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fevereiro 8, 2019
Alinhada a Bolsonaro, Petrobras revê patrocínios e deve se afastar da cultura por Gustavo Fioratti, Folha de S. Paulo
Alinhada a Bolsonaro, Petrobras revê patrocínios e deve se afastar da cultura
Matéria de Gustavo Fioratti originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 7 de fevereiro de 2019.
Presidente afirma em rede social que arte 'não deve estar a cargo de uma petrolífera estatal'
A direção da Petrobras está avaliando se rompe contratos de patrocínio cultural firmados nos governos anteriores. A decisão seguiria novas diretrizes do governo Bolsonaro, que criticou o financiamento estatal da cultural nesta quinta (7) em sua conta Twitter.
Bolsonaro postou que embora "reconheça o valor da cultura e a necessidade de incentivá-la", o financiamento das atividades culturais "não deve estar a cargo de uma petrolífera estatal".
Segundo a publicação do presidente, "a soma dos patrocínios dos últimos anos passa de R$ 3 bilhões".
Reconheço o valor da cultura e a necessidade de incentivá-la, mas isso não deve estar a cargo de uma petrolífera estatal. A soma dos patrocínios dos últimos anos passa de R$ 3 BILHÕES. Determinei a reavaliação dos contratos. O Estado tem maiores prioridades.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 7, 2019
A Petrobras financiou, nos últimos anos, grupos como o Galpão, de Minas Gerais, e a Cia Deborah Colker, além do Festival de Teatro de Curitiba e a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
"Determinei a reavaliação dos contratos. O Estado tem maiores prioridades", disse ainda o presidente.
Além disso, Bolsonaro afirmou que os incentivos não devem ser feitos "em detrimento das principais demandas de nossa sociedade".
Além disso, incentivos devem ser direcionados de forma justa, enxuta, transparente e responsável, mas jamais em detrimento das principais demandas de nossa sociedade.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 7, 2019
Produtores e captadores de recurso ouvidos pela Folha dizem que foram alertados das mudanças nas diretrizes de patrocínio da Petrobras. A decisão foi mal recebida internamente por executivos da área de comunicação, que interpretaram a medida como interferência política e ideológica.
A petroleira patrocinou mais de 4.000 projetos culturais desde 2003, quando foi criado o Programa Petrobras Cultural, que passou a ser a maior seleção pública do tipo no país. Juntas, as áreas de cultura e imprensa consumiram quase R$ 160 milhões da estatal no ano passado.
Por nota, a empresa confirmou que está "revisando sua política de patrocínios e seu planejamento de publicidade, em alinhamento ao novo posicionamento de marca da empresa, com foco em ciência e tecnologia e educação, principalmente infantil".
Segundo o texto, "os contratos atualmente em vigor estão com seus desembolsos em dia."