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Como atiçar a brasa

 


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dezembro 18, 2010

Demissões revelam crise no MIS e Paço por Silas Martí, Folha de S. Paulo

Demissões revelam crise no MIS e Paço

Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 18 de dezembro de 2010.

ATIÇANDO A BRASA
Leia os artigos, comentários e cartas em resposta a matéria no "Dossiê: MIS e Paço das Artes - respostas à matéria da Folha de S. Paulo".

Pelo menos 70 profissionais deixaram os museus em três anos alegando dificuldade em trabalhar com diretora

Daniela Bousso diz que "não há nada que possa ser provado" e secretaria pede averiguação de denúncias recebidas

Uma onda de demissões, sendo três delas de alto escalão na última semana, trouxe à tona uma crise de gestão no Museu da Imagem e do Som e no Paço das Artes, ambos museus subordinados à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e sob tutela da mesma organização social.

Pediram demissão na semana passada Marcelo Bressanin, gerente técnico do MIS, Marcio Junji, coordenador de comunicação do MIS e do Paço, e Danilo Oliveira, gerente técnico do Paço.

São demissões que completam uma lista de mais de 70 profissionais que deixaram as instituições culturais nos últimos três anos, período que corresponde à gestão da diretora executiva do MIS e do Paço, Daniela Bousso.

Entre outros que optaram por abandonar seus cargos, estão a coordenadora de comunicação, Paula Kasparian, a ex-gerente técnica do Paço, Marcela Amaral, e o ex-gerente técnico do mesmo centro, Fernando Oliva.

Pelo menos quatro desses profissionais ouvidos pela Folha alegaram como principal motivo da saída de seus cargos a dificuldade em trabalhar com a atual diretora.

"Ela é uma péssima gestora", diz uma ex-funcionária que não quis ser identificada. "Saí de lá porque ou procurava um psicólogo ou um advogado para abrir um processo por assédio moral."

DENÚNCIA

Segundo apurou a Folha, uma denúncia anônima contra abusos de Bousso foi encaminhada a responsáveis pelos museus da Secretaria de Estado da Cultura, que então pediu ao conselho administrativo do MIS e do Paço que apurasse o ocorrido.

Um levantamento interno conduzido por um grupo de dez funcionários a pedido do conselho concluiu que 59% dos funcionários consultados consideraram "inadequada" a relação com Bousso, sendo que 54% desses apontam como "ofensiva" a conduta da atual diretora.

Em relatos resumidos nesse documento, obtido pela Folha, funcionários classificam Bousso como "desrespeitosa", "ameaçadora" e dotada de um caráter "autoritário" e "centralizador".

Ainda segundo o texto, "a referida diretoria exerce pressão coercitiva para que se corroborem relatos".

Segundo funcionários ouvidos pela reportagem, a dificuldade nas relações pessoais com a diretora também tem provocado problemas na gestão dos museus.

Relatos dão conta de dificuldade na hora de inscrever projetos em leis de incentivo, atraso no fechamento de catálogos e ações de divulgação e indefinição de planos de trabalho e exposições para os semestres seguintes.

Funcionários ainda apontam decisões erráticas da atual diretoria como um dos motivos pela dificuldade em atrair público aos museus, que recebem cerca de R$ 13 milhões anuais do governo.

Em 2009, levantamento mostrava que o MIS recebia em média 3.600 visitantes por mês -a Pinacoteca tem 50 mil visitas em média.

OUTRO LADO

Para diretora, denúncias são apenas "fofoca"

Em entrevista à Folha, a diretora-executiva do Museu da Imagem e do Som e do Paço das Artes, Daniela Bousso, chamou de "fofoca" as acusações contra sua conduta, dizendo que "não há nada que possa ser provado".

Bousso disse não ter detalhes das cerca de 70 demissões ocorridas desde que assumiu a direção das duas instituições, mas sobre a saída dos três últimos profissionais, Marcelo Bressanin, Marcio Junji e Danilo Oliveira, que todos deixaram seus cargos por motivos pessoais.

Sobre as denúncias contra sua gestão, Bousso disse que nenhuma reclamação foi registrada em caráter formal.

"Não chegou a mim nenhuma denúncia formal, só sei de denúncias anônimas", afirmou Bousso. "É precipitado falar em denúncias, não tive notícias e fui surpreendida por isso. Não sei que tipo de denúncia é essa."

Ela confirmou que, após reclamações informais terem chegado à Secretaria de Estado da Cultura, o conselho de sua organização social prestou esclarecimentos e foi acionado pelo governo estadual a apurar os casos.

Procurado pela reportagem, o secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, não quis dar entrevista, mas enviou uma nota oficial.

