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março 9, 2010
Convocatória: MÁQUINA DE RESPONDER - 29ª Bienal de São Paulo e Capacete Entretenimentos
MÁQUINA DE RESPONDER
Grupo de Trabalho: 9 oficinas em 9 meses
Convidados que darão as oficinas: Marcia Ferran (urbanista), Inti Guerreiro (curador colombiano), Mariana Castillo Deball (artista), Afonso Luz (política cultural), Raimundas Malasaukas (curador lituano), Carla Zaccagnini (artista argentina/brasileira), Ana Paula Cohen (curadora), Santiago García Navarro (escritor e crítico de arte argentino)
Coordenação das oficinas: Helmut Batista e Jorge Mena Barreto
Inscrições até 26 de março de 2010
Inscrições pelo email maquina.responder@gmail.com
Solicita‐se uma Biografia e o CV detalhado, além de uma carta manifestando a sua disponibilidade e interesse em participar.
10/15 vagas
A oficina é gratuita.
A Fundação Bienal de São Paulo e o CAPACETE entretenimentos se aliam para desenvolver projeto associado à 29ª edição da Bienal de São Paulo - edição que tem como título o verso “Há sempre um copo de mar para um homem navegar”, de autoria do poeta Jorge de Lima.
O Capacete propõe, como parte de suas atividades, uma oficina para um grupo de 10 a 15 pessoas que serão selecionadas por edital aberto. Caracteriza-se como uma "mesa de trabalho" organizada em 9 encontros que acontecerão durante 9 meses e que buscam aguçar a habilidade de escuta e resposta - respons(h)abilidade - a algumas questões postas pela 29a Bienal, sempre a partir das especificidades das práticas de cada integrante do grupo.
Pensando o texto como matéria primeira de reflexão e intervenção, estas oficinas serão um laboratório de discussão e produção para gerar um manancial crítico e qualitativo relacionado ao evento e ao público desta Bienal, podendo ou não ganhar visibilidade direta durante o evento. Entende-se também que seja o início de um processo colaborativo mais duradouro e que poderá resultar em outras produções que não são necessariamente rastreáveis no tempo presente.
Para tal, convocamos profissionais que pensem a matéria-texto em sua amplitude interventiva a se inscreverem a partir desta convocatória. Artistas, curadores, críticos, pensadores e público de modo geral, que tenham intimidade com o texto e a reflexão sobre a contemporaneidade, poderão enviar uma Biografia e o CV detalhado, além de uma carta manifestando a sua disponibilidade e interesse em participar.
Cada encontro será organizado por um convidado e terá duração de 3 a 4 dias, com horários a serem definidos junto aos palestrantes e os participantes. Uma vez efetuada a seleção, haverá um pré-encontro no qual detalhes como horário, local e extensão dos cursos serão debatidos com o grupo. O primeiro encontro será em abril de 2010.
As atividades planejadas pelo CAPACETE, que também incluem encontros, palestras, noites especiais e um arquivo-vivo, acontecerão ao longo 2010 e terão como base o Teatro de Arena, no centro de São Paulo, com quem o CAPACETE iniciou uma colaboração no final de 2009.
Sobre o projeto
CAPACETE entretenimentos e a Fundação Bienal de São Paulo se aliam para desenvolver projeto associado à 29ª edição da Bienal de São Paulo. Edição que tem como título o verso “Há sempre um copo de mar para um homem navegar”, de autoria do poeta Jorge de Lima, e que está programada para ocorrer, como exposição de obras, entre 21 de setembro e 12 de dezembro de 2010, no Parque Ibirapuera. Esse projeto partilhado, contudo, terá início bem antes disso, e se valerá de estratégias e de lugares que ultrapassam e ampliam o formato e o espaço comumente associados a uma bienal de
artes.
Como parte integrante do grupo de ações e eventos que dão corpo à 29ª Bienal de São Paulo, CAPACETE propõe ser, já a partir de março de 2010, um “espaço‐tempo” de convergência multi‐disciplinar através do formato “salão de conversas”. No século 19, este formato possibilitava que diferentes personalidades e profissionais da alta burguesia trocassem informações de suas diferentes viagens, pesquisas e atividades. Na era do transporte acessível, porém, John Cage transferiu o “salão” da sala de jantar para a cozinha. E hoje o “salão” acontece no mundo virtual da net. CAPACETE parte do princípio que os eventos mais importantes para produção de sentido acontecem nos “entre‐espaços” e “entre-tempos”, apresentando‐se de modos flutuantes e instáveis e sendo, portanto, imprevisíveis e incontroláveis. Pode o café da manhã, por exemplo, ser o fórum central de convergências de ideias e de trocas? Ou sempre foi ele, de fato, o nervo central desses encontros e permutas? CAPACETE se ocupa em propor, de modo contínuo e desde os lugares os mais inesperados, trocas que gerem saber de forma não linear e não hierárquica. CAPACETE passou por diversas fases de reestruturação, questionando a própria função do formato de “residência” dentro do contexto local, adaptando‐se às exigências de projetos cada vez mais complexos e inserindo‐os em diferentes lógicas e localidades. Para tal, administra duas sedes com diferentes lógicas de funcionamento.
