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maio 13, 2010

MuBE terá novo anexo e foco em arte de rua por Silas Marí, Folha de S. Paulo

Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada da Folha de S. Paulo em 13 de maio de 2010.

Museu chega aos 15 anos com planos de completar projeto de Mendes da Rocha

Presidente da instituição diz que alvo nunca foi escultura e que museu pretende ter "multiarte", com mostras de vídeo, fotografia e grafite

No ano em que completa 15 anos, o Museu Brasileiro da Escultura tenta se "realinhar" na cena institucional paulistana.

Depois de demitir o curador Jacob Klintowitz em agosto do ano passado, afirmando não ser necessário alguém no cargo, a direção do MuBE anuncia agora a construção de um anexo ao edifício projetado por Paulo Mendes da Rocha e um novo foco em grafite e arte de rua.

Já estava no projeto original de Mendes da Rocha o prédio que será erguido até o ano que vem, segundo as previsões do MuBE. "Como está agora, o museu não tem um depósito de acervo, carpintaria, nem boas instalações para os funcionários", diz Mendes da Rocha.

"Será uma torre baixa ao lado do que está lá", resume o arquiteto. "Essa construção começa lá embaixo, no nível inferior do museu, e ultrapassa a marquise." Do subsolo ao topo, terá 15 metros de altura.
Enquanto garante que sairá do papel o novo prédio, orçado em cerca de R$ 6 milhões, o MuBE não definiu ainda o que fará no espaço. A direção só adianta que o anexo, além de abrigar o pequeno acervo do museu, não terá muito a ver com o nome da instituição.

Um dos planos é dar aulas de arte pagas e gratuitas no local.

"Nunca fomos um museu de escultura", afirma Jorge Landmann, presidente do MuBE. "São Paulo já tem muitos museus de escultura, na Consolação, na Doutor Arnaldo, cheios de Brecheret", diz, em referência aos cemitérios da região. "Nós não queremos ser isso."

Mas ainda não parece claro o que quer ser esse museu. Em entrevista à Folha, Landmann falou em ter no MuBE "todos os aspectos da arte", desde vídeo e fotografia à arte de rua. "É multiarte, todo tipo de arte."
Ele preside o museu desde 2007. Em abril daquele ano, a prefeitura chegou a revogar a concessão de uso do espaço -embora seja privado, o museu ocupa um terreno da prefeitura e, por isso, é considerado propriedade pública cedida em comodato desde 1987.

Landmann contornou a situação transformando o museu numa organização social de interesse público, o que permite maior acesso a recursos públicos e direito à captação de verbas pelas leis de incentivo.
Mas não foi suficiente para acabar com a pecha de "museu de aluguel", como ficou conhecido o MuBE pelo número de eventos comerciais que recebe.

Landmann diz ter reduzido a frequência dessas ações, mas sua gestão abriu espaço para um campeonato de baristas, desfiles de calças jeans e reuniões de associações de bairro.

À época da demissão do curador Jacob Klintowitz, que hoje diz que o MuBE "não tem missão", o secretário municipal da Cultura, Carlos Augusto Calil, disse que o museu é "impermeável a projeto cultural".

Sob críticas, o MuBE virou alvo de seu vizinho. O Museu da Imagem e do Som tentou negociar com Landmann a transferência do Paço das Artes, que deverá desocupar sua sede na Cidade Universitária, para o prédio do MuBE, o que levaria à extinção do museu.

Embora confirme as negociações, Landmann diz que o plano está "fora de cogitação".

Posted by Marília Sales at 1:21 PM | Comentários(1)
Comments

Estas informações estão equivocadas. O prédio do Anexo será ocupado por uma coleção importantíssima no cenário artístico nacional. Ela tem uma função pontual. A pedidos, a revelação do nome ainda é sigilosa. Não sei porque tentar minimizar um projeto de um dos nossos maiores arquitetos cujo o propósito é agregador e multiplicador de cultura e conhecimento. O que uma provocação polêmica como esta pode acrescentar? Triste matéria!!!

Posted by: renata at maio 13, 2010 7:16 PM
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