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Como atiçar a brasa

 


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setembro 30, 2011

Bem-vindo aos pampas por Juliana Monachesi, Istoé

Bem-vindo aos pampas

Matéria de Juliana Monachesi originalmente publicada na seção de artes visuais em 23 de setembro de 2011.

Território gaúcho é um dos temas centrais da 8ª Bienal do Mercosul, e Porto Alegre ganha intervenções na paisagem urbana

Uma relação simbiótica se estabeleceu entre os artistas convidados da 8ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, e a paisagem do Rio Grande do Sul. O território gaúcho foi esquadrinhado por vários artistas e protagoniza diversos trabalhos da mostra. Em “Cidade Não Vista”, módulo espraiado por nove localidades de Porto Alegre, artistas fazem intervenções mínimas em viadutos, muros, fachadas e jardins, chamando a atenção dos visitantes da Bienal e, sobretudo, dos pedestres habituais para detalhes ignorados da paisagem urbana. O japonês Tatzu Nishi transpõe suas conhecidas ambientações caseiras em torno do patrimônio histórico para o prédio da prefeitura velha, construindo um modesto quarto na altura do relógio, do brasão e de dois bustos no ponto mais alto da fachada.

Na abertura oficial da Bienal, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, afirmou que se sentia incluído na obra, uma vez que, pelas escadas de acesso no exterior do prédio, o público passa pela janela de uma de suas salas de trabalho. A intervenção de Santiago Sierra, uma sobreposição dos hinos dos países do Mercosul, dá livre acesso ao jardim do Palácio Piratini, onde vive e trabalha o governador. A instalação sonora de Valeska Soares e O Grivo reabriu o belvedere da Casa de Cultura Mario Quintana, fechado há mais de uma década.

Em “Além Fronteiras”, mostra com curadoria de Aracy Amaral no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, as viagens pelo Estado transparecem nas obras de Carlos Vergara – que monumentaliza um suvenir indígena típico da região das Missões jesuíticas –, Irene Kopelman – que registra em desenhos os cânions da Serra Geral–, e Lucia Koch – que desconstrói em uma videoinstalação o encantamento provocado por fontes luminosas do interior gaúcho –, entre outros. E mesmo um artista que não pôde vir ao Brasil, o israelense Gal Weinstein, debruçou-se sobre a paisagem dos pampas, criando uma instalação com carpete recortado de várias cores que reproduz uma visão de satélite –obtida por meio do Google Earth – da região de Entre-Ijuís.

Assumidamente voltada para o contexto local onde se realiza, a oitava edição da Bienal do Mercosul, com curadoria-geral do colombiano José Roca, possibilita uma reflexão consistente acerca do significado nebuloso de nacionalidades e fronteiras no mundo atual. E, bem entendido, não se restringe a obras feitas no Rio Grande do Sul ou sobre ele, uma vez que importantes nomes estrangeiros lidam com a mesma temática, dos quais Melanie Smith e Cristina Lucas são detaques.

Posted by Cecília Bedê at 1:32 PM

Arquiteturas impossíveis por Nina Gazire, Istoé

Arquiteturas impossíveis

Matéria de Nina Gazire originalmente publicada na seção de artes visuais da revista Istoé em 23 de setembro de 2011.

Desvendar as camadas simbólicas do modernismo brasileiro é um dos objetivos da artista Ana Maria Tavares. Desde o fim da década de 1990 ela vem realizando uma série de trabalhos que envolvem cânones da arquitetura, como as construções de Oscar Niemeyer. Em seu mais recente trabalho, denominado “Desviantes (da série Hieróglifos Sociais)”, ela dá continuidade a sua investigação elegendo como “leitmotiv” o prédio da Oca, localizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Aqui, ela cria uma série de painéis em metal e acrílico que intentam desconstruir a pureza formal e racionalista do edifício. É a partir de “Mesa Oca” (foto) que Ana desmonta esse edifício, mostrando seu interior por meio de uma perspectiva aérea simulada. “O desvio se dá quando esse projeto moderno de pureza e limpeza de formas é transformado em algo barroco, feito de sobreposições e desorganizações”, diz ela.

A maior distorção da estética modernista se dá na série de painéis em alumínio em que a paisagem da Oca é desmembrada em manipulações digitais impressas. Sobrepostas às impressões, estruturas modulares e deslizantes permitem ao público interferir nas paisagens como se estivesse abrindo trilhas e passagens. “A partir da planta da Oca, usei um processo de rebatimento especular digital para fazer essas sobreposições que criam múltiplas perspectivas do edifício. Embora essas obras sejam painéis, o que estou fazendo é arquitetura”, comenta Ana. O resultado é similar a um caleidoscópio caótico do projeto de Niemeyer que, assim como um enigma, é decodificado e afastado de sua vocação diáfana original. Aos quatro painéis metálicos são dados nomes de motéis da cidade do Rio de Janeiro: Calypso, Comodoro, Pallazo e Eden. Nomes que ironizam a realidade brasileira, selvagem e mestiça, em constante contradição com a invenção de uma paisagem vernacular do projeto modernista – sonhada por Niemeyer e por tantos outros artistas brasileiros do século passado.

Posted by Cecília Bedê at 1:09 PM

Espelho da metrópole por Camila Molina, O Estado de S. Paulo

Espelho da metrópole

Matéria de Camila Molina originalmente publicada no caderno de cultura do jornal O Estado de S. Paulo em 30 de setembro de 2011.