Desde de sua inauguração em 1998, o CAPACETE instiga e apóia as diferentes pesquisas realizadas por seus artistas/curadores/críticos convidados, inserindo‐os na lógica do imprevisível. A inserção no projeto curatorial da 29ª Bienal de São Paulo, se dá a partir da noção de um sistema instável que gera incertezas e, portanto, provoca conexões possíveis, ainda que possam, em princípio, parecer improváveis. CAPACETE tem como proposta expor e produzir trabalhos conceituais e contextuais inéditos, abrangendo múltiplas estratégias artísticas. Documenta suas atividades e serve como ponto de partida para a auto‐representação de um grupo de artistas nacionais e internacionais.
É de fundamental interesse representar e possibilitar uma continuidade não somente de linguagem, como servir de plataforma para a construção do próprio histórico do artista, documentando sua produção e trazendo‐a ao alcance do público. O agenciamento é seu próprio conteúdo.
CAPACETE se propõe a viabilizar e agenciar produções que explodem com a idéia do referencial de uma sede fixa. O interesse é o espaço entre a galeria e a cidade como histórico urbano, em suas múltiplas manifestações.
Como organsimo convidado para integrar o corpo de ações da 29ª Bienal de São Paulo, CAPACETE funcionará como plataforma discursiva em diálogo com a proposta curatorial, construindo um dialogo vivo com seus participantes e público.
MÁQUINA DE RESPONDER
Grupo de Trabalho: 9 oficinas em 9 meses
O Grupo de Trabalho 2010 pretende dar continuidade às reflexões desenvolvidas pelos participantes que acompanharam as oficinas oferecidas pelo Capacete no Rio de Janeiro ao longo do ano de 2008 com os curadores Elfi Turpin (França), Inti Guerrero (Colômbia) e Krist Gruijthuijsen (Holanda) e, em 2009, com os brasileiros Afonso Luz, Márcia Ferran e Marianna Del Castillo, entre outros. A partir delas e de outras discussões a serem lançadas em 2010, CAPACETE pretende realizar projetos coletivos de ação em arte(curadorias conjuntas, publicações, palestras, seminários, etc.).
O Grupo de Trabalho realizará em 2010 uma reflexão coletiva centrada em temáticas referentes à contemporaneidade em diálogo com o projeto curatorial da 29ª Bienal de São Paulo. Este seminário se dará por meio de debates coletivos, palestras individuais de cada um de seus integrantes e uma oficina/grupo de estudo que ao fim do ano apresentará uma proposta decorrente de suas discussões. Tal proposta será traçada conjuntamente entre os organizadores da oficina e seus participantes.
Além disso, é importante ressaltar que essa plataforma incorporará a colaboração dos muitos artistas residentes (brasileiros e estrangeiros) vinculados ao CAPACETE por meio de intercâmbios e parcerias, que poderão contribuir como palestrantes ou expositores.
Os convidados que acompanharem o Grupo de Trabalho no ano de 2010 serão encorajados a formar um novo grupo de trabalho que conceituará a agenda de 2011, dando, portanto, continuidade ao projeto, além de promoverem a ampliação de interlocutores e o aprofundamento profissional de todos os envolvidos.
O projeto ambiciona igualmente ampliar o espaço de reflexão, formação e atuação dos profissionais do sistema de arte, ressaltando‐se sua singularidade, a de estruturar‐se a partir de um modelo formulado e gerido pelos próprios artistas e seus pares.
Como a própria dinâmica de oficinas sugere, a proposta de trabalho lança debates sobre temas decisivos para a arte contemporânea a partir de diferentes enfoques e objetivos que, ao final, oferecerão uma visão mais abrangente e aprofundada. Os participantes terão a oportunidade de, ao fim do ano, por meio da ação que criarem, apontar novas direções dentro desta agenda, contribuindo para a sua continuidade e expansão junto a potenciais colaboradores futuros e ao público em geral.
