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setembro 22, 2006
Selecionados Fiat Mostra Brasil
Selecionados Fiat Mostra Brasil
Adriana Barreto e Bruna Mansani - SC - Vale lugar ao sol - Performance/ site specific
Andrei Thomaz - SP - Labirintos -arte digital
Bruno de Faria - SP - Delivery, coleção particular -Intervenção - teleintervenção
Cristiano Lenhardt - PE - Ao Vivo - Instalação áudio e vídeo
Daniel Escobar - RS - Perto demais - Pintura
Fabiana Wielewicki - SC - Segunda Natureza: oitavo andar, maravilhosos e instantâneo -Fotografia
Fabiola Tasca - MG - Escritura - Instalação
Felipe Cohen e Daniel Trench - SP - O sonho de Constantino - Videoarte
Grupo EmpreZa - GO - Salve, Salve - Instalação Áudio e Vídeo
Grupo Gia - BA - Projeto de Interferências - instalação e intervenção urbana
Henrique Oliveira - SP - Tapumes -Site specific
Katia Prates - RS - Paisagens -Fotografia
Leonora Weissmann - MG - Pinturas - Corpos Paisagem - Pintura
Luiz Roque - RS - Projeto Vermelho - Videoarte
Marcelo Moscheta - SP - Refeitório - Gravura
Marcus Bastos - SP - F... Interface Disforme -Web-arte
Mariana Silva da Silva - RS - A Distância - Fotografia
Mariane Rotter - RS - Indutor de Percepção Cotidiana - Livro - Fotografia
Marta Neves - MG - As 12 tarefas -Performance
Martha Gabriel - SP - Mosaico de Vozes - Web-arte
Milena Travassos - CE - Vertigem - Instalação Áudio e Vídeo
MM não e confete - SP - Manifeste-se 2.0 - Instalação e Intervenção Urbana
Nydia Negromonte - MG - Sem Título - Performance
Raquel Stolf - SC - Grilo -Instalação Áudio
Ricardo de Cristofaro - MG - Objeto Ansioso número 03 - Arte Digital - Instalação
Rodrigo Borges - MG - Entre Tem Ar - Site Specific
Rodrigo Freitas - MG - Sem Título - Pintura
Thais Ueda - SP - Utopédia - arte digital
Vera Bighetti, FullFil Fullness - SP - arte digital
Vulgo - MG - Rotativos - Instalação ou Intervenção Urbana
Comissão de seleção: Eduardo de Jesus, Giselle Beiguelman, Járed Domício, Marcos Hill, Maria Ivone dos Santos, Marisa Mokarzel, Stéphane Huchet
Fiat Mostra Brasil
www.sitefiatmostrabrasil.com.br
Com a expressiva participação de 2.221 artistas, que apresentaram 2.833 trabalhos, foram selecionados os 30 nomes para o FIAT MOSTRA BRASIL, projeto que culmina com uma exposição no "Porão das Artes", no prédio da Fundação Bienal de São Paulo, a partir de 7 de novembro, simultaneamente ao grande evento internacional.
Os 30 trabalhos escolhidos são de autores provenientes de oitos Estados - BAHIA, Salvador: Grupo Gia (Mark Dayves Costa, Tiago Pinto Ribeiro, Ludmila Britto, Pedro Marighella, Cristiano Rocha Píton, Everton Marco Santos), Projeto de Interferências (categoria: instalação e intervenção urbana). CEARÁ, Fortaleza: Milena Travassos, Vertigem (categoria: Instalação Áudio e Vídeo). GOIÁS, Goiânia: Grupo EmpreZa (Mariana Pedrosa Marcassa, Paulo Vicente da Veiga Jordão, Keith Richard da Silva Nunes, Fernando Peixoto da Costa, Maria Beatriz Costa Miranda, Antônio José Drummond Barboza, Alexandre Adalberto Pereira, Christiane Cavalcante Frauzino, Fabio Tremonte), Salve, Salve (categoria: Instalação Áudio e Vídeo). MINAS GERAIS, Belo Horizonte: Fabiola Tasca, Escritura (categoria: Instalação); Leonora Weissmann, Pinturas - Corpos Paisagem (categoria: Pintura); Nydia Negromonte, Sem Título (categoria: Performance); Rodrigo Borges, Entre Tem Ar (categoria: Site Specific); Rodrigo Freitas, Sem Título (categoria: Pintura); Marta Neves, As 12 tarefas (categoria: Performance); Vulgo (Wellington Cançado e Simone Cortezão), Rotativos (categoria: Instalação ou Intervenção Urbana). MINAS GERAIS, Juiz de Fora: Ricardo