NESTA EDIÇÃO:
Cildo Meireles no MAMC
de Strasbourg, França
Encontro com Philippe Van Cauteren no MAM, São Paulo
Mídia Tática Brasil no SESC Av. Paulista, São Paulo
Moratorium
Day Against the War no Metropolitan, EUA
Afundação
do Guggenheim no Arpoador, Rio de Janeiro HOJE
Comentários de Adriana Varella sobre o Gug., EUA
Cildo Meireles
6 de março, quinta-feira,
às 18h30
Musée d'Art moderne et
contemporain
1, place Hans Jean Arp
67000 Strasbourg
33-3-8823-3131
http:// www.musees-strasbourg.org
Terça a sábado, das 11h às
19h; quintas, das 12h às 22h; domingos, das 10h às 18h; segundas,
fechado.
Exposição até 18 de maio de
2003.
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encontro com curador belga
Philippe Van Cauteren
curador da Bienal Ceará
América - De Ponta Cabeça
6 de março, quinta-feira,
às 19h30
MAM-SP - Sala Paulo Figueiredo
Parque do Ibirapuera,
portões 2 e 3
11-5549-9688 / 5085-1300
http://www.mam.org.br
Entrada franca /
Estacionamento gratuito no local
Philippe Van Cauteren, de 33 anos, ao lado do colega Jan Hoet (curador
da Documenta IX, realizada em 1992 na cidade alemã de Kassel), reuniu
na exposição a arte emergente de 40 artistas. A maior presença foi de
brasileiros como Odires Mlászho, Maurício Coutinho, Paulo Climachauska,
Felipe Barbosa, Rosana Ricalde e o grupo Transição Listrada. Pelo seu
desempenho foi convocado para fazer a curadoria da próxima bienal
cearense.
O curador conceituou a exposição ao se basear na obra emblemática, "O
Norte é o Sul", do artista uruguaio Joaquín Torres-Garcia. O trabalho
subverte a configuração geográfica mundial ao colocar a América Latina
no lado norte do planeta - onde ideologicamente estão os países que
ditam as regras internacionais.
Na carreira do jovem curador constam curadorias na Bélgica, Alemanha,
Holanda e México, desde 1996. Philippe Van Cauteren é formado em
sociologia e história da arte pela Universidade de Gent e realiza
projetos para o
Museu de Arte Contemporânea de Gent (Bélgica). Ele escreveu textos
sobre
artistas consagrados como Louise Bourgeois, Masato Kobayashi e Micha
Üllman.
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MÍDIA TÁTICA BRASIL
Perspectivas de inclusão
digital e política participativa
MESA REDONDA: Comunidades
em Rede e Inclusão Digital
moderador: Gilberto Gil -
ministro da cultura;
John Perry Barlow –
vice-presidente da electronic freedom foundation (usa);
Danilo Santos de Miranda –
diretor regional sesc sp / internet livre;
Beá Tibiriçá – coordenadora
geral do governo eletrônico prefeitura de são paulo / telecentros;
Evandro Prestes – coordenador
do núcleo de inovação tecnológica e desenvolvolvimento integrado do
senac sp / cidadão on line;
Richard Barbrook –
coordenador do hypermedia research centre da universidade de westminster (uk);
Ricardo Rosas – editor chefe
do site rizoma.net e integrante da comissão organizadora do mídia tática
brasil.
7 de março, sexta-feira,
às 17h
SESC AV. PAULISTA
Av. Paulista, 119 – São Paulo
Inscrições gratuitas:
http:://www.sescsp.org.br / informações: 0800-118220
O evento Mídia Tática Brasil
ocorrerá de 13 a 16 de março de 2003, no SESC Av. Paulista, Casa das
Rosas e Fundação Japão.
Confira a programação de
conferências, debates, palestras, workshops, performances,
apresentações, e inscreva-se gratuitamente no http://www.sescsp.org.br
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Moratorium Day Against the War
DRAW-IN
5 de março, quarta-feira,
das 9h30 às 17h30
THE MOST EFFECTIVE
TIME IS: 11h30-12h30
Metropolitan Museum of Art
Near-Eastern / Assyrian
gallery
Nova Iorque EUA
Por favor, espalhe para todo
artista ou amante da arte que você conhecer!
Please spread the word to
everyone you know anywhere who is an artist or a lover of art!
Artists and others are invited to gather.
We will respectfully draw with pencil on paper the art around us, which
wascreated as early as five thousand years ago in the land now known as
Iraq, where urban life and the written word originated. Our goal is to
call attention to all of the civilizations which have flourished in
Mesopotamia under so many names and cultures: Sumer, Babylonia,
Assyria, the Arab/Muslim Abbasid Empire and contemporary Iraq.