"Nunca recebi denúncia formal de assédio ou má conduta na administração do MIS e do Paço, e sim comentários informais", diz o texto. "Mesmo assim reuni-me imediatamente com o conselho que administra os museus e pedi que averiguassem as questões levantadas." (SM)

Posted by Patricia Canetti at 9:45 AM | Comentários (11)

dezembro 15, 2010

Olhar de fotógrafo por Thiago Corrêa, Diario de Pernambuco

Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 15 de dezembro de 2010.

Imagens de Lula Cardoso Ayres registram cenas do carnaval e paisagens do Recife

O ano de homenagens pelo centenário de nascimento de Lula Cardoso Ayres ficou restrito ao fim de 2010. A data redonda, que seria propícia para relembrar o legado de um dos nomes mais representativos da arte visual pernambucana, será marcada apenas pela exposição Olhar guardado: fotografias de Lula Cardoso Ayres, cuja abertura acontece hoje, às 19h, no Mamam - Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Rua da Aurora, 265, Boa Vista).

A mostra investe num lado pouco conhecido do trabalho de Lula Cardoso Ayres, que além de pintor, ilustrador e designer gráfico, explorou a fotografia como linguagem para desenvolver sua obra. ´A gente achava que a pintura ia ser explorada em outras exposições este ano e queríamos mostrar um lado desconhecido da obra de Lula`, justifica a diretora do Mamam, Beth da Matta. Além das fotografias, a mostra também contará com vídeo produzido pela TV Globo.

A exposição é composta por mais de 90 fotografias selecionadas por Georgia Quintas no acervo da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e noarquivo pessoal de Lula Cardoso Ayres Filho. As fotografias - captadas nas décadas de 1930, 1940 e 1950 com as câmeras Leica e Roleflex - registram manifestações culturais, festas como o carnaval, paisagens do Recife, aspectos arquitetônicos das construções e a degradação do casario da capital.

A série que pertence à Fundaj remete ao ciclo do açúcar e traz imagens do canavial, referentes ao período em que o artista retornou da Europa para administrar o engenho do pai, em Rio Formoso. ´A gente percebe uma preocupação documental, até pela influência da Escola Regionalista por conta da sua proximidade com Gilberto Freyre`, explica Georgia Quintas.

Apesar desse interesse pelo registro, que se refletia no cuidado do artista com a preservação e organização desse material, a curadora ressalta que Lula Cardoso Ayres via a fotografia como uma prática artística.

Segundo Georgia, a preocupação estética do artista com a fotografia aparece no esmero dedicado à técnica e na composição das imagens. ´Se fosse só um esboço, ele não teria tanto cuidado. Como bom pintor, sabia o que funcionava numa cena`, observa a curador. ´Papai esperava a posição certa do Sol para a iluminação ficar do jeito que ele queria e poder fazer a fotografia`, confirma Lula Cardoso Ayres Filho.

Posted by Marília Sales at 3:46 PM

Artistas ocupam primeiro arranha-céu de São Paulo por Silas Martí, Folha de S. Paulo

Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 15 de dezembro de 2010.

Edifício Sampaio Moreira, de 1924, abriga seis ateliês antes de receber a Secretaria Municipal de Cultura

Projeto está relacionado à revitalização do centro; artistas buscam transformar a vida nova no velho edifício

Um povo meio colorido tem subido e descido os elevadores suecos do Sampaio Moreira nos últimos meses.
Isso porque só três dos 12 andares do primeiro arranha-céu de São Paulo estão ocupados por seus ateliês -o resto, abandonado, é matéria-prima para esses artistas.

Seis deles estão trabalhando agora em estúdios criados nas salas do prédio construído em 1924, um "esquenta" bancado pela Red Bull antes que a prefeitura vá para lá com a Secretaria Municipal de Cultura, no ano que vem.

"Passo o dia inteiro andando pelos andares vazios", diz a artista Sofia Borges, tomando a segunda latinha de energético do dia. "Está em pleno processo de ruína, isso me interessa, é um desafio que acaba engolindo as obras."

Ela colou duas de suas fotografias -uma imagem da irmã feita há 20 anos e um camelo no zoológico- numa sala vazia da cobertura. Fica um grande silêncio observado por essas criaturas que destoam do estilo eclético de quase 90 anos atrás.

"Isso acontece pela força que esse espaço tem", diz Luisa Duarte, curadora que escolheu o grupo de artistas que ocupam o prédio. "Acaba gerando trabalhos que não são espetaculares, porque isso não tem a ver com o lugar, essa plataforma que causa invisibilidade."

