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maio 4, 2010
Arte acelerada por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada da Folha de S. Paulo em 4 de maio de 2010.
Estampado na capa do catálogo de um leilão paulistano, um trabalho de Adriana Varejão foi arrematado, na semana passada, por R$ 551 mil sob aplausos tímidos e um "parabéns" do leiloeiro. A quadras dali, colecionadores disputavam obras no pavilhão da Bienal, que pareceu pequeno demais no furacão da SP Arte.
Em dez anos, obras de Varejão, Cildo Meireles, Vik Muniz e Beatriz Milhazes chegaram a se valorizar até 5.000%.
A entrada de megainvestidores no mercado de arte também promete anabolizar preços. "É o ativo mais valorizado, mais do que ações, mais do que o dólar, mais do que o ouro", diz Heitor Reis, que está liderando um fundo de investimentos de R$ 40 milhões para comprar arte brasileira. "É superagressivo", diz a galerista Márcia Fortes. "Está demasiado acelerado."
FEIRA SP ARTE TERMINA COM MAIS VENDAS
Encerrada no último domingo, a sexta edição da feira SP Arte, no pavilhão da Bienal, reuniu 80 galerias com 2.500 obras à venda. Neste ano, o evento teve 16 mil visitantes, 20% a mais do que no ano passado, sendo 30% do público de outros Estados.
Não há ainda um número oficial de vendas, mas a diretora da SP Arte, Fernanda Feitosa, acredita que bateram a marca dos R$ 15 milhões, faturamento total do ano passado. "Com certeza, todo mundo superou a expectativa", disse Feitosa à Folha.
Não foram vendidas as obras mais caras da SP Arte, como "Puerto Metafísico", de Joaquín Torres-García, avaliada em US$ 3,5 milhões, e "Tamba-Tajá", de Maria Martins, de R$ 1,5 milhão, mas a venda de contemporâneos puxou a alta dos negócios. "São valores menores, mas o volume é maior."