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junho 13, 2020
Nova diretoria no MAC USP
Ana Gonçalves Magalhães será a diretora do MAC USP para o período 2020-2024, ao lado de sua vice-diretora Marta Bogéa (FAU USP).
Ambas venceram a chapa formada por Martin Grossmann (ECA USP) e Mauricio Pietrocola (FEUSP). O processo aguarda a homologação do reitor para ter prosseguimento, já que a atual gestão, de Carlos Roberto Brandão, termina no dia 13 de julho.
Plano de Gestão: O MAC USP NO SÉCULO 21
Chapa:
Profa. Dra. Ana Gonçalves Magalhães (candidata à diretora)
Profa. Dra. Marta Bogéa - FAU USP (candidata à vice-diretora)
Em 2023, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) completa 60 anos. Em suas seis décadas de existência, e agora em uma sede única que tem visto o crescimento significativo da visitação pública a suas exposições e demais atividades de pesquisa e extensão, ele é uma instituição histórica com uma grande contribuição para o conhecimento e divulgação das artes visuais dos séculos 20 e 21. Museu público, de acesso gratuito, o MAC USP é um espaço consolidado de produção de conhecimento e reflexão crítica, com grande potencial de ser uma porta aberta da Universidade à comunidade. Seus acervos (obras de arte, biblioteca e arquivo histórico) são reconhecidos internacionalmente e constituem o mais importante patrimônio artístico brasileiro em sua tipologia.
Em sua nova sede no Parque do Ibirapuera, o MAC USP poderá ampliar seu potencial de diálogo com a sociedade, através de um programa consolidado de atividades culturais e da plena realização das metas de seu Plano Acadêmico e de seu Plano Museológico, publicados pela primeira vez em 2018. Estes apontaram para uma característica especial do MAC USP: por ser um museu universitário, ele deve ser entendido como espaço privilegiado de formação em vários níveis. Na docência, deve ampliar a participação dos alunos da Universidade em suas disciplinas de graduação e em seus programas de pós-graduação, dando continuidade ao cumprimento do papel que assumiu desde sua criação na USP, isto é, a formação de quadros especializados nas áreas de conhecimento que se refletem em suas linhas de pesquisa. Na pesquisa, deve consolidar processos de internacionalização e coordenação de projetos envolvendo pesquisadores de outras instituições brasileiras e do exterior, bem como jovens pesquisadores em nível de pós-doutorado. Na área de cultura e extensão, deve buscar consolidar seu programa de atividades expositivas, suas atividades de ação educativa, seus cursos de extensão e outros eventos culturais e artísticos, voltados para o estudo e extroversão de seu acervo e criar possibilidades de apoio e difusão da produção artística, numa perspectiva crítica e autônoma. Para tanto, o braço de cultura e extensão deve estar aberto às grandes questões da contemporaneidade, bem como à diversidade cultural e à participação de diferentes grupos sociais.
Os desafios do MAC USP para a próxima década não são poucos. Tornaram-se ainda maiores diante da nova realidade que deveremos enfrentar com um mundo que está vivendo a maior pandemia do século 21, e a grave crise econômica por ela gerada. Eles só poderão ser superados, a nosso ver, se o Museu for capaz de se reconhecer como um corpo coeso e como um valor social, tanto por seus funcionários (da direção à segurança), quanto por seus frequentadores. A gestão de uma instituição com este perfil deve prezar pela transparência e apoiar-se nas decisões colegiadas, das quais participam docentes, funcionários e alunos. Somente assim é possível garantir a autonomia e a manutenção do Museu como espaço de livre-pensamento e estímulo às formas livres de expressão. Ademais, a nova direção do MAC USP deverá estar atenta às vicissitudes que seu corpo funcional e docente viverão diante dos desafios que enfrentaremos. Os dois planos de demissão que depauperaram o quadro funcional da USP, a não continuidade do plano de carreira dos funcionários que havia sido iniciado entre 2010 e 2012, tiveram enorme impacto nas equipes, e isso deverá ser reavaliado com sensibilidade pela nova gestão do Museu. A mesma sensibilidade deve prevalecer no trato com o corpo docente, que teve perdas significativas no último ano, e que, esperamos, sejam minimamente mitigadas pelos dois concursos em andamento.
Os dois maiores desafios para o MAC USP, no atual contexto, são de um lado, sua autonomia financeira - principalmente diante de um quadro de recessão econômica, que se anuncia pós-pandemia da Covid-19 -, e de outro a continuidade da sua missão como espaço de acolhimento da reflexão crítica, da participação de diferentes grupos sociais e da diversidade cultural. No que diz respeito à sua missão, principalmente no tocante ao público do museu, ela terá de levar em consideração a nova realidade das instituições culturais, de um modo geral, em um mundo pós-pandemia. Isso envolverá, por exemplo, um empenho do MAC USP em se atualizar em relação às formas digitais de comunicação.
Pretendemos enfrentá-los através do plano de metas que detalhamos a seguir. São pontos que levantamos para que sejam discutidos nos colegiados do MAC USP e neles consensuados. Esperamos assim, não só respeitarmos a missão do Museu e as diretrizes de seus Planos Acadêmico e Museológico - pautados pela pesquisa acadêmica do Museu -, mas também termos uma postura democrática e transparente na gestão desta, que é uma instituição pública.