Tanto que o projeto de Jaime Lauriano, jovem artista que começou a carreira mostrando suas obras num porão da Vila Mariana, agora gira em torno dos sons, e não de imagens, do prédio vazio.

"Vou andando por aí com um gravador", conta Lauriano. "É o silêncio da casa que me interessa, que traz essas possibilidades plásticas."

Silêncio e pó. Guilherme Peters, outro artista que se aventura pelo gigante abandonado no centro, teve a ideia de juntar a poeira acumulada nas salas para recriar imagens históricas do prédio ainda em funcionamento.

REVITALIZAÇÃO
Mas obras e marketing à parte, é um projeto em sintonia com a alardeada revitalização do centro paulistano.

Não muito longe dali, a Faap mantém uma residência artística na praça do Patriarca. Um prédio vizinho recebeu o acervo de um colecionador que pretende abrir o espaço para visitação.

Na São João, desembocando no Anhangabaú, uma galeria de arte africana e um hotel de Ramos de Azevedo recebem mostras temporárias.

Enquanto isso, muda a rotina do Sampaio Moreira. O artista Marcos Brias não terminou de criar sua obra, mas costuma comprar doces dos monges no mosteiro de São Bento e se encanta com o badalar dos sinos das igrejas.

No estúdio ao lado, Clara Ianni também pensa ainda em como transformar a vida nova no velho arranha-céu em alguma obra de arte.

"Tem toda essa memória, tem um resto de carpete, uma cortina, as marcas dos lustres", observa. "É o centro de São Paulo, um prédio abandonado. Deixo essa experiência informar o trabalho."

Posted by Marília Sales at 2:40 PM

dezembro 14, 2010

Carlito Carvalhosa enche uma galeria de luz em nova mostra por Silas Martí, Folha de S. Paulo

Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 14 de dezembro de 2010.

Carlito Carvalhosa quer dissolver os espaços. Depois de erguer um imenso véu no vão central da Pinacoteca do Estado, ele enche de luz uma galeria no centro paulistano.

São lâmpadas fluorescentes, brancas, coladas nas paredes, no teto e no chão. Uma vibração elétrica ofusca a arquitetura e delimita o espaço com fortes traços luminosos.

"Existe um princípio básico de encher o lugar", diz o artista à Folha. "É como se agarrar ao lugar onde está."

Na Pinacoteca, sua instalação cobria com um manto a área central do prédio. Philip Glass fez um concerto na obra, mas não podia ser visto, já que o pano desviava o olhar para o resto do acervo.

Talvez seja esse o sentido de se agarrar ao lugar. No caso da Soso, onde expõe agora, uma overdose de luz desbanca as paredes da galeria, como se perdessem a função de conter o espaço e virassem monocromos que oscilam entre branco, cinza e negro.

Querendo ou não, Carvalhosa remete aqui aos experimentos do minimalista americano Dan Flavin, que usou as mesmas lâmpadas em construções escultóricas.

Mas, enquanto o minimalismo queria uma arte independente do espaço, obras absolutas -o branco total, o negro total-, Carvalhosa parece preferir a indefinição. E nunca independe do espaço. Se já fez árvores flutuarem num palácio em Salvador e fez sumir o miolo da Pinacoteca, agora replica a estética banal das lojas do centro num antigo hotel projetado por Ramos de Azevedo.

"São elementos comuns, essas lâmpadas, a relação com a rua", diz o artista. "É um lugar igual aos outros."
Isso porque ele tem aversão ao cubo branco, que chama de "lugar terrível". Sua obra não sobrevive em espaços neutros ou subverte qualquer ideia de neutralidade.

Depois das lâmpadas, sua próxima obra vai encher de postes de luz um galpão do novo Museu de Arte Contemporânea da USP, que se muda para o antigo Detran no ano que vem.

Posted by Marília Sales at 3:02 PM

Bienal de SP escolhe seu próximo curador por Fabio Cypriano , Folha de S. Paulo

Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 14 de dezembro de 2010.

Presidente reeleito hoje quer indicar a curadoria de 2012 o quanto antes

Entre os cotados estão os brasileiros Rodrigo Moura e Suely Rolnik e três estrangeiros, entre eles Hans-Ulrich Obrist

Com a reeleição certa de Heitor Martins, hoje, pela primeira vez, na última década, o novo presidente da Fundação Bienal é reeleito tão logo a mostra seja encerrada e sem ter apresentado sua prestação de contas.

A pressa tem um só sentido: Martins e a Fundação Bienal pretendem anunciar o curador da 30ª edição, de 2012, o mais rápido possível, para que ele ou ela tenham um prazo mais adequado para uma mostra desse porte.