de Cristofaro, Objeto Ansioso número 03 (categoria: Arte Digital - Instalação). PERNAMBUCO, Recife: Cristiano Lenhardt, Ao Vivo (categoria: Instalação áudio e vídeo); RIO GRANDE DO SUL, Porto Alegre: Daniel Escobar, Perto demais (categoria: Pintura); Katia Prates, Paisagens (categoria: Fotografia); Luiz Roque, Projeto Vermelho (categoria: Videoarte); Mariana Silva da Silva, A Distância (categoria: Fotografia); Mariane Rotter, Indutor de Percepção Cotidiana - Livro (categoria: Fotografia). SANTA CATARINA, Florianópolis: Adriana Barreto e Bruna Mansani, Vale lugar ao sol (categoria: Performance/ site specific); Fabiana Wielewicki, Segunda Natureza: oitavo andar, maravilhosos e instantâneo (categoria: Fotografia); Raquel Stolf, Grilo (categoria: Instalação Áudio). SÃO PAULO, São Paulo: Andrei Thomaz, Labirintos - (categoria: arte digital); Bruno de Faria, Delivery, coleção particular (categoria: Intervenção - teleintervenção); Felipe Cohen e Daniel Trench, O sonho de Constantino (categoria: Videoarte); Henrique Oliveira, Tapumes (categoria: Site specific); Marcelo Moscheta, Refeitório (categoria: Gravura); Martha Gabriel, Mosaico de Vozes (categoria: Web-arte); Marcus Bastos, F... Interface Disforme (categoria: Web-arte); MM não e confete (Mariana K e Milena Zafir), Manifeste-se 2.0 (categoria: Instalação e Intervenção Urbana); Thais Ueda, Utopédia (categoria: arte digital); Vera Bighetti, FullFil Fullness (categoria: arte digital).
Os artistas, além de participarem da mostra em São Paulo, recebem um prêmio de R$12.000,00, o maior do gênero no País (R$ 360.000,00). Entre os 30 escolhidos estão trabalhos que acenam com novas estratégias para pensar a contemporaneidade, de criadores brasileiros que ainda não foram absorvidos pelo circuito das artes.
Segundo o júri, como todo o projeto dos 30 anos da FIAT é voltado a refletir sobre o futuro, apostou-se nas obras que articulam novos vetores para a produção artística, de autores ainda não conhecidos. "São propostas mais arriscadas, pois como é possível falar em futuro sem correr riscos?", explica o grupo de jurados. Trata-se de um projeto que busca revelar por onde andam as vibrações do movimento contemporâneo brasileiro, funcionando mais como sismógrafo do que como radar, para captar questões mais candentes.
O júri, formado por pensadores interessados em vislumbrar novos rumos para a produção de conhecimento, reúne: Giselle Beiguelman - webartista, professora de Semiótica da pós-graduação da PUC-SP; Járed Domício - artista e coordenador da FUNCET (Fundação de Cultura Esporte e Turismo de Fortaleza); Marisa Mokarzel - diretora e curadora do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus da Secretaria Executiva de Cultura do Estado do Pará, em Belém; Marcos Hill - professor em graduação e pós-graduação de História da Arte na UFMG, autor de livros sobre a arte contemporânea; Stéphane Huchet - professor da Escola de Arquitetura da UFMG, de Fundamentos e Crítica de Arte, e membro do Comitê Brasileiro de História da Arte e Pesquisa; Eduardo de Jesus - professor da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas, expert em produção audiovisual contemporânea; e Maria Ivone dos Santos - artista e professora em pós-graduação de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS.
Com estas características, o FIAT MOSTRA BRASIL apresenta-se como um possível celeiro de uma nova safra de artistas que está por vir e como uma interessante opção de visitação, num momento em que todo o circuito das artes encontra-se em plena efervescência em função da aproximação da Bienal Internacional de São Paulo.
