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abril 17, 2015
Vendas com isenção fiscal caem 11% na feira SP-Arte por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Vendas com isenção fiscal caem 11% na feira SP-Arte
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 16 de abril de 2015.
Vendas com isenção do ICMS na última feira SP-Arte, encerrada no domingo, caíram 11% em relação ao ano passado –neste ano, 500 obras nessas condições foram vendidas por R$ 139 milhões, enquanto o balanço do ano anterior foi de R$ 155 milhões.
Esses dados da Secretaria da Fazenda paulista obtidos pela Folha mostram uma retração no mercado, mas não dão o quadro total de vendas na feira, já que nem todas as transações são declaradas.
Usando o método da SP-Arte para calcular o faturamento total do evento, baseado no fato de que vendas com a isenção correspondem em geral a 60% do total, é possível estimar que negócios totalizaram R$ 222 milhões neste ano contra R$ 250 milhões em 2014.
Desde 2012, o governo paulista dá isenção do ICMS a vendas realizadas na feira para incentivar a vinda de galerias estrangeiras ao evento e fomentar o mercado de arte no Brasil, país que pratica um dos mais altos impostos sobre obras de arte no mundo, chegando a quase dobrar o preço de alguns trabalhos.
Num momento de crise econômica no país e com a disparada do dólar, um resultado mais fraco já era esperado para este ano. A retração apontada pelo balanço da Fazenda indica uma primeira queda no faturamento da feira, que vinha em curva ascendente nos últimos anos, aumentando em 58% o volume de negócios de 2012 para 2013.
Segundo a Secretaria da Fazenda, 330 das 500 obras vendidas com isenção do ICMS na feira eram nacionais e 170 eram importadas. Peças estrangeiras foram vendidas por R$ 430 mil em média, enquanto as brasileiras custaram em média R$ 200 mil.
Juntas, as vendas geraram R$ 17 milhões em arrecadação de impostos federais. Esse valor é o maior argumento da diretora da feira, Fernanda Feitosa, para que o evento continue usando recursos obtidos via Lei Rouanet. Neste ano, a feira pediu R$ 5,7 milhões em verbas incentivadas e já chegou a captar R$ 1,5 milhão.