Os curadores da edição que foi encerrada no último domingo tiveram pouco mais de um ano para tanto, prazo exíguo para uma exposição que ocupa cerca de 30 mil m2.

Martins, ao conseguir recuperar a instituição do ponto de vista financeiro, se tornou um consenso dentro da fundação.

Pouco antes da abertura da própria Bienal, numa reunião do conselho, sua reeleição chegou a ser proposta, mas só não se concretizou porque, para que ela ocorresse, seria necessária a convocação de uma reunião com esse fim, o que não tinha sido o caso.

Isso, contudo, foi a carta branca que o empresário precisava para já iniciar a escolha do novo curador e, com poucos membros da diretoria, entre eles os colecionadores Justo Werlang e Miguel Chaia, começou a realizar encontros e pedir projetos.

SONDADOS
Segundo a Folha apurou, cinco curadores foram procurados nesse meio tempo.

Entre eles, os brasileiros Rodrigo Moura, de Inhotim, e Suely Rolnik -que fez a exposição de Lygia Clark, na Pinacoteca, em 2006.

Os nomes estrangeiros incluem o venezuelano Luis Pérez-Oramas, curador de arte latino-americana do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), o suíço Hans-Ulrich Obrist, diretor da Serpentine Gallery, em Londres, e o espanhol Agustin Perez Rubio, diretor do Museu de Arte Contemporânea de Leon y Castilla.

Obrist já está organizando uma mostra sobre arte brasileira, com apoio de Martins, mesmo antes de sua reeleição, que será exibida paralelamente à 30ª Bienal de São Paulo, junto com Paulo Herkenhof, entre outros.

Por já ter participado de várias outras bienais, entre elas a de Veneza, e por já estar envolvido com arte brasileira, Obrist seria o favorito do grupo, mas seu excesso de compromissos é um empecilho à sua escolha, embora ele tenha manifestado interesse em organizar a mostra

Entre os demais, segundo a Folha apurou, Pérez-Oramas, que também é muito envolvido com arte brasileira -ele foi o curador da mostra de Mira Schendel e León Ferrari no MoMA e na Fundação Iberê Camargo-, seria o favorito.

Ele já esteve, aliás, envolvido com a Bienal de São Paulo, em 1998, como um dos curadores convidados.

DECISÃO
No entanto, hoje à noite, Martins precisa convencer o conselho de que a decisão será apenas sua, já que alguns conselheiros queriam que o processo fosse mais democrático, por meio de uma comissão, como a que escolheu a curadora Lisette Lagnado, em 2005.

"Segundo o estatuto, essa é uma função da diretoria", defende Martins, que não confirma os curadores já citados como candidatos.

Martins apenas comenta, de forma sucinta: "São todos bons nomes". O anúncio, contudo, não deve demorar. "É nosso interesse decidir o mais rápido possível", conta o presidente.

Posted by Marília Sales at 2:50 PM | Comentários (2)

Hora de reflexão por Gustavo Fioratti, Folha de S. Paulo

Matéria de Gustavo Fioratti originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 14 de dezembro de 2010.

Com teor conceitual, mostra de viés político é contraponto ao vazio , mas não atinge meta de público

"Há sempre um copo de mar para um homem navegar": a frase sugerida como tema acabou descrevendo um presságio. O verso do poeta alagoano Jorge de Lima deu norte para uma Bienal de São Paulo de navegação não muito palatável.

Até anteontem, último dia do evento, 159 artistas expuseram na mostra avessa ao olhar instantâneo, com obras que demandavam até meia hora de atenção.

Encontros fundamentaram plataformas de diálogo. E 80 dias para assimilar a curadoria de forte inclinação conceitual de repente pareceram curtos.

Resultou que cerca de 530 mil pessoas passaram pelos corredores do pavilhão, o que destronou a expectativa do um milhão. Os números também foram impulsionados por um programa de educação que atendeu 300 mil.

"De qualquer forma, houve um salto em relação a edição passada, que trouxe somente 180 mil visitantes", defende o presidente da fundação, Heitor Martins.

Num mundo que pende para a alienação, o viés político deu as cartas. Os excessos provocaram instituições públicas e privadas. A Justiça censurou uma obra que panfletava em época de eleição. A OAB-SP quis vetar representação de assassinatos fictícios. Ambientalistas suspenderam o voo dos urubus.
Tudo em nome de um bem-estar normativo. Tudo pela sobriedade, justamente num lugar onde a embriaguez desvenda caminhos para a lucidez. "Acho que essa foi a contribuição dessa Bienal, seus problemas precisam ser revistos", defende a artista Graziela Kunsch, que apresentou trabalhos em vídeos e também debates.