Por que tantos espelhos na exposição do dinamarquês Olafur Eliasson em São Paulo? Por que, ainda, um labirinto de paredes de película coloridas ou uma sala com apenas uma intensa neblina branca, convidando a nela caminhar, perder-se? Artista dos mais destacados do cenário internacional, Olafur Eliasson propõe em suas obras a interação sensorial entre o espectador e o trabalho de arte. Quer despertar engajamentos múltiplos e sutis nos visitantes, encorajá-los a sentir, experienciar. "É você que vai fazer algo acontecer com a obra", ele diz, sentado no café do Sesc Pompeia. Convidado especial do 17.º Festival Internacional de Arte Contemporânea Sesc-Videobrasil, que se inaugura hoje, o artista apresenta em sua primeira individual no País uma mostra de peso, abrigada em três espaços da cidade.

Na Pinacoteca do Estado, por exemplo, prevalecem as obras em que Olafur explora os espelhos, como Take Your Time, instalada no Octógono do museu e que está na imagem reproduzida acima. Já no Sesc Pompeia, trabalhos variados do artista, realizados entre 1998 e 2011, promovem o caráter simples e único de propor "situações físicas" dentro de uma instituição multidisciplinar e aberta - lá estão montados o labirinto colorido, Seu Corpo da Obra, a sala de fumaça e luz, Seu Caminho Sentido, e muito mais (é o local que concentra o maior número de trabalhos da mostra de Olafur). Por fim, no Sesc Belenzinho, um disco projeta cores e pede aos visitantes que tenham experiência de desaceleração em Sua Fogueira Cósmica.

O próprio artista, que participa amanhã, às 17h, de encontro com o público no Sesc Pompeia, concebeu sua exposição a partir do desejo de estabelecer o trânsito entre espaços diferentes de São Paulo, metrópole que, como afirma, "é um organismo, no sentido de estar se desenvolvendo e ao mesmo tempo, em colapso". "A cidade carrega um testemunho sobre os valores sociais e culturais de um país, entre o que expressa e o que é real. Como manter o que é espaço público? O que manter? Estou interessado na noção de democracia, de interconectividade, intersubjetividade, em algo que exista não como um documento político, um statement, um manifesto, mas que revele a maneira de se sentir emocionalmente conectado", diz. "As pessoas têm muita dificuldade em sentir os espaços", completa Olafur.

Coautores. O festival Videobrasil demarca agora seu novo perfil, ou seja, deixa de contemplar apenas a videoarte e se abre a todas as manifestações artísticas, ganhando caráter amplo (leia abaixo). A grande exposição Olafur Eliasson - Seu Corpo da Obra, com curadoria de Jochen Volz, pontua, assim, os novos rumos do evento e se torna uma oportunidade de o público entrar em contato com os trabalhos e os pensamentos desse artista que nasceu na Dinamarca em 1967, mas vive em Berlim.

Posted by Cecília Bedê at 11:13 AM

Peças de Caravaggio e Da Vinci virão ao país pela 1ª vez por Flávia Foreque, Folha de S. Paulo

Peças de Caravaggio e Da Vinci virão ao país pela 1ª vez

Matéria de Flávia Foreque originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 30 de setembro de 2011.

Artistas terão mostras dentro do evento Momento Itália-Brasil, que terá início em outubro de 2011

Obras inéditas por aqui estarão em exposições em Belo Horizonte, no Rio e em São Paulo a partir de março de 2012

Obras nunca antes expostas no Brasil do pintor italiano Caravaggio (1571-1610) e do gênio renascentista Leonardo da Vinci (1452-1519) virão ao país em 2012.

As peças integrarão o Momento Itália-Brasil (MIB), evento cuja programação reúne cerca de 500 atividades -entre concertos, exposições fotográficas, festivais gastronômicos e palestras- em pelo menos 12 Estados.

A organização do MIB -que tem início oficial em 15 de outubro, com um espetáculo de rua na Cinelândia, no Rio - não divulga quais obras estarão nas mostras.

A exposição de Caravaggio começa em março de 2012, na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte (MG). A mostra terá sete obras do artista, além de outras 40 pinturas de caravagistas, como são chamados aqueles que seguiram seu estilo. As peças devem seguir para o Masp, em São Paulo, em junho, quando se encerra a programação do MIB.

As pinturas foram solicitadas a colecionadores privados e museus italianos e percorreram um longo caminho burocrático até chegar ao país, disse José Eduardo de Lima Pereira, presidente da Casa Fiat de Cultura.

"Há necessidade de autorização por parte da diretoria do museu, do órgão de superintendência de cultura regional, do ministério para assuntos culturais, da política fiscal italiana", enumerou.

"O ciúme dos curadores dos museus italianos é uma coisa realmente maravilhosa", brincou.
A intenção do MIB, relizado pela Embaixada da Itália no Brasil, é reforçar os laços culturais bilaterais. Estima-se que 30 milhões de brasileiros descendam de italianos.

A programação inclui ainda mostras do pintor Amedeo Modigliani e do artista Giorgio De Chirico, além de uma mostra de Leonardo da Vinci - esta deverá ocorrer somente no Rio de Janeiro, no Museu Nacional de Belas Artes.

Na entrevista que anunciou a programação do evento, o embaixador italiano, Gherardo La Francesca, reforçou o aspecto de difusão do MIB.

"A cultura não tem que ser um fenômeno de elite, tem de ser acessível a todos".

