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novembro 5, 2014

Efrain Almeida no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo

Efrain Almeida - Uma coisa linda, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 07/11/2014 a 20/12/2014

[Scroll down for English version]

Temos o prazer de apresentar Uma coisa linda, a nova exposição de Efrain Almeida no Galpão Fortes Vilaça. Pela primeira vez o artista usa o bronze, ao invés da madeira, como matéria-prima de suas obras. Compõem a exposição esculturas e aquarelas inéditas, além de uma grande instalação que dá título a mostra.

Efrain retorna com frequência ao sertão do Ceará, onde nasceu e passou a infância. Certa vez, testemunhou o pouso de um enorme bando de galos-de-campina, passarinhos típicos da região, no quintal da casa dos pais. O artista lembra que os pássaros "pousam apenas onde se sentem seguros", o que amplia ainda mais a beleza dessa cena, evocada na instalação Uma coisa linda. Ocupando todo o piso do espaço expositivo do Galpão, cem esculturas de bronze policromado formam uma massa vultuosa de vermelho, preto e branco; um olhar mais aproximado, porém, possibilita descobrir a singularidade de cada peça.

Neste novo corpo de trabalho, o artista usa as peças esculpidas na madeira como moldes para a fundição em bronze. A técnica lhe permite trabalhar com entalhes ainda mais precisos e ao mesmo tempo preserva o aspecto frágil que caracteriza sua obra. Essa aparente fragilidade, no entanto, não corresponde à força intrínseca do trabalho de Efrain, que se expande para além da escala diminuta das figuras, apropriando-se do espaço que as circunda. De maneira semelhante opera a inédita Beija-flores (tesoura), em que duas esculturas são fixadas em uma grande parede, contrastando pequenez e amplidão. Penduradas pelo bico, as peças cristalizam o instante do beijo e o abre-e-fecha típico da cauda dessa espécie de beija-flor; a parede sustenta as esculturas, mas em certo sentido também é sustentada por elas.

No díptico de aquarelas Duas cabeças (autorretrato), em que o artista trata da memória, a reconstrução da própria imagem é delineada por aspectos subjetivos. Isso ocorre em toda a obra de Efrain que, apesar de recorrer com constância à observação da natureza, não procura ser um retrato do que encontra, mas sim a proclamaçãodesse encontro - como observa Marcelo Campos no texto curatorial da mostra. Sua obra se refere ao que imana da matéria e por isso torna-se monumental.

Efrain Almeida nasceu em Boa Viagem, Ceará, em 1964, e atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro. Entre as diversas exposições do seu currículo, destaca-se Marcas - mostra retrospectiva sobre seu trabalho realizada em 2007 na Estação Pinacoteca, em São Paulo - e sua participação na Bienal de São Paulo de 2010. Sua obra está presente em diversas coleções públicas e privadas do Brasil e do mundo, entre as quais: MoMA - The Museum of Modern Art (Nova York, EUA), MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo (São Paulo, Brasil), CGAC - Centro Galego de Arte Contemporânea (Santiago de Compostela, Espanha) e Toyota Municipal Museum of Art (Toyota, Japão).


Efrain Almeida - Uma coisa linda, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 07/11/2014 a 20/12/2014

We are pleased to present Uma coisalinda [A Beautiful Thing], the new exhibition by Efrain Almeida at Galpão Fortes Vilaça. For the first time, the artist has used bronze, instead of wood, as a raw material for his works. The exhibition features new sculptures and watercolors, along with a large installation that lends the show its title.

Efrain often returns to the arid backlands ofCeará, where he was born and grew up. On one occasion, he witnessed the landing of a large flock of red-cowled cardinals, a typical bird of that region, in the backyard of his parents’ house. The artist remembers that the birds “only land where they feel safe,” which enhances the beauty of this scene, evoked in the installationUma coisalinda. Taking up the entire floor of theGalpão’s exhibition space, one hundred polychrome bronze sculptures form a dense red, black and white mass; a closer look, however, reveals the singularity of each piece.

In this new body of work, the artist uses pieces sculpted from wood as molds for the casting of the bronze. This technique allows him to work with even more precise carvings while also preserving the fragile aspect that characterizes his oeuvre. This apparent fragility, however, stands in contrast to the intrinsic power ofEfrain’s work, which expands beyond the tiny scale of the figures, appropriating the surrounding space. The new work Beija-flores (tesoura) [Hummingbirds (Scissors)], in which two sculptures are stuck into a large wall, contrasting smallness and largeness, operates in a similar way. Hanging from their beaks, the pieces crystallize the instant the hummingbird kisses the flower as well as the typical flitting scissorslike opening and closing of the tail of this hummingbird species; the wall supports the sculptures, but in a certain sense it is also supported by them.

In the diptych of watercolorsDuascabeças (autorretrato) [Two Heads (Self-Portrait)], in which the artist deals with memory, the reconstruction of the image itself is delineated by subjective aspects. This takes place in all of Efrain’s work which, despite constantly resorting to the observation of nature, does not seek to be a portrait of what is found there, but is rather the proclamation of this encounter – as observed by Marcelo Campos in the show’s curatorial text. His work refers to that which emanates from the material, and thusit becomes monumental.

Efrain Almeida was born in Boa Viagem, Ceará, in 1964, and currently lives and works in Rio de Janeiro. His most noteworthy exhibitions have includedMarcas – a retrospective show concerning his work held in 2007 atEstaçãoPinacoteca, in São Paulo – and his participation in the2010 Bienal de São Paulo. His work figures in various public and private collections in Brazil and abroad, including those of MoMA (Museum of Modern Art, New York, USA),MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brazil), CGAC (Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela, Spain) and Toyota Municipal Museum of Art (Toyota, Japan).

Posted by Patricia Canetti at 8:44 AM