This is a peaceful vigil, made in protest against US foreign policy
under George W. Bush. If someone asks what we are doing, we will speak
quietly
with them and explain our position, then continue to draw. We will keep
in
mind the intention: to pay homage to this land, culture and people,
which
our government is planning to destroy. We are deeply concerned about an
imminent threat to human life, and to the memory and history embedded
in all of Mesopotamia, modern Iraq.
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Afundação do Guggenheim
ou vade retro abacaxi!
Enredo do Carnaval 2003
4 de março,
terça-feira, às 16h
concentração e
acabamento das fantasias, às 15h
Praia do Arpoador
(na praça, junto
a pedra)
Ipanema Rio
de Janeiro
Traga um $ a
mais, além do da cerveja, para contribuir com a bateria.
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o Guggenheim e O sistema de arte
Comentários sobre os Comentários sobre o Estudo de Viabilidade, de Maria de Lourdes
Parreiras Horta e Maria Inez Turazzi.
Toda essa crise me parece muito positiva, pois vejo como um expurgo
de uma situação que começa tocar a consciência de todos nós. Uma
situação que sempre esteve aí, mas encoberta por muitos fatores que não
nos permitia uma maior reflexão, por estarmos completamente fora de
campo de tais interesses internacionais (diretamente). Penso… que
talvez fosse melhor, refletirmos os vários lados e possibilidades da
situação antes de cairmos em algum tipo de “extremismo”. O que gostaria
de dizer é que não devemos eliminar uma
possibilidade em detrimento de outra, mas sim tentarmos englobá-las
(antropofagicamente, como é o nosso estilo) …estes extremismos… ou
seja, esquerda e direita
/ certo e errado / bem e mal / com toda sua carga no qual estamos
condicionados, não tem nos proporcionado muitas conquistas e sim,
reduzindo-nos em suas limitações proporcionais.
Toda esta situação nada mais é do que um macrocosmo do microcosmo que é
o sistema de arte no mundo (com pouquíssimas exceções…)
Todos sabemos que os povos que detém o poder, definem e controlam
consequentemente a cultura dos povos… é assim deste o Egito, Roma, etc.
e não vai ser na era contemporânea que a situação vai ficar
diferente.( Por favor vamos ser
realistas)… Este poder (Armado, sexual, econômico, político, etc.)
controla, define e legitima o que é ou não é arte, desde sempre, assim
como controla todo o sistema histórico (escrito, organizado e
revisto), estes só se deslocam de acordo com o jogo(mapa) do poder.
Todos sabemos que uma das mais poderosas formas de manipulação,
controle e dominação vem através da consciência (ou falta dela) e a
cultura de um povo é o meio de como essa consciência entranha,
contamina e absorve outras consciências.
Os povos “poderosos” sabem disso e investem pesado nisto, e é assim
desde o começo da história.
Esse franchise cultural do Gug. é bom? É ruim? É tudo ao mesmo
tempo!!!… Por isso, antes de atacá-lo tão ferozmente vamos refletir um
pouco os dois lados da moeda (estou falando da moeda americana… é
claro).
Passei muito tempo enterrada no meu atelier (um pouco isolada) como
todo mundo, vocês sabem…até que um dia pensei em dar uma rodada, um
giro
pelo mundo…vocês sabem, estudar as relações, intercomunicações
existentes
entre os povos,
e… é engraçado percebermos a nós mesmos de outros pontos de vista …
“Nosso trabalho para o resto do mundo não é nada” (Hélio já disse isso
antes e a situação não está diferente…acredite...vivemos completamente
isolados, amunfiados, não estamos trocando nada, tirando Hélio e Lygia
que aliás …outro dia fui assistir um curador americano falar sobre eles
em Berkley (foi de chorar), ele conseguiu reduzí-los a uma pieguice de
dar dó. Existimos como algo exótico, colonizado, típico, “latino”, já
estamos
devidamente classificados ... você sabe o que quero dizer…”não me venha
dizer que os artistas brasileiros podem pensar a “grandearte”…que eles
fiquem
com as questões referentes a eles (então nos é permitido falar de
características) mas não se atrevam ao universal”…”o universal pensamos
nós”- “americanos e
europeus”- de resto... do Japão a China, África, México ou
Afeganistão…”que me tragam as suas culturas exóticas, para que possamos
desfrutá-las e incorporá-las segundo nossas conveniências – Shirin
Neshat que o diga... ”…E é isto que o sistema esta legitimando…e
estamos jogando o jogo muito direitinho…não é mesmo?