Posted by Cecília Bedê at 10:46 AM

Arte em trânsito por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo

Arte em trânsito

Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folhe de S. Paulo em 30 de setembro de 2011.

Dinamarquês Olafur Eliasson inaugura obras em três espaços de SP e dialoga com locais de passagem

O dinamarquês Olafur Eliasson inaugura, hoje e amanhã, 11 obras em três espaços expositivos de São Paulo. Numa cidade marcada pela pressa, o artista pretende reduzir o ritmo frenético da metrópole ao modificar o comportamento do espectador em locais de passagem, como corredores ou pátios.
Em "Microscópio para São Paulo", por exemplo, espelhos foram instalados ao redor de uma das passarelas da Pinacoteca do Estado para refletir a imagem de quem passa por ali como se estivesse flutuando no céu da cidade.

"Esses espaços de trânsito costumam ser locais onde as expectativas se transformam, se viabilizam na prática e, por isso, gosto de ocupá-los", disse Eliasson à Folha, anteontem, logo após aterrissar na cidade para verificar a montagem de seus trabalhos.

NOVA FASE
"Seu Corpo da Obra" é o nome do conjunto de exposições do artista em São Paulo, que marcam um novo momento no 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil.

"As dinâmicas e estratégias de Olafur têm a ver com essa nova fase, que é deixar de abordar só a linguagem do vídeo. Afinal, ele é um artista que lida com a arquitetura, a ciência e tantas outras áreas", diz Solange Farkas, diretora do festival. Com seus óculos de lentes grossas, barba e cabelos longos, Eliasson é o estereótipo do cientista maluco, cujos experimentos transformam a percepção das pessoas.
Isso pode ocorrer numa sala de leitura, onde ele instalou seis superluminárias espelhadas, ou na sala que Eliasson encheu de fumaça e chamou de "Seu Caminho Sentido", ambas no Sesc Pompeia. Na primeira instalação, as luminárias alocadas acima das mesas de leitura tornam público o que é privado ao permitir que se veja tudo que o vizinho está lendo.

A segunda, a mais espetacular da mostra, é uma espécie de experiência epifânica. Nela, o público perde o sentido de espaço ao se ver envolto numa bruma e é levado a caminhar, meio que às cegas, em direção a uma luz muito, mas muito intensa.

ARQUITETURA

"Nessas exposições, Olafur não trabalhou com obras como se elas ocupassem um cubo branco [como em espaços expositivos tradicionais]. Ele está lidando com o potencial que a arquitetura, de fato, sugere, ativando esses espaços", diz o curador das mostras, Jochen Volz. Um bom exemplo é a própria ocupação do Sesc Pompeia, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992).

Durante a montagem das obras de Eliasson, corredores falsos criados fora do projeto de Bardi precisaram ser destruídos e uma cascata original voltou a funcionar.

Eliasson ainda criou um projeto secreto, que dialoga com o espaço urbano (leia abaixo). Para um artista conhecido por obras espetaculares, como um sol na Tate londrina e cachoeiras de Nova York, sua passagem por São Paulo revela respeito e delicadeza com a cidade.

Artista espalha bicicletas com rodas de espelho pela cidade

Além de instalar 11 obras em três espaços de São Paulo, Olafur Eliasson está espalhando 12 bicicletas com rodas de espelhos pela cidade.

"Eu as vejo como anjos, as bicicletas estão por aí, criando uma narrativa pela cidade", conta o artista. A obra, "Uma Bicicleta para São Paulo", foi decidida na semana passada.

"Desde o começo, eu queria fazer uma obra pública, mas achei que poderia vir com uma visão muito europeia. Ao trabalhar com o [o cineasta brasileiro] Karim Aïnouz, fiquei empolgado e pedi a ele para ser meus olhos no trabalho", diz Eliasson.

Aïnouz produziu com Eliasson a obra "Sua Cidade Empática", em cartaz no Sesc Pompeia, que traz imagens captadas no Minhocão. É o cineasta quem decide onde instalar as bicicletas, mas a localização é segredo. Para 2012, Aïnouz prepara um documentário sobre Eliasson, composto por cenas gravadas dentro de cada obra das exposições.

Festival traz 101 artistas eleitos por edital

Dividido em dois eixos, o 17º Videobrasil apresenta, além de Olafur Eliasson, 101 artistas na mostra "Panoramas do Sul", uma exposição que tem um ritmo de bienal de artes.

A particularidade do festival, contudo, segue no formato de edital, ou seja, qualquer um pode se inscrever para passar por um processo seletivo. Em bienais isso nunca ocorre. O curador escolhe ele mesmo quem quer mostrar. "Seguimos esse modelo porque é a melhor forma de incluir artistas que ainda não fazem parte do circuito, o que dá um caráter especulativo e, portanto, de risco [ao festival]", conta Solange Farkas, diretora do Videobrasil.

Nesta edição, os 101 artistas foram escolhidos a partir de 1.295 inscrições, vindos de todas a regiões do sul do planeta. "Essa premissa representa o aspecto político da mostra. Talvez chegue o momento em que, assim como não vamos mais tratar de uma só linguagem, o vídeo, não precisemos mostrar apenas artistas do sul, mas essa vitrine ainda é necessária", diz Farkas.
Entre os destaques deste ano estão o australiano Shaun Gladwell, o libanês Akram Zaatari e a brasileira Cinthia Marcelle.


