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junho 25, 2010
Jonathan Hernández na Nara Roesler, São Paulo
ROESLER HOTEL APRESENTA - CALEIDOSCÓPIO – DO MEXICANO JONATHAN HERNÁNDEZ
O Roesler Hotel, programa de intercâmbio de exposições entre a Nara Roesler e galerias e instituições estrangeiras, apresenta a primeira mostra de Jonathan Hernández (Cidade do México, 1972) no Brasil. O artista mexicano – que em Nova York fez parte da coletiva que inaugurou o New Museum (2008) e da Fit to Print, na Gagosian Gallery (2007) – foi premiado este ano com residência no Projeto Capacete em São Paulo e no Rio de Janeiro. Segundo Daniel Roesler, Hernández dialoga com alguns artistas do elenco da galeria, como Cao Guimarães, Brígida Baltar e Marcos Chaves, cujos olhares, como um caleidoscópio, capturam o lirismo oculto nas cenas cotidianas.
A exposição tem como eixo a série Couples & Celibataires (Casais e Celibatários), iniciada há dez anos, com cerca de 25 fotos. Segundo o artista, o conjunto de trabalhos aborda a luz e o tempo como elementos fundamentais da fotografia. “Um ping-pong formal, conceitual e emocional através da fotografia”, afirma. Caleidoscópio reúne também dois filmes, uma escultura, 80 fotografias e parte de seu arquivo de fotos de imprensa, matéria-prima de um processo desenvolvido há anos por Hernández.
O vídeo "Nada" apresenta um percurso por um cemitério do Japão (Kamakura), onde está enterrado o cineasta japonês Yasujiro Ozu que, por sua vontade, em seu epitáfio está escrito "nada". O outro filme, "Fricção", é um curta-metragem em 16mm feito na Cidade do México que traz um afiador de facas trabalhando manualmente em sua bicicleta, “num jogo de fricção, luz e obscuridade”.
A escultura “Espelho” foi concebida durante o período de sua residência em São Paulo (fevereiro/março). Para Hernández o que interessa muito nesta obra é o vazio gerado entre as duas mesas que compõem a escultura, uma fabricada com madeira de desperdício, suja, e a outra com madeira limpa e de bom acabamento. “Com esta escultura quero tratar do potencial de um objeto para refletir sobre uma paisagem social”, diz Hernandez.
A partir de sua janela do 22º andar do edifício Copan, também durante seu programa de residência em São Paulo, Hernández produziu os 80 diapositivos/fotografias que compõem “Contratempo”. Feitas com o mesmo enquadramento, as fotos abarcam o transcorrer de um dia completo. E finalmente em “Vulnerabilia”, a partir de fotos retiradas da imprensa, o artista, através de agrupamentos, cria surpreendentes nexos poéticos.