DOCÊNCIA
Vagas docentes: em 2019, o Museu recebeu 2 vagas docentes que ajudaram a recompor seu quadro docente. No entanto, o Plano Acadêmico aprovado pelas comissão de avaliação acadêmica da USP prevê uma ampliação deste quadro, que pretendemos continuar a perseguir - sobretudo diante da implantação da terceira linha de pesquisa ali prevista, e recomposição da linha de pesquisa em arte e educação.
Colaborações com outras unidades e docentes em vinculação subsidiária: ampliação de parcerias em projetos de pesquisa, docência e extensão com outras unidades da USP e estímulo à vinculação subsidiária de docentes de outras unidades, que nos auxiliariam a efetivamente promover pesquisa e atividades interdisciplinares no Museu, a partir de suas linhas de pesquisa e sua missão institucional.
Elaboração do novo Plano Acadêmico do MAC USP(2023-2027): que deverá ser discutido a partir das metas alcançadas dentro do Plano Acadêmico 2018-2022, mas que se trata de um documento que o MAC USP deve elaborar, a cada 4 anos, para as comissões de avaliação permanente da USP.
CORPO FUNCIONAL
Qualificação e atualização dos funcionários do MAC: o Museu possui, em seus quadros,alguns técnicos e funcionários altamente capacitados. Mas será preciso que haja uma qualificação sobretudo dos setores ligados às atividades-meio, bem como uma atualização de alguns setores ligados às atividades-fim. Considerando-se que haverá a retomada da progressão horizontal da carreira funcional, entendemos que isto será muito oportuno, pois estimulará os funcionários do Museu a se aperfeiçoarem em várias áreas. Ademais, buscaremos estimulá-los através da participação em cursos de capacitação e aperfeiçoamento em parceria com instituições afins, no Brasil e no exterior.
PESQUISA
Implantação da nova linha de pesquisa, Processos Curatoriais: através de um dos editais de concurso docente atualmente em andamento, esperamos ter um novo colega docente que será responsável pelo estabelecimento desta nova linha de pesquisa (acordada no Plano Acadêmico do MAC USP), e que envolverá uma maior interação com os processos de trabalho do acervo do Museu, mas também a consolidação do MAC USP como um museu que investiga artemídia.
Parcerias institucionais nacionais e internacionais para apoiar a pesquisa e as atividades de cultura e extensão a ela vinculadas.
Elaboração de uma Política de Acervo: desde a implantação das comissões de pesquisa e de cultura e extensão do Museu, em 2013, vimos elaborando protocolos e sistematizando fluxos de trabalho nestas que são as duas grandes frentes de atuação do MAC USP. No caso da Política de Acervo, sua discussão deverá ser coordenada pela Comissão de Pesquisa do Museu, incorporando documentos já existentes (como a política de empréstimo e a política de doações e comodato) e trabalhando junto à equipe de acervo para estabelecer outros tantos (tais como o manual de catalogação, protocolos e fluxos de conservação preventiva, etc).
CULTURA E EXTENSÃO
Elaboração de uma Política de Cultura e Extensão: assim como no caso da Política de Acervo, a discussão sobre uma ampla política de cultura e extensão deverá ser coordenada pela Comissão de Cultura e Extensão do MAC USP. A atual política de exposições deverá ser revista, e a ela devem ser agregados outros documentos importantes de orientação do programa de extroversão do Museu como um todo, o que inclui eventos, cursos de difusão, especialização e extensão. Este documento também deve ser composto de uma Política de Ação Educativa para o MAC USP.
Retomada da programação de exposições do Anexo Expositivo: dando continuidade à ocupação das galerias do prédio principal do MAC USP com seu programa de exposições, apresentaremos aos colegiados do Museu um programa de exposições para este espaço, que é único na cidade de São Paulo. Nenhuma outra instituição artística na cidade tem um espaço capaz de abrigar projetos site-specific, entre outros, de arte contemporânea, como temos em nosso Anexo Expositivo. Na visão que vinha se delineando desde nossa mudança para a sede do Ibirapuera, ele deverá estar apoiado em um programa de residências artísticas e projetos que envolvam a participação da pesquisa e da formação. Considerando que o MAC USP deverá responder ao centenário da Semana de 22, a proposta a ser apresentada deverá contemplar essa questão.
Renovação da Mostra Permanente de Acervo (2021) e consolidação do Edital de Exposições para artistas emergentes: estas são ações necessárias para a consolidação do programa de exposições do Museu nas galerias do prédio principal.
ADMINISTRAÇÃO
Implantação do novo organograma do MAC: amplamente discutido internamente, o novo organograma foi submetido à avaliação do DRH e aguarda um parecer para sua efetivação.
Elaboração de uma Política de Comunicação Institucional: esta é uma área sensível do MAC. Dela dependerá uma melhor articulação das equipes do Museu no acompanhamento de suas atividades-fim, uma sistematização e direcionamento da divulgação do Museu para dentro e para fora da USP, e o crescimento de seu potencial de angariar recursos e parceiros para tanto.
Elaboração de um Plano Anual de Trabalho do Museu: para as diferentes instâncias de patrocínio à sua programação, ele é um imperativo e deve se tornar rotineiro no Museu.
Resolução da reserva técnica para guarda do acervo artístico do MAC: envidaremos todos os esforços para que o acervo artístico do Museu encontre um local adequado de guarda em caráter permanente. O projeto em elaboração pela SEF deverá ser acompanhado pelas equipes técnicas do Museu, e consensuado através do Conselho do MAC.