Posted by Cecília Bedê at 10:28 AM

setembro 29, 2011

Começa amanhã Festival de Arte Contemporânea em SP por Agência do Estado, O Estado de S. Paulo

Começa amanhã Festival de Arte Contemporânea em SP

Matéria da Agência do Estado originalmente publicada no caderno de cultura do jornal O Estado de S. Paulo em 29 de setembro de 2011.

Tradicionalmente ligado à videoarte, o Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil chega à 17ª edição amanhã com uma proposta mais abrangente. Pela primeira vez, o vídeo não é a única linguagem nas inscrições para a mostra principal, que dará um prêmio de R$ 45 mil. A mostra, este ano intitulada Panoramas do Sul, compreende instalações, objetos, publicações, pinturas e fotografias de 101 artistas nacionais e estrangeiros. Esse ano, a exibição traz como destaque a exposição Seu corpo da obra, primeira individual do dinamarquês Olafur Eliasson na América Latina. Participam do festival a Pinacoteca do Estado e as unidades do Sesc Pompeia e Belenzinho.

Solange Farkas, curadora do evento, diz que essa mudança tem a ver com o momento pelo qual a arte contemporânea passa. "Muitos artistas deixaram de se ater a apenas uma linguagem e trabalham com várias", diz. "Assim, não faz sentido valorizar especificamente a videoarte e ignorar a diversidade de referências e técnicas com que os profissionais criam", completa.

De fato, além da arte contemporânea caber, cada vez menos, em definições pautadas somente pela linguagem, há uma mudança de paradigma. Muitos artistas querem mais do que a postura contemplativa do espectador. Exemplo disso é o trabalho de Olafur Eliasson, que pede participação ativa. No festival, aliás, ele apresenta dez instalações que prometem mexer com os cinco sentidos das pessoas.

A obra Sua cidade empática (2011) consiste em projeções, organizadas em sequências, que mostram formas trapezoidais e imagens de São Paulo, variando de cor e composição. Conforme a posição de quem vê, as imagens se sobrepõem de modos distintos e formam outras, em ângulos únicos. Outro trabalho que prescinde a participação é Seu corpo da obra (2011). Nele, um labirinto de painéis coloridos e translúcidos se reorganizam em variações cromáticas, à medida que o visitante o percorre.

Outros destaques são os artistas que participam da Panoramas do Sul, destinada à arte de países em desenvolvimento - independentemente de sua posição nos hemisférios. Há trabalhos da América Latina, África, Europa, Oriente Médio e Ásia. Entre os nomes mais conhecidos, estão o libanês Akram Zaatari, o argentino Marcello Mercado e o australiano Shaun Gladwell.

Dos brasileiros, destacam-se Eder Santos, Wagner Morales, Cinthia Marcelle, Nazareno e Rodrigo Bivar. Esse último mostra a série Ubatuba (2001), de óleos sobre tela. Outro participante que também trabalha com fotografia - utilizando-a como elemento mobilizador em seus vídeos - é o chinês Liu Wei. Em Unforgettable Memory (2009), um filme de 10 minutos, ele exibe uma foto dos protestos em Pequim, em 1989, contra o governo chinês, para lembrar as pessoas do ocorrido, e pede depoimentos. As informações são do Jornal da Tarde.

Posted by Cecília Bedê at 12:59 PM

setembro 28, 2011

A criatividade e diversidade cultural brasileiras como recursos para um novo desenvolvimento por Cláudia Leitão, Plano da Secretaria da Economia Criativa.

A criatividade e diversidade cultural brasileiras como recursos para um novo desenvolvimento

Introdução da secretaria Cláudia Leitão originalmente publicada no Plano da Secretaria da Economia Criativa.

O escritor africano Mia Couto, em uma coletiva com jornalistas na Bienal do Livro no Ceará, em 2004, afirmava que o colonialismo não havia morrido com o advento das independências; somente tinha mudado de turno e de executores. Dizia aos jornalistas que durante décadas os africanos haviam procurado culpados para as suas infelicidades e incompetências. Inicialmente culparam os colonizadores. Em seguida, construíram imagens românticas do que eram antes deles. Os colonizadores tinham ido embora, dizia ele, mas novas formas de colonialismo continuavam acontecendo, e essas novas formas eram naturalmente geridas entre ex-colonizadores e ex-colonizados. Dizia ele: “Vamos ficando cada vez mais a sós com a nossa própria responsabilidade histórica de criar uma outra história”. A reflexão do escritor moçambicano nos leva a pensar. Afinal, qual desenvolvimento perseguimos? E para este desenvolvimento,
que Estado e quais modelos econômicos deveríamos construir? E, para a construção desses modelos econômicos, que mentalidade deveríamos adotar?

Os projetos assistencialistas e as ajudas internacionais têm sido filhas diletas do mito do desenvolvimento. A criação de instituições de fomento, de programas, projetos, a transferência de recursos, a doação de equipamentos se mesclam com os sistemas oligárquicos locais que, em suas esferas política, social e econômica, vêm demonstrando, ao longo do tempo, capacidade de adaptação, renovação e continuidade. São exatamente esses sistemas oligárquicos que se nutrem do “não desenvolvimento” das regiões mais pobres do país, do Brasil “sem saída”.