O projeto FIAT MOSTRA BRASIL traz a chancela da Casa Fiat de Cultura, instituição recentemente criada para consolidar a política cultural da empresa. Localizado em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, trata-se de num moderno espaço cultural aberto às mais diversas manifestações artísticas e que pretende, com suas realizações, ter alcance nacional, como esta exposição em São Paulo. "Ao criar o Fiat Mostra Brasil, a FIAT pretende delinear um recorte bastante ousado das artes visuais produzidas hoje no país e suprir uma carência de iniciativas e eventos que estimulem a produção, a formação de público e a democratização do acesso às artes", afirma José Eduardo de Lima Pereira, presidente da Casa Fiat de Cultura.
www.sitefiatmostrabrasil.combr
Como observadora do sistema de Arte brasileiro, não pude deixar de observar incríveis coincidências no processo de seleção das propostas premiadas no Fiat Mostra Brasil. Gostaria de partilhar com todos, algumas destas coincidências.
Quero deixar claro que não estou questionando os trabalhos, nem os méritos dos selecionados, mas no meio de quase 3000 propostas enviadas, as escolhidas, ou pelo menos boa parte delas, já eram conhecidas dos curadores.
Uma mostra que pretende delinear um panorama das artes visuais produzidas hoje no país e suprir uma carência de iniciativas e eventos que estimulem a produção, a formação de público e a democratização do acesso às artes, não se deve deixar levar por interesses particulares de quem quer que seja.
Nos critérios de escolha definidos pelos curadores, eles deixam claro que sua principal motivação era apontar vetores da arte contemporânea brasileira em detrimento de tendências. Além disto afirmam ter optado por assumir o risco de apostar também naquilo que está à margem do circuito da arte contemporânea (incluindo-se aí galerias, museus, festivais tradicionais e inserção midiática). Mas o que vemos parece-me o contrário, como vocês poderão verificar abaixo. O que vejo são escolhas levadas por afinidades. Se observarmos bem, grande parte dos escolhidos são oriundos dos estados em que os curadores atuam. Acho notável que não haja sequer um artista carioca, sendo o Rio de Janeiro um grande centro cultural do país, que gerou muitos movimentos da vanguarda artística brasileira e influenciou a produção artística de outras partes do Brasil. Claro que o Rio de Janeiro não é o único estado brasileiro que não tem representantes dentre os selecionados.
Quando os curadores colocam no seu texto de justificativa que trata-se, de investir no arrojo, nos conceitos e no debate, fica a dúvida, pelo menos para mim, em que arrojo, conceitos e debates eles querem investir.
Creio que seja necessário prestarmos mais atenção aos processos seletivos de prêmios, salões e mostras que pretendem ser os porta-vozes de nossa cultura, mas que ficam muito aquém de suas propostas, e ainda nos dão falsas impressões acerca do panorama artístico de nosso país.
Todas as informações abaixo foram obtidas através de pesquisa na web. Começando pelos curriculos dos curadores disponíveis na Plataforma Lattes (http://lattes.cnpq.br/index.htm).
Curadores:
Stéphane Denis Albert René Philippe Huchet
- Orientador de mestrado da Fabiola Tasca. O PROCESSO DA ARTE COMO FICÇÃO. 2002. 0 f. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais).
- Participação em banca de Rodrigo Borges Coelho. ENTRE TEM AR. O espectador dentro e fora do quadro. 2005. Dissertação (Mestrado em Mestrado em Artes Visuais da Escola de Belas Artes) - UFMG.
Marcos César de Senna Hill
-Orientador da Leonora Weissmann. Monografia final do PAD - EBA. 2002. Iniciação Científica. (Graduando em Curso de Graduação da Escola de Belas Artes/UFMG) - Universidade Federal de Minas Gerais.
-Orientador do Rodrigo Freitas. Monografia final do PAD-EBA/UFMG. 2002. Iniciação Científica. (Graduando em Curso de Graduação da Escola de Belas Artes/UFMG) - Universidade Federal de Minas Gerais.
-Escreveu um texto crítico para Ricardo Cristofaro (http://www.artes.ufjf.br/cristofaro/textos.htm)
Maria Ivone dos Santos
- Orientadora de graduação e de mestrado da Mariane Rotter. Título: MEU PONTO DE VISTA: INDUTOR DE PERCEPÇÃO COTIDIANA (mestrado). MEU PONTO DE VISTA (graduação). UFRGS.
