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abril 20, 2007
) (Parte da) Cena Alternativa Contemporânea (nas Artes Visuais Carioca) (, por Rubens Pileggi Sá
) (Parte da) Cena Alternativa Contemporânea (nas Artes Visuais Carioca) (
RUBENS PILEGGI SÁ
Primeiras impressões:
1 - Evento SEX_ARTE nos Hotéis Nicácio e Paris
Ocupando hotéis de alta rotatividade no centro da cidade, em volta da Praça Tiradentes, o SEX_ARTE é um evento que reuniu exposição de quadros e objetos de arte, festas e pintura mural/grafite nas paredes dos quartos e no hall de acesso desses locais onde garotas de programa ganham a (doce?) vida.
Conduzido pelas batutas de Beto Roma e Raquel Balassiano, o que há de alternativo, de fato, é o lugar e as pessoas que freqüentam os quartos do hotel. Já a arte exposta (e o discurso sobre ela e sobre o evento) parece mirar mais para o outro lado da praça. Ou seja: Centro Hélio Oiticica e Galeria Gentil Carioca (vizinhos dos hotéis). Inclusive um dos artistas está expondo em uma coletiva no Paço Imperial, com um trabalho que corteja, ao mesmo tempo, a gravura, a ilustração e a pintura.
2 - Espaço CAPACETE
Aproveitando a presença de artistas-residentes no espaço Capacete, em Santa Tereza, três artistas - Ricardo Basbaum (Brasil), Dominique Gonzalez-Foerster (França) e Kristofer Paetau (Finlândia) - apresentaram seus trabalhos, conceitos e poéticas, projetando imagens em um telão, no quintal, para uma platéia de amigos que lotou a casa.
Ricardo Basbaum - NBP
Basbaum mostrou seu projeto NBP, um "work in progress" que vem se desenvolvendo há anos, mas que agora, por conta do convite da Documenta de Kassel, ganhou reforços. Basicamente foi mostrado o site onde as interações estão sendo feitas e alguns relatos de experiência.
Basbaum preparou vinte objetos que são distribuídos para as pessoas a partir de uma pergunta, que é: "você gostaria de participar de uma experiência artística?" e a partir daí, se a pessoa topar, ela leva o objeto metalizado e pintado com ela e faz dele o que bem entender. E depois passa ele para frente, de novo.
Só para constar, vai aí o site do NBP e uma crítica de Victor Rosa (vale ler os comentários) - sobre um incidente que aconteceu em Santa Catarina - também, para quem quiser entender melhor o projeto e ver o objeto:
www.terreno.baldio.nom.br/basbaum/portal_nbp.htm
www.netprocesso.art.br/oktiva.net/1321/nota/32121
Dominique apresentou trabalhos que dialogam/se opõem à arquitetura modernista.
E, por último, se apresentou Kristofer, que trabalha geralmente criando vídeos ou documentando suas performances, que são, na maioria, irônicas, debochadas e escatológicas, de forte conteúdo crítico.
Performance de Kristofer Paetau
Paródias como a do quadro Almoço na Relva, de Manet, onde atores pornôs contracenam tentando falar frases em francês, que desconhecem, enquanto praticam sexo e lancham, tornam a situação bastante bizarra. Os trabalhos podem ser vistos, também em www.brodypaetau.com
3 - Espaço CAPACETE
O próprio Espaço Capacete, que não é só um lugar, mas uma idéia em circulação que se faz presente em várias ações, também não deixa de ser um «espaço alternativo». Melhor, talvez, a palavra Independente... é complicado definir essas coisas. Não pela sua fisicalidade ou pelos meios os quais o projeto Capacete vem se desenvolvendo, mas como proposta ética e estética de seu autor, o artista Helmut Batista.
Ao criar condições para que outros artistas mostrem e circulem com seus trabalhos, oferecendo residências e possibilidades de trocas e informações entre artistas de origens diferentes, Helmut também faz dessa atitude uma forma de poética pessoal bastante contemporânea.
4 - Mostra e resultado de worshop dos artistas franceses Sebastién Perroud e Xavier Quérel com alunos de artes da UFRJ e de cinema da UFF, no Parque das Ruínas, em 31 de março
Precedido por vários dias de oficinas e montagem dos trabalhos, os trabalhos apresentados no Parque das Ruínas foram ofuscados pela quantidade de pessoas que apareceram na inauguração da mostra e muitas não puderam apreciar as sutilezas da fenda na parede nua de tijolos "costurada" de maneira sutil e delicada como se fosse coisa de aranha, coisa de menina, como se fosse o que de fato era: metáfora e matéria, tentativa e conclusão de um pensamento plástico resolvido em termos de superfície e suporte.
Outros trabalhos interessantes eram as gaivotas projetadas em filme 16mm no pedaço de teto da ruína, o fio metálico que ficava incandescente quando alguém passava pelo sensor de presença, mas que não funcionou direito no dia. E os ruídos produzidos pela parafernália low tech pilotada no térreo da construção, como escultura sonora.
Independente, mesmo, no caso, é o projeto dos franceses, produzido pela mulher de Perrout, e que percorre outros lugares além do Brasil, patrocinado por várias instituições e amarrado de modo a viajarem pelo mundo, propondo esse tipo de coisas...
5 - Mostra de vídeos e música alternativa na Lapa, organizado pelo Fernando de la Roque e pela Érika Fraenkel
Só peguei a última música da noite. Mas era a Érika e o de la Roque. E eles são demais! E são alternativos e independentes, também. O que não quer dizer nada, afinal, a não ser que a experimentação é mais plausível nesses casos. E isso pode querer dizer tudo. Pois a premissa da experimentação é a liberdade...
(...)"fenda na parede nua de tijolos "costurada" de maneira sutil e delicada como se fosse coisa de aranha, coisa de menina" era na verdade coisa de menina mesmo, um trabalho da artista Gabriela Mureb que também fez uma performance no local.
Posted by: Leonardo Ayres at abril 27, 2007 11:53 AMa performnce de Kristofer é filmada ou foram usados atores locais?
eu queria ver a cena carioca atuando ao vivo.
tudo haver com CUUradoria
pena só ter citação de poética e nenhum link prá coisa legal de fato.
essa coisa de sexo em hotel fuleiro é mais velha que a serra.prá variar tudo sendo ESTETIZADO,e é tão bobo ,mas pode render 250 laudas e encadernação e não sei quantos euros mais passagens aéreas ...
tudo muito bobo