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outubro 8, 2004
Tecnologia e Mídias Digitais forma a primeira turma
Texto de Eveline Denardi, difundido na lista de discussão arte_tecnologia, em emeio enviado por Priscila Arantes.
Tecnologia e Mídias Digitais forma a primeira turma
Eveline Denardi
Um grupo de estudantes da PUC-SP receberá, no final deste ano, um diploma ainda inédito no país: o de bacharel em Tecnologia e Mídias Digitais. A Universidade é a única a oferecer o curso que forma agora sua primeira turma. São quatro anos de estudos de um grupo eclético, que tem desde pessoas vindas do ensino médio direto para a faculdade até profissionais das áreas de Letras e Engenharia Naval. Em linhas gerais, sairão todos aptos a se tornarem produtores de hipermídia, segundo o coordenador do curso, Luis Carlos Petry.
Mas isso pode significar muita coisa, já que para os dois últimos anos da graduação, os alunos têm que optar por uma das três áreas de habilitação oferecidas: Design de interface, Educação a distância e Arte e tecnologia.
E não é tudo. Além da formação técnica, os alunos são levados durante o curso a pensar a questão da tecnologia sob vários aspectos como, por exemplo, da Filosofia. "Ela contribui significativamente para as áreas de vanguarda da ciência, como é o caso da tecnologia da informação. Não poderíamos deixar de refletir sobre cybercultura e cyberespaço e a relação entre o homem e a máquina", afirma Petry.
GAMES - Em Design de interface, os estudantes aprendem a produzir jogos tridimensionais interativos, em CD, DVD e ambiente virtual, e a entender a tecnologia que envolve a criação de vídeos digitais. Entre os campos de atuação possíveis para quem opta por essa área, estão a produção de softwares personalizados para empresas e escolas e a elaboração de aplicativos para computadores de bolso. "Hoje, nos EUA, os games representam um mercado maior que o cinematográfico. Essa tendência está chegando ao Brasil com muita rapidez. O resultado é um campo vasto de trabalho", ressalta o coordenador do curso.
Os que se interessam pelo ensino em ambientes virtuais optam pela habilitação Educação a distância. Nela, aprendem como implantar projetos de educação com suporte em CD-Rom ou DVD, criar cursos digitais, softwares educacionais e jogos pedagógicos.
A outra habilitação é para aqueles que querem unir arte e tecnologia. Ao escolherem esta área, serão preparados para trabalhar com instalações e espetáculos multimídia e até como curadores de exposições virtuais. "A Bienal de artes, por exemplo, oferece oportunidades nessa área", diz o coordenador. O profissional irá lidar com tendências da vanguarda da arte e da tecnologia. É possível também atuar como designer e produtor de projetos artísticos em tecnologia visuais, o que inclui computação gráfica, animação, fotos e vídeos digitais.
Esta última foi a habilitação escolhida por Renata de Barros Pedrosa, do quarto ano. "Sempre gostei de lidar com vídeo-instalação e arte, daí o meu interesse", explica. E é exatamente o que ela ensina a crianças e adolescentes da ONG Gotas de Flor com Amor, localizada na favela Espraiada (zona Sul).
"A atividade é fundamental para o meu trabalho de conclusão de curso, porque pretendo mostrar que as crianças carentes gostam e podem lidar com essa tecnologia. Se esta área ainda é elitizada, não é por falta de interesse", afirma Renata, que já trabalhou na agenda de Ecoturismo do Vale do Ribeira (região Sul do Estado de São Paulo) e fez intercâmbio de três meses na Ohio State University, nos EUA, para estudar robótica.
Tecnologia e Mídias Digitais:
Duração: quatro anos
Vagas: 150, período noturno
Disk-Vestibular: 3873-2255
http://www.vestibular.pucsp.br