Por outro lado, as crises sociais, econômicas, ambientais e culturais que vivemos são expressões concretas de que o modelo moderno de desenvolvimento, fundamentado na acumulação da riqueza e do crescimento do Produto Interno Bruto, está em franca decadência. Desenvolvimento deve significar, sobretudo, qualidade de vida e ampliação de escolhas. O economista e então Ministro da Cultura, Celso Furtado, relacionou o desenvolvimento à ideia de criatividade no seu livro “Criatividade e Dependência na Civilização Ocidental”:

[...].as sociedades necessitam de meios de defesa e adaptação, cuja eficácia reflete a aptidão de seus membros para formular hipóteses, solucionar problemas, tomar decisões em face da incerteza. Ora, a
emergência de um excedente adicional...abre aos membros de uma sociedade um horizonte de opções; já não se trata de reproduzir o que existe, e sim de ampliar o campo do que é imediatamente possível[...] O novo excedente, constitui, portanto, um desafio à in-ventividade... Em sua dupla dimensão de força geradora de novo excedente e impulso criador de novos valores culturais, esse processo libertador de energias humanas constitui a fonte última do que entendemos por desenvolvimento.

Celso Furtado lutou durante toda a sua vida por um desenvolvimento desconcentrador, fundamentado na diversidade cultural regional brasileira. E, por isso, foi um crítico inclemente das sociedades capitalistas e “de sua forma sofisticada de controle da criatividade e de manipulação da informação”. O que afligia Furtado era a consciência de que “a estabilidade das estruturas sociais não igualitárias estaria diretamente relacionada ao controle por grupos privados dos bens de produção da criatividade artística, científica e tecnológica e do fluxo de informações que brota dessa criatividade.” Grande defensor da inovação, o economista acentuava, no entanto, a necessidade de que o progresso tecnológico caminhasse paripasso com o acesso desses produtos a camadas mais amplas da sociedade brasileira.

Décadas se passaram, mas as reflexões do ex-ministro da cultura ainda se mantém atuais. O fracasso de um modelo, cujos resultados somente reforçaram o abismo entre ricos e pobres, vem incitando os estados contemporâneos a incentivar comunidades, tomadores de decisão públicos e privados, ONGs e outros agentes territoriais a construir uma ação coletiva, a partir de suas próprias capacidades e potenciais locais.

Em janeiro de 2011, vinte cinco anos depois de Celso Furtado, Ana de Hollanda retoma, no Ministério da Cultura, as reflexões do economista sobre cultura, desenvolvimento e criatividade. São palavras da ministra no seu discurso de posse:

A criação vai estar no centro de todas as nossas atenções. A imensa criatividade, a imensa diversidade cultural do povo mestiço do Brasil, país de todas as misturas e de todos os sincretismos. Criatividade e
diversidade que, ao mesmo tempo, se entrelaçam e se resolvem num conjunto único de cultura[..]. É justamente por isso que, ao assumir o Ministério da Cultura, assumo também a missão de celebrar e fomentar os processos criativos brasileiros.

A compreensão do potencial da economia criativa brasileira para o desenvolvimento brasileiro não é recente. No contexto efervescente dos anos 50 e 60, a arquiteta italiana Lina Bo Bardi realizou seu sonho de construir um museu de arte popular em Salvador, espaço que permitisse o diálogo entre o conhecimento acadêmico e o de mestres artesãos, para a formação de um desenho original e brasileiro. Para isso, realizou uma expedição, coletando peças pelo Nordeste, reunindo um acervo de quase duas mil obras. O conjunto amplo de ex-votos, santos, objetos de candomblé, bichos e utensílios de madeira, objetos de barro, pilões e peças feitas de material reciclado e de lixo foi recolhido por Lina em feiras, mercados e lojas de material religioso em várias comunidades, núcleos rurais e cidades dos estados da Bahia, Pernambuco e Ceará. Como objetos-depoimento da identidade cultural do Nordeste, a arquiteta vislumbrou seu uso como a base para desenvolver um Centro de Estudos e Trabalho Artesanal e uma escola de desenho industrial, que produziria projetos para a indústria. Na escola, haveria troca de experiência entre os estudantes de arquitetura e design e os artesãos. Tratava-se, evidentemente, de um projeto político. Seus projetos do museu-escola e o do fomento ao design brasileiro naquela estrutura foram interrompidos em 1964, quando foi afastada do museu pela ditadura militar brasileira. Em 1963,
na inauguração do Museu de Arte Popular da Bahia, com a exposição “Nordeste”, Lina escreveu:

Esta exposição que inaugura o Museu de Arte Popular do Unhão deveria chamar-se Civilização do Nordeste. Civilização. Procurando tirar da palavra o sentido áulico-retórico que a acompanha. Civilização é o aspecto prático da cultura, é a vida dos homens em todos os instantes. Esta exposição procura apresentar uma civilização pensada em todos os detalhes, estudada tecnicamente, desde a iluminação às colheres de cozinha, às colchas, às roupas, bules, brinquedos, móveis, armas. É a procura desesperada e raivosamente positiva de homens que não querem ser ‘demitidos’, que reclamam seu direito à vida. Uma luta de cada instante para não afundar no desespero, uma afirmação de beleza conseguida com o rigor que somente a presença constante de uma realidade pode dar [...]Esta exposição é uma acusação. Acusação de um mundo que não quer renunciar à condição humana apesar do esquecimento e da indiferença. É uma acusação não humilde, que contrapõe às degradadoras condições impostas pelos homens um esforço desesperado de cultura.