Para ela, o sistema de vigilância ostensivo empregado desde a pichação de duas obras confronta um ambiente destinado à reflexão. "Os visitantes deviam ficar à vontade. Para participar de uma Bienal, o artista precisa permitir que seu trabalho corra riscos, inclusive de ser pichado ou destruído", diz.

EXCESSOS
O zelo dos seguranças acompanhou outros excessos. "Acho que tem trabalho demais, não precisava tanto", diz a servidora pública Janaína Castoldi, 33, que se diz "fã da Bienal do Vazio", em referência à controversa edição de 2008. O vazio, justamente ele, que nesta mostra serviu de contraponto.

Para o engenheiro Fabio Beivelis, 67, que já viu "mais de 15 bienais", a fartura está longe de ser um ponto negativo. "Acho que foram muito recorrentes as obras que precisaram vir com um manual de explicações", diz. "Mas isso não é necessariamente ruim. Isso também é arte."

O ajuste, para Beivelis, devia ser feito na climatização do edifício. O último dia, anteontem, foi desconfortável. O calor prejudicou sobretudo os visitantes interessados em vídeos, exibidos em salas apinhadas de gente.

A boa movimentação deu impulso à apresentação do grupo Tablado de Arruar em um dos chamados terreiros, o que contrastou com parte da programação.

Durante a temporada, performances e debates minguaram com a falta de público. Como a primeira apresentação da peça "Two Drawings" (dois desenhos) de Guy de Cointet (1934-1983), por Mary-Anne Duganne-Glicksman, vista por um grupo de educadores, apenas.

Mas houve também momentos bastante calorosos de "happenings". Rosângela Rennó foi aplaudida demoradamente por seu leilão de objetos antigos retrabalhados. O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos também festejou a presença do movimento hip-hop na Bienal com uma plateia superparticipativa.

Posted by Marília Sales at 2:24 PM

O empresário mineiro Bernardo Paz se prepara para ir ao Fórum Mundial de Davos discursar sobre o Instituto Inhotim por Karla Monteiro, Globo.com

Matéria de Karla Monteiro originalmente publicada no segundo caderno do Globo.com em 12 de dezembro de 2010.

O empresário mineiro Bernardo Paz se prepara para ir ao Fórum Mundial de Davos, na Suíça, discursar sobre o Instituto Inhotim, segundo ele ‘a maior obra social que qualquer pessoa no mundo já fez’

BERNARDO PAZ: o mecenas, sócio de mais de 20 empresas de mineração e siderurgia e maior produtor independente de ferro-gusa do país, abriu em 2006 o museu de arte contemporânea com jardins de Burle Marx

Difícil enquadrar Bernardo Paz: postura de monarca e discurso anárquico. O homem intriga. Por um lado, ele é acusado pelo Ministério Público de sonegação de impostos e de receber, através da empresa Horizontes Ltda., dinheiro oriundo de paraísos fiscais. Por outro, ergueu um patrimônio para a Humanidade: Inhotim, o incrível museu de arte contemporânea semeado numa fazenda em Brumadinho, pequena cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. O lugar é — de fato — um reino, avaliado em US$200 milhões.

São cem hectares de jardins botânicos com uma imensa coleção de espécies tropicais raras. O paisagista Burle Marx foi amigo de Paz e ajudou a orquestrar tal exuberância. Inhotim abriu as portas em outubro de 2006 e, de lá para cá, só ganha magnitude. Entremeando os jardins e lagos, são 17 pavilhões dedicados à arte contemporânea produzida entre os anos 1960 e hoje. Muitos dos nomes mais importantes estão lá: Tunga, Cildo Meireles, Miguel Rio Branco, Hélio Oiticica, Adriana Varejão (mulher do empresário), Doris Salcedo, Victor Grippo, Matthew Barney, Rivane Neuenschwander, Valeska Soares, Janet Cardiff & George Bures Miller, Doug Aitken. Nesse cenário vive o mecenas. Paz, sócio de mais de 20 empresas de mineração e siderurgia — e o maior produtor independente de ferro-gusa do país —, mora no casarão da fazenda, com Inhotim como quintal.

Na manhã da última quarta-feira, feriado em Belo Horizonte, ele se encontrava na parte externa do restaurante do museu, atrás de cinco caixinhas de água de coco e um maço de cigarros Carlton. Quando começa a falar, a voz é quase inaudível. Em janeiro, Paz vai viajar em missão diplomática. Foi convidado a sentar-se numa das mesas de discussão do Fórum Mundial de Davos, encontro anual que reúne na Suíça líderes da economia, de empresários a presidentes de banco. Está na mesma mesa da presidente do conselho dos museus do Qatar, Sheika Mayassa, e dos artistas plásticos Jeff Koons e Olafur Eliasson. O tema: arte contemporânea e filantropia.

