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março 9, 2009
Prêmio Marcantonio Vilaça - Entrevista com o artista premiado Yuri Firmeza
Entrevista por emeio feita por Ananda Carvalho especialmente para o Canal Contemporâneo.
Ao acompanhar a premiação do Prêmio Marcantonio Vilaça, nos questionamos sobre o papel dos prêmios e o estado da arte contemporânea. O Júri de seleção do Prêmio não escolhe um projeto a ser desenvolvido, e sim, avalia os portfolios. Cada artista recebe uma bolsa de R$30 mil para dar continuidade ao seu processo ou para aventurar-se em novas pesquisas. Esse processo será acompanhado por um crítico escolhido a partir de três sugestões do próprio artista. Convidamos os artistas premiados e os membros do júri a exporem suas idéias.
Canal / Ananda Carvalho - Na sua opinião, quais características do seu trabalho foram premiadas?
Yuri Firmeza - Acredito que tenha sido o posicionamento político-crítico-ético, que permeia minha produção, seja no exercício da escrita – onde penso a teoria enquanto prática – seja nos “trabalhos/obras”, seja nas oficinas, falas, aulas...
Acho que essa dimensão política, que instaura possíveis – ou tenta – seja um fio condutor presente em toda minha pesquisa.
Canal / Ananda Carvalho - Quais temas, projetos ou características pretende desenvolver ao longo deste ano?
Yuri Firmeza - Difícil pré-estabelecer um tema. Normalmente trabalho com e a partir daquilo que me trespassa. Nesse momento tenho desenvolvido uma pesquisa com vídeo-escultura-pintura e tenho escrito bastante e pensado esses textos como parte integrante e indissociável de toda minha produção plástica. Tenho pensado sobre a vida, sobre os modos de existência, sobre o controle, sobre os espaços, sobre o poder, sobre os corpos, sobre nós... tenho vivido e pensado a partir disso.
Coisa que derrete, a liquidez das coisas, dos lugares, por mais clichê que possa soar essa febre de Bauman.
A experiência do deslocamento, do sistema da arte, do mercado, da condição de estrangeiro em seu próprio lugar, de São Paulo... tenho pensado em explodir coisas.
Canal / Ananda Carvalho - Quais foram os orientadores que indicou para acompanhar o seu trabalho?
Yuri Firmeza - Paulo Herkenhoff, Suely Rolnik, Ricardo Basbaum e Lisette Lagnado
Leia também a entrevista com o artista premiado Eduardo Berliner
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"....daquilo que me trespassa..."?
sem comentários!