Como transformar um “esforço desesperado de cultura” em um direito fundamental ao desenvolvimento? O MinC responde de forma propositiva a essa questão, criando uma Secretaria da Economia Criativa, com o objetivo de ampliar a transversalidade de suas políticas dentro dos governos e com a sociedade. Trata-se de uma estratégia de afirmação da importância das políticas públicas de cultura na construção de uma agenda ampla e transversal de desenvolvimento. Trata-se de assumir o desafio de pensar o desenvolvimento, menos como produto do que processo cultural. E, para tanto, necessitamos levar em conta o que historicamente descartamos e excluímos ao longo da nossa história.

O Plano da Secretaria da Economia Criativa (2011-2014) representa o desejo e o compromisso do Ministério da Cultura, no Governo Dilma Rousseff, de resgatar o que a economia tradicional e os arautos do desenvolvimento moderno descartaram: a criatividade do povo brasileiro. As tecnologias sociais produzidas pela imensa criatividade brasileira tornaram-se realidades irrefutáveis. No entanto, essas tecnologias ainda carecem de apoio do Estado brasileiro para vicejarem. Em inúmeros países de diversos continentes (como a Austrália, a Turquia, a China) a criatividade vem sendo apoiada por políticas públicas e sendo tratada como o insumo por excelência da inovação. Essa nova economia vem crescendo, graças à sociedade do conhecimento e às novas tecnologias. É a dimensão simbólica da produção humana ( presente das artes do circo ao conteúdo dos games) que passa a ser elemento fundamental na definição do preço desses novos bens e serviços, construindo novas solidariedades, novas éticas e estéticas,
reunindo, enfim, comunidades e indivíduos, desta feita, a partir de redes e coletivos.

Os dados sobre o crescimento da economia criativa no mundo são indiscutíveis. Segundo estimativas da UNESCO o comércio internacional em bens e serviços cultulivro rais cresceu, em média, 5,2% ao ano entre 1994 (US$ 39 bilhões) e 2002 (US$ 59 bilhões). No entanto, esse crescimento continua concentrado nos países desenvolvidos, responsáveis por mais de 50% das exportações e importações mundiais. Ao mesmo tempo, pesquisas da Organização Internacional do Trabalho apontam para uma participação de 7% desses produtos no PIB mundial, com previsões de crescimento anual que giram em torno de 10% a 20%.

Barbero define quatro forças que impulsionam o desenvolvimento: a organização flexível da produção; a difusão das inovações e do conhecimento; a mudança e adaptação das instituições e o desenvolvimento urbano do território. A interação entre essas forças produziria a necessária sinergia capaz de alavancar um desenvolvimento endógeno que, por sua vez, permitiria ao Brasil, uma nova alternativa de crescimento econômico não mais construído de fora para dentro, mas resultado de uma dinâmica econômica local. Ao
mesmo tempo, esse desenvolvimento se fundamentaria na valorização das éticas e das expressões culturais locais, necessárias à consolidação de práticas cooperativas, ao crescimento da confiança entre indivíduos e grupos, além da proteção ao patrimônio cultural e ambiental dos territórios envolvidos.

A economia criativa obedece em seus fundamentos as condições propostas por Barbero e, por isso, traduz uma mensagem esperançosa, produzindo impactos positivos em todas as regiões do planeta. Sabemos, no entanto, que nenhum modelo por ela produzido em outras nações nos caberá. Como nos dizia Mia Couto, necessitamos construir nossos próprios modelos e tecnologias sociais. Afinal de contas, o Brasil deve ao mundo e, especialmente, à América Latina e à África, uma contribuição efetiva para um novo desenvolvimento includente e sustentável.

O novo MinC deseja construir um novo desenvolvimento para o Brasil, de forma transversal com os demais ministérios, agências de fomento, instituições internacionais, sistema S, universidades, segmentos criativos, poderes legislativo e judiciário, estatais, institutos de pesquisa, organizações do terceiro setor, enfim, com os estados e municípios brasileiros. Mas, para a construção de um novo desenvolvimento é necessário a construção de uma nova mentalidade econômica. Diferentemente da economia tradicional “taylorista”, a economia criativa se caracteriza pela abundância e não pela escassez, pela sustentabilidade social e não pela exploração de recursos naturais e humanos, pela inclusão produtiva e não pela marginalização de indivíduos e comunidades.

Os desafios são imensos, mas instigantes. O Ministério da Cultura retoma a difícil tarefa de repensar, de reconduzir, de liderar os debates e a formulação de políticas sobre a cultura e o desenvolvimento no Brasil, com a missão de transformar a criatividade brasileira em inovação e a inovação em riqueza: riqueza cultural, riqueza econômica, riqueza social. Para isso, deve enfrentar questões desafiadoras: por que nossa riqueza e diversidade cultural não fazem do Brasil um dos maiores destinos turísticos do mundo?
De que forma poderemos estimular e fomentar os talentos criativos brasileiros? Como a economia criativa poderá contribuir para a inclusão produtiva dos 40% de jovens brasileiros que hoje se encontram entre os 16.3 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza? Como ampliar e qualificar o consumo cultural no país, levando-se em conta a emergência de 39.5 milhões de brasileiros e brasileiras à classe média?

Para enfrentar essas indagações precisamos de pesquisas, de indicadores e de metodologias para a produção de dados confiáveis; necessitamos de linhas de crédito para fomentar esses empreendimentos, carecemos de formação para competências criativas, de infra-estrutura que garanta a produção, circulação e consumo de bens e serviços criativos, dentro e fora do país. E mais. É preciso avançar na elaboração de novos marcos regulatórios, de natureza tributária, trabalhista, civil, administrativa e constitucional, que nos permitam avançar.