O empresário, irmão do publicitário Cristiano Paz, sócio de Marcos Valério na SMPB, agência envolvida no escândalo do mensalão do PT, é bom de papo. Não tem travas na língua. Gosta de falar, embora raramente conceda entrevistas e não comente nada da vida pessoal ou dos negócios. Paz nunca eleva o tom da voz. Só quando solta um “puta que o pariu” para o celular que toca insistentemente. Entre soberbo e simpático, arrogante e elegante, defende a arte contemporânea como “a mais poderosa organização não governamental”. Diz que Inhotim é um exemplo único de projeto social no mundo. Mete o pau na elite brasileira. E desdenha do encontro em Davos.

BERNARDO PAZ: Tudo o que avança no sentido cultural é importante. Mas eu não gosto de ir a Davos, porque tenho dificuldade de me expressar para pessoas importantes. Elas se julgam tão importantes que não ouvem. O que precisamos é de atitude de quem tem dinheiro. Inhotim é uma fábrica de cidadãos, a maior obra social que qualquer pessoa no mundo já fez. Mas, ao mesmo tempo, não é nada. Bastaria os ricos entenderem que quem está do seu lado é gente. O DNA é o mesmo. Só falta treinamento. Eu quero que Inhotim se transforme em exemplo. Por isso falar em Davos talvez seja interessante. Bater na mesma tecla é bom.

O que o senhor pretende dizer em Davos?

Com sinceridade, eu estou indo para Davos porque me convidaram. Não sei nem quem me convidou. Quando chegar lá, vou olhar para a cara daqueles bundas-moles e mandar todo mundo para a puta que os pariu. E, se encontrar pessoas legais, vou tentar falar alguma coisa. O fórum que importa não é esse. O fórum está no governo de cada país, de cada estado, de cada cidade.

Inhotim é uma obra social?

Sim. É um treinamento. É mais fácil aprender aqui do que com um livro ou numa escola aborrecida. A curiosidade e a vontade de chegar lá vêm do exemplo. As pessoas, quando estão no museu, se sentem estimuladas, orgulhosas, porque entram em contato, se comunicam com gente pretensamente mais educada.

Vamos começar do começo: o senhor iniciou a sua coleção de arte contemporânea em 1980. Como surgiu o interesse pela arte? Comprar arte já era um “projeto social”?

Nunca tive ideologia. Minha filosofia de vida sempre foi humanista. Sempre apostei nisso. As pessoas, de forma geral, juntam um monte de dinheiro. E aí dão dinheiro para a Aids, dão dinheiro para isso, para aquilo... Mas nunca vão ao lugar para ver a cultura da população, para ver o que se pode tirar de proveito das pessoas inteligentes daquela comunidade. O ponto mais importante em qualquer sociedade é o treinamento. E o treinamento não é baseado na educação formal, mas em princípios. Ele traz à tona a curiosidade. A curiosidade talvez seja — e eu acho que é — a forma mais fácil de ensinar. A partir do momento em que você desperta a curiosidade, a pessoa quer saber, quer ir além.

Posted by Marília Sales at 1:56 PM | Comentários (1)

dezembro 13, 2010

Um apelo à simplicidade por Camila Molina, estadao.com.br

Matéria de Camila Molina originalmente publicada no caderno Cultura do Estadao.com em 8 de dezembro de 2010.

Marina Abramovic, estrela da performance art, exibe obras recentes e históricas em São Paulo

Em De Volta à Simplicidade (Back to Simplicity), mostra que Marina Abramovic exibe atualmente na Luciana Brito Galeria, há duas fotografias em que a artista segura uma margarida e lágrimas escorrem por seus olhos. São imagens sentimentalistas, afinal. Porque, como já diz o título da exposição, a sérvia, que se tornou uma representante histórica da performance art desde a década de 1970 - principalmente, de uma vertente de ações radicais com seu corpo - faz agora um apelo para que se "aproveite a vida ao máximo, já que temos a consciência de nossa morte". "Há lágrimas que são de entendimento", afirma ainda Marina, em entrevista ao Estado, por telefone, de Nova York, onde vive.

Segundo ela, alguma coisa mudou em sua vida depois que realizou a performance O Artista Está Presente (The Artist Is Present), o destaque de sua retrospectiva, de mesmo nome, este ano, no MoMA (Museum of Modern Art) de Nova York. Além de fotografias, vídeos, documentações de seus trabalhos, a própria Marina ficava sentada em uma cadeira no museu encarando, em silêncio, quem se sentasse a sua frente.

