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dezembro 19, 2010
Jornalismo marrom? por Juliana Monachesi, merzblog
Jornalismo marrom?
Texto de Juliana Monachesi originalmente publicado no MerzBlog em 18 de dezembro de 2010, em resposta a matéria "Demissões revelam crise no MIS e Paço" de Silas Martí.
ATIÇANDO A BRASA
Leia os artigos, comentários e cartas em resposta à matéria no "Dossiê: MIS e Paço das Artes - respostas à matéria da Folha de S. Paulo".
A reportagem da página 3 do caderno Ilustrada de hoje me surpreendeu e me senti no dever de escrever rebatendo alguns pontos do texto que exigem esclarecimentos. Há oito anos sou colaboradora do Paço das Artes, como crítica de arte da Temporada de Projetos, e minha convivência profissional com a diretora Daniela Bousso sempre foi pautada por respeito e incentivo ao diálogo e à construção coletiva de projetos e de conhecimento. Por isso me chama a atenção que o documento a que a Folha teve acesso classifique a diretora como “desrespeitosa” ou “autoritária”; não conheço o teor deste levantamento interno que teria sido realizado a pedido do conselho do Paço e do MIS, mas posso afirmar, com base em minha experiência profissional, que as duas instituições que Daniela Bousso dirige têm como característica principal a escuta constante e atenta das demandas e inquietações do meio de arte contemporânea e de novas mídias em São Paulo.
Na qualidade de público que acompanha de perto a programação das duas instituições há dez anos, posso afirmar com absoluta certeza que supostas “indefinição de planos de trabalho e exposições” e “decisões erráticas” apontadas na matéria são inconsistentes e incoerentes, uma vez que a excelência do programa de exposições de ambas as instituições é reconhecida nacional e internacionalmente. Inclusive, foi pela constância de uma programação engajada nas discussões da arte contemporânea que Daniela Bousso inseriu o Paço das Artes no mapa, hoje um espaço de referência. Do mesmo modo como vem fazendo à frente do MIS, desde sua reforma e devolução do museu à cidade de São Paulo até a programação considerada de ponta no que diz respeito à conexão entre cinema, fotografia e novas mídias. Nos últimos anos, basta mencionar mostras de Chris Marker, Gary Hill, Yang Fudong Bill Seaman e Pipilotti Rist, no plano internacional, e de Letícia Parente, Vik Muniz, Luiz Duva, Cassio Vasconcellos e Miguel Rio Branco, nomes de altíssima relevância no contexto brasileiro.
A jornalista e crítica de arte Juliana Monachesi
acertou o "tom" nos seus comentários sobre o atual momento do MIS e do Paço das Artes.
Atecniosamente,