Se o caminho é longo, a tarefa é apaixonante. Trata-se, definitivamente, do início da construção, no Governo Dilma, de um “Brasil Criativo”. Mãos à obra!

Cláudia Leitão
Secretária da Economia Criativa do Ministério da Cultura

Leia o Plano da Secretaria da Economia Criativa

Posted by Cecília Bedê at 4:27 PM

MinC lança incentivo à economia criativa, Diário do Nordeste

MinC lança incentivo à economia criativa

Matéria originalmente publicada no caderno 3 do jornal Diário do Nordeste em 28 de setembro de 2011.

O Ministério da Cultura lançou um plano para apoiar os empreendedores culturais e estimular a chamada economia criativa - geração de renda e empregos por meio da utilização de propriedade intelectual.

O plano se baseia nas ideias de Celso Furtado (1920 - 2004) - no documento, disponível no site do ministério, há inclusive uma poesia de Chico César para o economista.

O Plano da Economia Criativa define os princípios que nortearão a atuação da Secretaria de Economia Criativa do MinC, criada em janeiro e ainda em processo de implantação.

Além do plano, a secretária Cláudia Leitão anunciou que até o final do ano estarão em funcionamento cinco projetos-piloto do "Criativa Birô", escritório para apoio ao empreendedor criativo, com assessoria jurídica, de comunicação, linhas de crédito e formação profissional.

Majoritariamente programático, o plano define os integrantes da rede de apoio à economia criativa, incluindo integrantes do Sistema S (Sesi, Senai, Senac, Sebrae,...), eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio Janeiro de 2016, além de vários ministérios e órgãos como a Petrobras.

Há ainda a previsão de estratégias a serem implementadas em cada área específica e de acordo com as seis macrocategorias estabelecidas - patrimônio natural e cultural, espetáculos e celebrações, artes visuais e artesanato, livros e periódicos, audiovisual e mídias interativas e design e serviços criativos.

Posted by Cecília Bedê at 3:23 PM | Comentários (1)

Obra de Ernesto Neto abre museu argentino por Sylvia Colombo, Folha de S. Paulo

Obra de Ernesto Neto abre museu argentino

Mostra do carioca inaugura centro cultural Faena, na zona portuária de Buenos Aires

A cidade de Buenos Aires acaba de ganhar mais um centro cultural, o Faena Arts Center, em Puerto Madero.A inauguração aconteceu na última quarta, com uma apresentação da cantora britânica Marianne Faithfull e a exposição de "O Bicho Suspenso na Paisagem", do artista carioca Ernesto Neto, 47.

A obra, uma imensa tela feita de fios de polietileno recheada de bolas de plástico, fica pendurada no teto do grandioso salão do que no começo do século 20 era a sala das máquinas de um moinho.O local fica na região portuária, recentemente revitalizada e transformada em bairro moderno, cheio de escritórios, restaurantes e lojas.

O Faena Arts Center está dentro do complexo Los Molinos, próximo ao Faena Hotel, projetado pelo arquiteto Philippe Starck.

São iniciativas do empresário Alan Faena, que investe nessa região há alguns anos. O custo do novo centro cultural é de US$ 14 milhões (cerca de R$ 26 milhões).

"Esse moinho é muito significativo, pois alimentou a Europa no pós-Guerra e agora vai alimentar o mundo de cultura a partir de Buenos Aires. É uma cidade capaz de irradiar arte e inovação para o mundo", disse Faena.

A obra de Ernesto Neto convida os visitantes a passear dentro dela. Ao caminhar sobre as bolas de plástico, o ruído lembra o de uma chuva repentina e volumosa.

"Eu quis construir esse labirinto com madeira, mas não funcionou. No final, ficou melhor assim, pois, ao andar dentro dela, temos a lembrança da floresta. E a floresta é aquilo que nos lembra de que há uma simbiose entre o ser humano e o planeta Terra", disse o artista.

Neto conta que uma das inspirações para a obra foi, também, o livro "O Enteado", do argentino Juan José Saer, baseado na história verídica de um jovem marinheiro que viveu por muitos anos numa tribo de índios canibais na região do rio da Prata.

A exposição de Ernesto Neto, cuja curadoria é de Jessica Morgan, da Tate Modern, de Londres, fica em cartaz (www.faenaartscenter.org) até o dia 20 de novembro.

Posted by Cecília Bedê at 2:59 PM

Bienal de Lyon tem forte presença de brasileiros por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo

Bienal de Lyon tem forte presença de brasileiros

Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na Ilustrada da Folha de S. Paulo em 26 de setembro de 2011.

A 11ª edição do evento reúne 77 artistas que operam noções distintas e complementares: construção e destruição

A primeira experiência, para quem entra na Sucrière, umas das quatro sedes da 11ª Bienal de Lyon, aberta ao público no último dia 15, na França, vem na sonoridade da obra da brasileira Lenora de Barros, "O
Encontro Entre Eco e Narciso", uma instalação com vozes e luzes, baseada na mitologia grega.

O ambiente de mistério, onde uma voz recita frases nem sempre compreensíveis, dá o tom da mostra, organizada pela argentina Victoria Noorthoorn, que já foi curadora da Bienal do Mercosul.

Intitulada "Uma Terrível Beleza Nasceu", a bienal de Noorthoorn, que segue até 31 de dezembro, reúne obras de 77 artistas operando com duas noções distintas, mas um tanto complementares: construção e destruição.