Para a artista, que nós últimos tempos tem seu interesse voltado apenas a performances de longa duração, foi um desgaste sua ação, mas ainda assim a revelação de que "não precisamos mais ter tantas coisas". "Era muito estranho voltar para meu apartamento - que é lindo - e pensar: Não quero tudo isso, é muito grande, muito sofisticado, quero uma coisa monástica, uma coisa que possa refletir meu estado interior...", ela conta também na entrevista ao curador Jacopo Crivelli Visconti em entrevista reproduzida no catálogo de sua atual mostra em São Paulo.

No caso das obras recentes de Back to Simplicity, foi uma paisagem na Itália que se tornou o refúgio de Marina Abramovic. Em fotografias de grande formato, vemos retratos da artista em comunhão com ovelhas e carneiros. Na primeira delas, ela leva nas costas uma "ovelha negra" entre um rebanho de ovelhas brancas. Depois, numa sequência de imagens, entre elas, a que ilustra esta página, Marina, vestida de branco, levanta um carneiro em meio a montanhas.

Na série, ainda, ela dorme pacificamente com os animais, os segura. Existe, assim, alguma referência a algum tipo de ritual? "O simbólico pode ser visto por cada um de uma maneira", diz a artista, que em uma mostra em 2006 no Sesc Pinheiros exibiu videoinstalação baseada na história dos rituais de fertilidade dos Bálcãs. Para fechar o primeiro conjunto de obras de Back To Simplicity, um vídeo apresenta Marina deitada sob uma árvore. Ela descansa.

Morte. Marina Abramovic esteve em novembro em São Paulo para a abertura dessa que é sua segunda individual na Luciana Brito Galeria. Na mostra anterior no local, em 2008, Objeto Transitório para Uso Humano ela apresentou uma série do que chama de "objetos" - e não esculturas - de motivo terapêutico feitos com pedras brasileiras. Mas agora, Back to Simplicity mistura o presente e o passado reunindo tanto séries novas e alguma parte inédita da artista - representada por fotografias e vídeos - quanto uma passagem por trabalhos históricos.

Há uma sala dedicada à série A Cozinha (The Kitchen), de 2009, que Marina diz ter se baseado em Santa Teresa de Ávila. Realizada na cozinha de um monastério da Ordem dos Cartuchos, local em que freiras faziam comida para oito mil órfãos, a obra ganha ares surreais com aparições da artista, vestida de preto, a flutuar pelo local.

Essa imagem está em um dos vídeos, mas em outro, Marina circunda com suas mãos um crânio. É a referência explícita à morte, com o símbolo que representa, na tradição da história da arte, o tema da "vanitas" (vaidade) - a mensagem de que todo ser é mortal. "Não que seja uma menção pessimista. A morte faz parte de um processo natural do ser humano. É um fato da vida", afirma a artista.

Entretanto, é curioso como a questão adentrou outro projeto de Marina Abramovic, o de fazer a cada seis anos, desde 1989, uma encenação sobre sua vida em parceria com diretores teatrais. A próxima peça, com estreia prevista para 2011 em Londres, vai ser dirigida pelo diretor e dramaturgo americano Robert Wilson. "Nesta, vou fazer minha mãe e eu mesma. Será sobre toda a minha vida, incluindo, agora, a morte, com dois funerais. Nunca havia feito isso", conta Marina.

Preservação. Conservar a memória de trabalhos emblemáticos - no balanço entre simplicidade e radicalismo - como a performance Rhythm 0 (1974), em que ficou durante horas em uma galeria de Nápoles disponível para que os presentes abusassem ou não de seu corpo ao colocar sobre uma mesa instrumentos diversos como navalhas e até um revólver, é uma preocupação para a artista. Tanto que o Instituto Marina Abramovic de Preservação da Performance Art em Hudson (NY) está previsto para ficar pronto em 2012, ela conta. Mas, enquanto isso, é possível ver na atual exposição em São Paulo vídeos e fotografias históricos de performances dos anos 1970 - entre elas, as famosas feitas com seu ex-parceiro Ulay. O catálogo bilíngue da mostra tem um caráter retrospectivo, mencionando todos seus trabalhos e ainda apresentando texto do filósofo e crítico americano Arthur C. Danto.

QUEM É
MARINA ABRAMOVIC
ARTISTA E PERFORMER

Nascida em Belgrado, em 1946, Marina, que vive e trabalha em Nova York, ficou conhecida a partir da década de 1970 por performances em que, muitas vezes, se colocava em situação de risco, dor e exaustão. Recebeu em 1997 o Leão de Ouro na 47.ª Bienal de Veneza, prêmio dedicado à sua carreira.