- Publicou junto com a Mariana Silva da Silva (A fotografia nos processos artísticos contemporâneos. Porto Alegre: UFRGS / Prefeitura de Porto Alegre, 2004, v. , p. -.), Raquel Stolf (Ciranda. Porto Alegre: UFRGS Editora, 2006, v. , p. 243-258.) e Fabiana Wielewick (Ciranda. Porto Alegre: UFRGS Editora, 2006, v. , p. 243-258.).
- No site (www.ufrgs.br/arte/escultura) podemos ver outros trabalhos desenvolvidos pelas artistas junto com a curadora. Neste mesmo site podemos ver o trabalho do Andrei Thomas, que participou de alguns projetos do Formas de Pensar a Escultura, e um texto do grupo GIA (www6.ufrgs.br/escultura/fsm2005/textos/gia.htm).
- Foi curadora da exposição Um Território da Fotografia, onde expuseram Kátia Prates, Mariane
Rotter, Andrei Thomaz, Fabiana Wielewicki, Mariana Silva da Silva e Raquel Stolf.
- Luiz Roque faz parte do grupo Projeto Vermelho. Este projeto nasceu de uma conversa sobre a cor vermelha na arte, ocorrida entre um grupo de alunos da graduação do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS e a coordenadora da galeria e professora da área da escultura, Maria Ivone dos Santos.(http://www.ufrgs.br/galeria/ANO2006_1.html).
Giselle Beiguelman
- Orientadora da Vera Bighetti no Mestrado em Comunicação e Semiótica Mídias Digitais.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil.
Título: O Jogo como texto cultural da sociedade de informação, Ano de Obtenção: 2003.
- Participou junto com o Marcus Vinicius Fainer Bastos do trabalho Paisagem0. 2002 (website), e do debate Quem sabe faz ao vivo? (2004)
Eduardo de Jesus
- Publicou com o Marcus Vinicius Fainer Bastos (A cultura da reciclagem. In: André Brasil; Carlos Henrique Falci; Eduardo de Jesus; Geane Alzamorra. (Org.). Cultura em Fluxo. Novas Mediações em Rede. Belo Horizonte: PUC, 2004, v. , p. 282-294.)
Járed Domício
Foi um dos premiados do Rumos Itau Cultural junatmente com Fabiana Wielewicki (SC) e Marta Neves (MG),
Posted by: Aletéia Ribelle at novembro 9, 2006 4:26 PMVendo o comentário de Aletéia Ribelle, a cima nota-se que não é uma coincidência os selecionados estarem ligados aos curadores.
Tenho uma explicação pra isto. Ocorre que quando a FIAT organizou este Salão, havia a intenção da escolha de jurados que fossem técnicos na área e com capacitação para o julgamento.
Toda esta boa intenção caiu por terra, quando a escolha desses nomes para o corpo de jurados limitou-se apenas a profissionais ligados
a vida acadêmica. Com isto fica claro que o universo que conhecem, com raras exceções, é apenas da universidade e de seus alunos. Mas não tem qualquer familiaridade com o cotidiano do mercado da arte. Não quero com isto negar suas capacitações no ensino acadêmico.
Fica aqui as perguntas no ar:
1-Que chance teriam os inscritos neste salão e que são artistas plásticos AUTODIDATAS e nunca tiveram no acento de uma universidade?
2-Sua arte vale menos, por que não são ainda conhecidos e não fazem faculdade?
3-Mas então onde fica os propósitos do salão, se já de cara exclui os
Autodidatas?
Graças a Deus que o mostro sagrado das artes plástica, Arcangelo Ianelli se livrou dos conceitos de escolha do que ser grandioso e bom dentro da ótica e nos moldes do salão. Embora Ianelli foi um estudioso nas cores , no desenho, em suas todas biografias se lê “autodidata”. Em minha carreira de curadora de arte, o que mais tenho feito são as descobertas de talentos e sempre os encontrei em galerias de arte particulares. Muitos iniciando à margem dos grandes espaços que tb só são oferecidos quando se tem padrinhos ou já são consagradamente reconhecidos. Nas artes, há “exceção a regra” , quando se reconhece o valor daqueles que não fez uma universidade. Parabéns a FIAT pela iniciativa, mas por favor urgente revejam o corpo de jurados para os próximos.
Alias, espero estar viva para ver o reconhecimento de vários artistas que foram excluídos e que se inscreveram neste salão da FIAT e que no momento já despontam como talentos, cujos os preços de usas obras estão ascendendo no mercado da arte.