotomias exterior-interior, em Paredes Falsas (2013), comunicação-contemplação, em Permeável (Perto Demais) (2012), e tudo-nada, em Aposta (2013), parecem tratar-se de um cheque-mate dialético, mas não. Os três trabalhos apresentados por Daniel Escobar na Galeria Olido como parte do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo de 2013 somam intercursos cruzados entre si, dentro da narrativa expositiva, e para além-muros, numa narrativa da burocratização da espontaneidade que costura nossas relações na e com a cidade contemporânea. As estruturas arquitetônicas provisórias do outdoor publicitário com o painel temporário do espaço expositivo das Paredes Falsas ilumina a equivalência do ato de contemplação ao de consumo da arte. Permeável (Perto Demais) consiste em camadas de imagens fúteis – a partir de imagens excedentes de empresas de colagens de cartazes em outdoors – perfuradas e sobrepostas de modo a interromper a funcionalidade imediatista e histérica das imagens publicitárias, criando uma paisagem de representações carregadas de silêncio sinuoso. O “painel eletrônico” estático de Aposta, que alude ao enriquecimento fácil ao alcance de qualquer jogador, sugere que a própria vida se tornou uma grande loteria: numa sociedade de contornos políticos de favoritismos, elitismos e privilégios concedidos a alguns, o mérito não tem lugar; a sorte vira um elemento determinante na condução da vida, atrofiando a capacidade do livre-arbítrio. O espontâneo não está no jogo, está no amor. Azar…

Keyla Sobral

CARLOS EDUARDO RICCIOPPO

A banalidade, o lugar-comum, as sentenças “já prontas” e as pequenas notações em forma de clichês compõem como que um léxico próprio aos bilhetes. Talvez mesmo uma forma própria ao recado e à memória. Nesse vocabulário, tudo é transparente, tudo é significado imediato, mas, também, todo sentido é opaco. A pessoalidade – qualquer que seja ela – parece residir exatamente em que tais ideogramas, hieróglifos ou combinados encerrados de palavras e imagens tomem um passo à frente da linguagem, uma dianteira, e se demonstrem completos em si mesmos, sem a necessidade comunicativa implicada num “falar sobre si”. Não se trata tanto de expressões de uma vida interior, de impressões mais ou menos reflexivas sobre pequenos fatos; antes, esse vocabulário é marcado pela combinação precária, cambiante de formas muito esvaziadas de sentido próprio (os tais clichês), que, no entanto – e esta parece ser a aposta dos trabalhos que Keyla Sobral apresenta nesta mostra –, eventualmente são capazes de reter alguma coisa; quem sabe, pequenas digressões íntimas, ainda intuídas, ainda não disponíveis ou avessas ao escrutínio do pensamento.

Maíra das Neves

CAYO HONORATO

Sempre foi máxima praticada por todas as nações conquistadoras introduzir nos povos conquistados seu próprio idioma, por ser este um dos meios mais eficazes para se desterrar de tais povos a barbárie de seus antigos costumes. A experiência nos mostra que, ao mesmo tempo que se lhes introduz o uso da língua do príncipe que os conquistou, também se lhes inculca o afeto, a veneração e a obediência ao mesmo príncipe. Todavia, no Brasil, praticou-se o contrário: os primeiros conquistadores só cuidaram de estabelecer aí o uso da chamada língua geral (o nheengatu, uma derivação do tupi antigo), invenção verdadeiramente abominável e diabólica. Para desterrar este pernicioso abuso, um dos principais cuidados será estabelecer o uso da língua portuguesa, não consentindo por modo algum que os meninos e meninas nas escolas e todos aqueles índios que forem capazes de instrução nessas matérias usem a língua própria das suas nações, nem a chamada língua geral, mas unicamente a portuguesa.

(Texto adaptado do diretório de 1758, que proibiu oficialmente o uso do tupi moderno no Brasil)

Newton Goto

LILIANE BENETTI

Pop-nos dessa

Newton Goto apresenta na III Mostra do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo uma variação especificamente desenvolvida da obra MetaSplash para a Galeria Olido e arredores, após um mapeamento prévio daquela região. Na versão paulistana, MetaSplash traz em destaque frases como "O sertão vai virar soja e a cidade, estacionamento", "Mercados emergentes, civilizações ancestrais submersas", "O capitalismo canibalizou a antropofagia" e "Pop-nos dessa", mimetizando a visualidade dos anúncios promocionais – balões de comunicação no formato de explosão, nas cores amarela e vermelha. As mensagens contidas no trabalho destinam-se não apenas aos visitantes da exposição, mas também aos pedestres das ruas circundantes, já que a obra desdobra-se para além do espaço expositivo. Transitando num limiar tênue entre palavras de ordem, slogans de contracultura e o nonsense, as frases são criadas ou apropriadas por Goto a partir da experiência com o meio urbano e pretendem responder criticamente ao que o artista reconhece enquanto um fetiche mercadológico presente na nossa sociedade.

Pedro Wirz

PAULA BORGHI

A Crítica conta para Personagem 1, Personagem 2 e Personagem 3 o que entendeu da fala do Artista. Nesta conversa, um telefone sem fio se constrói, e tem como última palavra este texto, contato pela Crítica, nas palavras de Personagem 1, Personagem 2 e Personagem 3.

Personagem 1: tradução da palavra em matéria/filtros que se transformam/tentativa de chegar ao entendimento do outro/a partir de uma ideia, reconfigura-se a imagem projetada.

Personagem 2: palavra em escultura passando pelo desenho/o entendimento do outro e de uma cultura/trabalho infinito.

Personagem 3: resultado a partir do imaginário e as experiências não são compartilhadas/as pessoas criam uma imagem a partir da experiência e seu imaginário pessoal.

Escrito o texto, a Crítica assina seu nome.

Thiago Gonçalves

CARLOS EDUARDO RICCIOPPO

O trabalho que Thiago Gonçalves apresenta agora chama a atenção para uma noção que em arte possui longa trajetória, mas que parece hoje ter caído um tanto em desuso: a técnica. É ela a protagonista do contraste entre a “gestualidade” dos elementos de dentro do prédio e o arcabouço geometrizante que se distribui nos objetos do lado de fora – entre as estruturas mais arcaicas de secagem de carne, feitas de pontaletes, e as “geladeiras”, de arquitetura mais corrigida. O trabalho não é feito de objets trouvés, mas de objetos construídos pelo artista, que observa, nesses dois tipos de estrutura, a relação entre sua forma e sua função. Talvez não fizesse sentido expor, ali, estruturas simplesmente exemplares de secagem das carnes, e daí o fato de que o artista leve a cabo o processo nas “geladeiras” em frente ao prédio – versões mais protegidas e adaptadas daqueles “varais” de dentro, decorrentes de sua precariedade, em algum momento acusada pelo sanitarismo. Servir a carne seca na abertura da mostra talvez seja a consequência natural da curiosidade que o trabalho demonstra em relação a esses objetos; reconstruí-los, mas também utilizá-los, deve ser um modo mais direto de compreendê-los, espreitando, neles, algum limite a partir do qual revelem uma possível dimensão estética.

Posted by Patricia Canetti at 8:50 AM