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maio 23, 2007
"Vamos profissionalizar o MuBE", entrevista de Jorge Landmann a Fabio Cypriano, Folha de São Paulo
"Vamos profissionalizar o MuBE"
Entrevista de Jorge Landmann a Fabio Cypriano, originalmente publicada na Folha de São Paulo, no dia 23 de maio de 2007
Novo presidente do museu, Jorge Landmann diz que sua gestão representa "guinada total" na instituição
Já para ex-vice-presidente do MuBE, empresário eleito na última sexta não mudará administração "caótica, superficial e agranfinada"
Eleito na última sexta-feira presidente do Museu Brasileiro de Escultura (MuBE), o empresário Jorge Landmann afirma que sua eleição representa uma "guinada total" na instituição, até então dirigida por Marilisa Rathsam. Com uma gestão polêmica, Rathsam levou a instituição a ser apelidada de museu brasileiro de eventos.
"Nossos eventos são mais ligados à arte do que a maioria dos que acontecem em outros museus do país. Eu mesmo estive num casamento no MAM, em abril", diz Landmann, há sete anos presidente da sociedade civil que administra o MuBE. "Cuidava mais da parte financeira, agora é necessário um redirecionamento cultural."
Entretanto, para o então vice-presidente do museu, Luiz Antônio Seraphico de Assis Carvalho, que renunciou ao cargo há três semanas, Landmann não representa mudança: "Ele é um preposto da Marilisa, que teve uma administração péssima, caótica, superficial, "agranfinada", sem produzir resultados que justificassem o comodato", disse à Folha.
Toda essa polêmica foi gerada por uma notificação da Prefeitura de São Paulo, em 17 de abril, que rescindiu a concessão administrativa do museu, afirmando que o espaço era mal utilizado. A direção do museu recorreu ao Tribunal de Justiça, obtendo uma liminar.
"Não sei os motivos que levaram Seraphico a sair do museu, mas não lembro o que ele fez aqui dentro, só de seus discursos, pois ele era o orador da casa e sempre elogiou a Marilisa", diz Landmann. Na segunda, o presidente contou seus planos para transformar o museu.
Rathsam não respondeu questões da Folha por estar, segundo o museu, em férias.
FOLHA - O que significou sua eleição, na última sexta?
JORGE LANDMANN - Decidimos transformar o museu numa instituição profissional, voltada à comunidade, que possa trazer grandes artistas e desenvolver um movimento cultural avançado. Dona Marilisa construiu uma obra fantástica. Nosso compromisso com a prefeitura era de construir um prédio de 500 metros e ela conseguiu construir, com dinheiro privado, uma jóia arquitetônica. Agora vamos profissionalizar o museu, trazendo um curador do nível do Jacob Klintowitz.
FOLHA - E Marilisa Rathsam continua no museu?
LANDMANN - Continua no museu e deverá ir, no futuro, para a presidência honorária vitalícia, que é o cargo que ela merece.
FOLHA - O senhor acha normal ela ter dado o próprio nome ao museu?
LANDMANN - Não sei o que a levou a isso, mas ela abriu mão há uns quatro ou cinco meses. Foi muito mansa e passiva a forma como ela abriu mão.
FOLHA - A rescisão da concessão ao museu tem sido apoiada por muitos artistas e curadores, o que denota uma imagem negativa. A sua eleição não pode ser uma tentativa de representar mudança, mas ao mesmo tempo de manter a mesma orientação em vigor?
LANDMANN - Eu diria que não. Ela sabe que estamos dando uma guinada total nesse museu. Ninguém pode negar o fato de ela ter feito uma grande obra. Conseguimos manter esse museu, como se mantém em qualquer parte do mundo. Aliás, nossos eventos são mais ligados à arte do que a maioria dos eventos em outros museus do país. Eu mesmo estive num casamento no MAM, em abril.
Oi, gente boa!
Achei estranho que essa transcrição da matéria que saiu na Folha não inclui o box (integrante da matéria) que aborda a denúncia de que o MuBE falsificou um abaixo-assinado. Foi intencional ou esquecimento mesmo? Gostaria de saber
Abraço