Posted by Marília Sales at 4:05 PM

Obras polêmicas são excluídas da Bienal itinerante por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo

Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 12 de dezembro de 2010.

Apesar de fechar as portas hoje com quase metade do público esperado, a 29ª Bienal de São Paulo ainda pode chegar ao um milhão de visitantes anunciado, graças à itinerância da mostra, que seguirá, no próximo ano, por 12 cidades do país.

"A itinerância reforça a ideia que criamos uma exposição que se pretende mais próxima do público", diz Heitor Martins, presidente da Fundação Bienal. "Como ela irá ocorrer em 12 pontos, se a média de cada um for 50 mil, conseguiremos ultrapassar o um milhão", contabiliza.

Ainda não estão definidas todas as obras para cada etapa da mostra. "Isso está sendo acertado entre os curadores da Bienal [Agnaldo Faria e Moacir dos Anjos] e os de cada instituição", diz Emílio Kalil, que foi o produtor do evento, mas desde quinta passada é o secretário de Cultura do Rio de Janeiro.

Segundo dos Anjos, por problemas técnicos, duas das obras mais polêmicas da mostra, "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, e "A Alma Nunca Pensa sem Imagem", de Roberto Jacoby, que fazia campanha por Dilma Rousseff, não serão exibidas em outras cidades.

"Já o trabalho de Gil Vicente ["Inimigos'] poderá ser exibido em outras circunstâncias sem problemas técnicos e sem prejuízo para o seu significado", diz dos Anjos.

A itinerância da Bienal começa em Belo Horizonte, no dia 18 de janeiro, no Palácio das Artes; em março, ela ocupa o Museu de Arte Moderna do Rio e o de Salvador; em abril, o Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba; em maio, estão agendadas exposições no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e no Museu Nacional de Brasília; e em julho, encerra-se a turnê nacional no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, em Recife.

No interior de São Paulo, a Bienal será vista em unidades do Sesc, nas cidades de Campinas, Santos, Araraquara, Ribeirão Preto e Piracicaba, entre os meses de abril e junho.

Posted by Marília Sales at 2:54 PM

Bienal de São Paulo chega hoje ao fim por Silas Martí, Folha de S. Paulo

Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 12 de dezembro de 2010.

Mostra no Ibirapuera atraiu cerca de 530 mil pessoas até agora para ver obras de 159 artistas e 300 atividades

Saiba o que priorizar em visita rápida no último dia para não perder as obras mais clássicas e trabalhos polêmicos

Foram mais de 80 dias de exposição, obras de 159 artistas, algumas centenas de performances, exibições de filmes, palestras e debates.

Também dois ataques de pichadores e uma dramática retirada de três urubus do pavilhão, na calada da noite.

É com saldo meio positivo e negativo que termina hoje a 29ª Bienal de São Paulo. Até agora, cerca de 530 mil pessoas visitaram a mostra.

Se ainda não chegou à marca de 1 milhão de visitas que planejava, essa edição conseguiu devolver o público à mostra esvaziada de dois anos atrás, quando um andar inteiro ficou sem obras em protesto pela crise política e financeira da instituição e ainda foi alvo de pichadores.

Dessa vez convidados a participar, membros do grupo Pixação SP reivindicaram autoria do ataque à obra de Nuno Ramos, que mantinha três urubus num viveiro dentro do pavilhão, retirados depois por ordem do Ibama.

Em todo caso, foi uma mostra de retomada, com caráter museológico. Quem fizer uma visita derradeira hoje pode aproveitar para ver alguns clássicos da arte brasileira, como os "Ninhos" de Hélio Oiticica, a reedição em vídeo da performance "Divisor", de Lygia Pape, e a documentação das performances do artista Flávio de Carvalho.

Entre os contemporâneos, a instalação "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, mesmo sem os urubus que faziam parte da obra, é um dos trabalhos mais fortes da Bienal.

Junto dele, "Abajur", instalação de Cildo Meireles em que homens escondidos sob um cenário movimentam o desenho de uma paisagem idílica, é outro ponto alto.

Ramos e Meireles, já consagrados, encontram eco na poética de jovens revelações, como Jonathas de Andrade e Henrique Oliveira, que falam de um Brasil menos ufanista, mais soturno em suas obras.

Entre os estrangeiros, destaque para os painéis do artista conceitual Joseph Kosuth e a obra audiovisual de Chantal Akerman, Nan Goldin, Steve McQueen, Apichatpong Weerasethakul e Harun Farocki. Todos refletem sobre a natureza da imagem num momento em que o Brasil repensa a sua cara.

Posted by Marília Sales at 2:47 PM