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fevereiro 16, 2008
Arco 08 – Cobertura a várias mãos, por Patricia Canetti
Arco 08 – Cobertura a várias mãos
PATRICIA CANETTI
O Canal Contemporâneo convida aos muitos de seus usuários presentes à ARCO para publicar suas impressões sobre a feira, os eventos paralelos e, claro, sobre Madri!
Cinco dias foi muito pouco tempo para ver a feira, os eventos brasileiros paralelos, as exposições nas galerias madrilenhas, encontrar pessoas, compartilhar o grande evento com dezenas de profissionais brasileiros presentes e ainda acabar a palestra, que vou apresentar no centro cultural Arteleku em San Sebastián, e acompanhar os trabalhos tecnológicos do Canal em andamento São Paulo... Portanto, vamos novamente articular uma cobertura a várias mão para dar conta da ARCO 08 e da participação do Brasil como país convidado.
Carro de noiva na porta do hotel Silken Puerta de América (foto Paula Alzugaray)
Na chegada à Madri, na terça-feira, dia 12/02, recebi as boas-vindas da mostra Generación 2008 em La Casa Encendida (www.lacasaencendida.com): produção espanhola emergente com obras em fotografia, vídeo, desenho, pintura, interação e a mistura de vários destes. Como preparação para o mergulho na ARCO 08, nada melhor do que uma arejada montagem para nos dar fôlego para a orgia visual de uma mega feira.
A boa surpresa não se restringiu à excelente mostra (resultado de um programa de prêmios e bolsas de arte da Caja Madrid), mas também perpassava a presença dos trabalhos dos brasileiros Cao Guimarães, Lúcia Koch e Marcelo Cidade e a configuração da própria instituição cuja casa espaçosa e luminosa nos permitia perceber a amplitude dos temas de seu projeto: Cultura, Solidariedade, Meio-ambiente e Educação.
Espaço e luz foram a matéria do trabalho de Lúcia Koch que, com filtros nas cores primárias fotográficas, intervinha e modificava o espaço. Acabei seduzida por um pôr do sol inexistente a subir ao terraço no último andar.
Na seqüência, seguimos para El Matadero: uma gigantesca construção de 150.000 m2 do início do século passado transforma-se em centro de criação contemporânea, que até 2011 deverá abrigar vários segmentos da cultura. Além de uma visita à página www.mataderomadrid.com para conhecer o projeto, vale a pena dar uma olhada no Google Earth para ver a extensão deste lugar (busque por metro Legazpi, Madrid).
Três eventos paralelos à ARCO 08 estavam no El Matadero: QG do GIA (Grupo de Interferência Ambiental, coletivo de Salvador), Carmela Gross e Fernanda Gomes.
O QG do GIA promoveu um espaço de trabalho e encontros de coletivos brasileiros e espanhóis, com direito a apresentação documental de coletivos brasileiros e palestras. Os seguintes coletivos participaram do QG do GIA: Arte e esfera pública (SP e CE) arte-esferapublica.org; Bijari (São Paulo) www.bijari.com.br; GIA (Salvador) giabahia.blogspot.com; Grupo Empreza (Goiânia); Laranjas (RS) www.abrigolaranja.blogspot.com; Poro (MG) poro.redezero.org; C.A.S.I.T.A (Madri) www.ganarselavida.net; Fiambrera Obrera (Madri) www.sindominio.net/fiambrera; Krax (Barcelona) krax.typepad.com; Ludotek (Madri) www.ludotek.net; QQ (Valência) weareqq.com; SinAntena (Madri) www.sinantena.net.
Uma rápida passada nos trabalhos de Fernanda Gomes e Carmela Gross, antes de seguir para a palestra de Peter Pál Pelbart (Seqüestro da vitalidade social e réplicas biopolíticas), que já havia começado, foram suficiente para que estes trabalhos me acompanhassem durante a palestra, mesclando tudo isso: arte, política, cansaço, mercado e fome, num proveitoso início de maratona.
Trabalho de Carmela Gross, fotografado pela própria artista
Traços sutis da memória no espaço gigantesco iluminado e ocupado por Fernanda golpeado pelo SE VENDE de Carmela: dois trabalhos, duas forças e impactos diferentes e complementares renderam boas reflexões junto à fala de Peter. Sistema, tudo-dominado, história, brechas, micro-políticas, o contexto da contemporaneidade e de nossas ações artísticas neste contexto El Matadero, aonde o espaço se faz protagonista destes encontros de pessoas e idéias.