Vamos voltar ao SISTEMA (um pouco como funciona) participei de uma
bienal na Eslovênia onde percebi uma jogada muito interessante que
talvez exemplifique o que quero dizer…O patrocinador era o governo
inglês, consequentemente o ganhador e os homenageados eram ingleses, ou
seja, isso não é uma mera coincidência, isso é, os ingleses se
afirmando. Os governos dominantes sabem da importância de afirmarem e
legitimarem seus artistas…com isso eles cobrem os custos dos eventos …o
país sediado fica contente, porque consegue fazer o evento e colocar
seus artistas no bojo, os premiados são os patrocinadores assim como
….os grandes vencedores…assim, desta maneira o ciclo se completa. Os
governos no poder sabem como afirmar e colocar sua arte e seus artistas
no mundo…
Vamos voltar a gestão do Gug. e analisar o Gug. de NY.. (por ex).. ele
é uma construção nababesca? Não. É um prédio pequeno, relativamente
simples com uma inteligente arquitetura e um estilo próprio...
compatível com NY. Vê se o Gug. de Berlim ou Veneza, são nababescos?
Não.
Eles sabem que para o sistema de arte funcionar, não é preciso meter o
dinheiro em construções nababescas e sim, tirar a bunda dos curadores
das cadeiras e mandá-los para o resto do mundo para defender, afirmar e
levar a arte deles….Eles sabem que o segredo está em fazer muitas
publicações, associações, parcerias, muitas exposições itinerantes,
críticas, exibições, análises, teses, artigos, imagens e principalmente
divulgação/ e publicidade…este é o segredo da arte americana e européia
se impondo ao mundo…Jamais este sistema investiria num elefante branco
desta natureza, isso ele passa para os “estúpidos” como os espanhóis
ou/e brasileiros pagarem…porque estes são deslumbrados e embasbacados
com o bando de merda que eles fabricam, sem
nem ao menos questionar ou dar uma contrapartida…sinto muito, mais
quando vejo um trabalho de um Bill Viola por exemplo, acho uma grande
torre de merda,
de um machista, com valores cafonas…suas “tramas” e “paixões” são só um
bando
de efeitos especiais, (isso podemos deixar com Hollywood não é mesmo)…e
alguns
produtores culturais ou curadores brasileiros preferem pagar pesado
para
este homem ir para o Brasil ( tirando a verba de várias instituições)
do
que financiar uma exposição de vídeo experimental do Parque Lage por
exemplo…ou
seja, viemos alimentando este processo não é de agora…é de muito
tempo…em
situações micro e macrocósmicas…
Jamais um sistema consciente pagaria para ter um prédio destes, pois se
coloca o dinheiro conforme o produto (rentabilidade e lucros)…e todos
sabemos que se deve primeiro investir na formação dos artistas e
curadores…na crítica e história, para que cada vez mais os artistas,
críticos, historiadores e curadores possam trabalhar...
Os americanos realmente sabem como fazer isso…Outro dia passei um dia
em Alcatraz e fiquei espantada com a capacidade deste povo em tirar
leite de pedra, eles vendem camisa de presidiário, chaveiro de
presidiário, e
toda as quinquilharias inimagináveis, os barcos estão sempre lotados
para
Alcatraz e o lugar não passa de um presídio fedido, desinteressante, ou
seja, tudo não passa de um mito muito chato.
Enquanto nosso Pão de Açúcar.... os cabos caem diariamente por falta de
verbas, não conseguimos manter o lugar ativo com shows e performances
como antigamente, Acho até que vendemos um só chaveiro por mês...ou
seja, não conseguimos tirar cascalho de diamante…sinto muito mas o erro
é nosso…a questão é... onde estamos errando? Porque damos poder e
alimentamos este sistema
desta maneira?
O.K como jogar este grande jogo? Acho que o Marcoantonio Villaça
entendeu o jogo e era um bom jogador…mas claro que ninguém jamais
entendeu o jogo tão bem quanto Hélio, Lygia e Pedrosa, estes deram um
banho…
O que quero dizer é que não precisamos descartar o Gug. Rio, podemos
adaptá-lo as nossas condições, necessidades e interesses…quando o Lula
nos
ensina…”vou tratar os americanos da mesma maneira que eles nos
tratam”…o recado está dado, a aula está ensinada…Fazemos um pequeno
Gug. com parcerias e estratégias que nos convenham (pois temos que
parar com o isolamento, racismo,
bairrismo e todo este bando de limitações)... tem um tipo de
não-nacionalismo, um tipo de mundialismo (que não é globalismo) que é
bacana e muito enriquecedor para todo mundo …mas vamos ter que começar
a aprender...
Adriana Varella
(artista vivendo nos EUA)
San Francisco, 7 de fevereiro de 2003
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