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outubro 3, 2015

Transborda na Triângulo, São Paulo

AGENDA SP Hoje 03/10 às 14-19h @ Triângulo: Transborda, curadoria do artista Yuri Firmeza, com a apresentação da banda cult cearense Verônica Decide Morrer http://bit.ly/CasaTria_Transborda

Posted by Canal Contemporâneo on Sábado, 3 de outubro de 2015

A Casa Triângulo tem o prazer de apresentar, a partir de 03 de outubro de 2015, a exposição coletiva Transborda, que reúne a produção de 10 artistas sobre o universo trans, com objetivo de promover a reflexão sobre a questão da identidade de gênero, um tema cada vez mais atual e importante para a sociedade contemporânea.

A mostra é composta por fotografias, vídeos, pinturas, esculturas e performances, além da apresentação da banda cult cearense Verônica Decide Morrer, na ocasião da abertura.

O conceito da exposição, segundo o curador e artista Yuri Firmeza: "A exposição tem mote conceitual o corpo e as relações que ele inventa como forma de resistência. Um corpo problematizador ético-político de questões urgentes à nós. Um corpo que infere críticas aos saberes-poderes hegemônicos, que produz erosões nas estruturas e modelos heterofalocentricos, ciente do caráter performativo do próprio gênero. Um corpo em festa que transborda e faz transbordar.” (ler texto curatorial)

Um dos destaques da exposição é a vídeo-instalação “Sergio e Simone” (2009/2014), de Virgínia de Medeiros, obra exibida na 31ª Bienal de São Paulo (2014) e premiada no 18º Festival de Arte Contemporânea Videobrasil com o Prêmio de Residência ICCo retrata Simone, uma travesti, que morava numa casa arruinada na Ladeira da Montanha, antiga ligação entre a Cidade Alta e Baixa. Como a maioria dos habitantes desta área, uma das mais degradadas da cidade de Salvador, BA, Simone era usuária de drogas e, cerca de um mês depois da primeira filmagem, ele entra em convulsão por causa de uma overdose de crack, seguida de um delírio místico, no qual acredita ter se encontrado com Deus, um encontro que a teria feito escapar da morte. A partir desse episódio Simone abandona a sua condição de travesti, volta para casa dos pais, retoma o seu nome de batismo Sérgio e, num surto de fanatismo, se considera uma das últimas pessoas envidas por Deus para salvar a humanidade.

Sobre a banda:
Liderado por uma transexual, o show começa com a narração do que está escrito na porta do Inferno segundo Dante, como contraponto à antiga vida dessa travesti, que fora evangélica e hoje convertida ao mundo, a música “Testemunho de Trava” abre o espetáculo, versículos bíblicos são citados fundamentando essa nova vida, e levantando questionamentos sobre como figuras como Verônica, por exemplo, são vistas pela sociedade.

A banda é uma resposta inconformada de um grupo de amigos que ousou questionar seu destino e seu espaço, atacando o preconceito de frente. Verónica Valentino e Jonas Sampaio cantam suas inquietações, desejos e protestos, de um ponto de vista de quem está dentro da diversidade sexual e cultural de sua cidade e de seu país. A energia do Rock’n Roll, a batida frenética e tribal brasileira e o glamour de uma Diva são os ingredientes do espetáculo que mostra a versatilidade da arte cearense contemporânea.O comportamento autêntico da banda, a figura performática de uma travesti, a sexualidade tratada de forma natural… Tudo vem gritar pelo direito à liberdade dessas personagens do mundo real, proporcionando ao público a chance de refletir sobre o ser e o estar em mundo que é tão plural, mas onde a diversidade ainda vive em conflito.

Posted by Patricia Canetti at 10:20 AM