Esse conceito está presente, por exemplo, nos poemas do brasileiro Augusto de Campos estampados em dez paredes da exposição, revelando sua forte concepção estética e sua crítica ao uso tradicional da escrita.

A seleção de brasileiros, aliás, é generosa. São nove, onde predominam latino-americanos, africanos e artistas do Leste Europeu.

Ocupando quatro espaços, Noorthoorn deu a cada um características distintas. No Museu de Arte
Contemporânea de Lyon foram criados cinco pequenos percursos.

Em um deles, Cildo Meireles, com sua "A Bruxa", um cabo de vassoura de onde saem dois quilômetros de fios negros, invade e transforma as demais obras da sala.

"Uma Terrível Beleza Nasceu" é o tema do evento que, a partir desse nome, aborda o bizarro em suas várias formas, como o jardim neoclássico criado pelo argentino Jorge Macchi sob os detritos em frente a outro espaço da mostra, a fábrica T.A.S.E., um lugar que parece abandonado. Esse tipo de procedimento um tanto surreal permeia a montagem de forma coesa, apontando que a arte existe para criar conflitos.
Por isso, muitos trabalhos questionam o espaço expositivo, como o de Laura Lima, o "Puxador", que dá a um homem nu a impossível tarefa de mover as colunas do local. E o melhor, é uma bienal essencialmente política sem nada que seja literal.

Posted by Cecília Bedê at 2:49 PM

setembro 27, 2011

Reality arte por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo

Reality arte

Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na Ilustrdada do jornal Folha de S. Paulo em 25 de setembro de 2011.

Artistas criam 'paródia' de programas como 'Ídolos' e competem pela melhor performance

Reality show, quem diria, também pode ter tema cult.
No próximo domingo, dentro da programação do 17º Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil, um programa de auditório, que terá como apresentadora Marina Person, será palco de uma disputa entre artistas.

Assim como em "American Idol", em que se concorre para ver quem canta melhor, no Videobrasil a contenda será para ver quem melhor reencena performances históricas, realizadas há décadas por Marina Abramovic e Yoko Ono, entre outros.

Trata-se da obra "Art Idol", dos israelenses Aya Eliav e Ofir Feldman, que estão entre os 101 selecionados para a mostra Panoramas do Sul, seção do Videobrasil.

A mostra começa no próximo dia 30, em São Paulo, mas a disputa dos artistas acontecerá no dia 2. A ação será televisionada em 10/10.

No programa comandado por Person, Eliav e Feldman serão julgados por críticos e curadores, que comentarão as performances, nos moldes de "American Idol".

Além da seção Panoramas do Sul, o Videobrasil ainda exibe a mostra "Olafur Eliasson - Seu Corpo da Obra".

Maior retrospectiva do artista dinamarquês realizada fora da Alemanha, onde ele vive, ela se dividirá entre Pinacoteca do Estado, Sesc Belenzinho e Sesc Pompeia.

Para idealizadora do projeto, vencer não é o mais importante

'É uma obra que tem vários níveis, por isso ganhar não é o fundamental', afirma a artista israelense Aya Eliav

Ela concebeu o projeto, composto a partir de quatro peças históricas, com o 'oponente' e colega Ofir Feldman

Em "Art Idol", o cover de "American Idol" com performances, vencer não é o mais importante.
"Esse trabalho funciona como uma colaboração real. Vamos realizar as performances históricas e ouvir a avaliação do júri; é uma obra que tem vários níveis, por isso ganhar não é o fundamental", diz a israelense Aya Eliav.

Curiosamente, Eliav, 34, que idealizou o projeto com Ofir Feldman, é uma artista que, até este novo momento, havia sempre trabalhado com os pincéis.

Amiga de Feldman, 34, há vários anos, eles pensaram na obra, a primeira colaboração conjunta, para uma mostra em Veneza, na Itália, realizada em janeiro deste ano.

Naquela ocasião, ela foi a vencedora. O projeto, contudo, não foi concretizado na íntegra, pois não chegou a ser transmitido pela TV.

"O Ofir, que vive em Berlim desde 2000, tem de fato um trabalho com o corpo. Para mim, essa é uma situação nova", disse Eliav à Folha, no seu ateliê com cheiro de tinta, em Tel Aviv. Juntos, eles escolheram cinco performances para o programa e pediram autorização aos seus criadores originais para reencená-las.

Apenas uma, "Antropometria Azul", de Yves Klein (1928-1962), não recebeu autorização dos herdeiros do artista.

A inspiração em um programa tão popular como "American Idol" é uma estratégia deliberada: "Esse é um trabalho pensado para o grande público, mas que permite um diálogo com a crítica de arte", diz Eliav.
Durante os 52 minutos que deve durar o programa, ele se revezarão na realização de cada performance. E juntos reencenarão "AAA AAA", de Marina Abramovic e Ulay.

Além de "Art Idol", o Videobrasil contará com outras quatro performances, três delas ocorrendo dentro do espaço expositivo.

No mesmo dia 2, o brasileiro Leandro Cardoso, às 16h e às 19h, na Sala de Espetáculos 1 do Sesc Belenzinho, irá apresentar "Arquivo Banana". Nela o artista analisa exemplares da história da arte a partir de uma banana.

Em se falando de TV, vai ser o momento Chacrinha do festival. (FABIO CYPRIANO)


Posted by Cecília Bedê at 4:01 PM