Objetivos
‐ ampliar e consolidar canais de discussão do meio artístico, particularmente em contextos para além daqueles formalmente institucionalizados
‐ fomentar e contribuir para o desenvolvimento dos profissionais do meio artístico
‐ estimular o intercâmbio entre profissionais do meio artístico
‐ promover mecanismos alternativos de discussão e inserção profissional
‐ oferecer insumos conceituais para o desenvolvimento de projetos de natureza semelhante e/ou propostas originais
Resultados pretendidos
‐ a partir das ações acima descritas, organização de um grupo de estudo voltado para artistas e intelectuais da área
‐ seminários, palestras e workshop oferecido pelo Grupo
‐ realização de evento decorrente dos trabalhos desenvolvidos. A estrutura final é aberta: poderá ser uma exposição, um livro, uma revista, cabendo ao grupo elabora‐lá conforme for traçando suas conclusões
‐ apoiar a formação de um novo Grupo de Trabalho para o ano de 2011
Os selecionados
Esperamos que os selecionados sejam mantidos até o final de todos os 9 workshops com os quais será elaborado um programa (ver proposta acima). As decisões dos cursos serão tomadas em conjunto com os selecionados.
Outros detalhes
A programação está sujeita a modificações devido a agenda dos profissionais. Os horários serão desenhados com os selecionados e os respectivos profissionais, podendo cada workshop ter intensidade e carga horária diferentes.
Biografias
Ana Paula Cohen (São Paulo, 1975) é curadora independente, editora e crítica de arte. Trabalhou como curadora adjunta da 28ª Bienal de São Paulo – “em vivo contato”, 2008, e como co‐editora das publicações relacionadas ao projeto. Ana Paula foi co‐curadora do projeto Encuentro Internacional de Medellín 07 (Jan‐Jun 2007, Medellín, Colombia), para o qual criou, em colaboração com curadores e artistas, um novo centro de arte contemporânea – La Casa del Encuentro. Como parte do mesmo projeto, Cohen curou uma exposição do artista Cildo Meireles no Museu de Antioquia, em Medellín. Desde 2006, Ana Paula é co‐fundadora e parte do grupo editorial do Newsletter do projeto museumuseu, da artista Mabe Bethonico. Em 2005, curou a exposição “Subversiones diarias”, convidada pelo Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, MALBA. Desde 2004, Ana Paula é co‐fundadora e curadora do projeto Istmo – Arquivo Flexível, em São Paulo, realizado em colaboração com artistas como Erick Beltrán, Mabe Bethônico, e Angela Detânico & Rafael Lain. Cohen contribui para revistas de arte internacionais, como Frieze, Art Nexus ou Exit Express, e escreveu para diferentes publicações sobre o trabalho de artistas como Goldin & Senneby, Javier Penãfiel, Rosangela Rennó e Oscar Muñoz, ou Cildo Meireles. Cohen organiza com frequência conferências e séries de conversas, dentre as quais as mais recentes são“História como matéria flexivel: práticas artísticas e novos sistemas de leitura” (2008); e “About
particularities: how to collect and display artistic practices in contemporary art museums?” (2010).
Atualmente, Ana Paula Cohen é curadora residente no Center for Curatorial Studies – Bard College, em
New York, onde leciona e trabalha como curadora no projeto “Living Under the Same Roof: The
Marieluise Hessel Collection and the Center for Curatorial Studies”.
Afonso Luz é crítico de arte, formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, pesquisador na área de estética e história da arte, colaborou em revistas como Novos Estudos/Cebrap, Concinnitas/UERJ, Cult, Bravo e editou outras como Rapsódia e Número, ambas ligadas à USP. Trabalhou junto ao Centro Universitário Maria Antônia de 2003/2005. Foi consultor do programa Monumenta‐ IPHAN/BID/UNESCO para "EconoVisuais e Crítica Cultural" e assessorou o Ministério da Cultura na gestão de Gilberto Gil nos anos de 2005/2008. Coordenou varias programas e projetos junto ao MinC, dentre eles, o Programa Cultura e Pensamento, o Edital Arte e Patrimônio, a representação brasileira na Feira
ARCO08 de Madri, o projeto de exportação "Brasil Arte Contemporânea em parceria com Itamaraty, APEX e Fundação Bienal de São Paulo. Atualmente é Gerente da Secretaria de Política Culturais e desenvolve modelos de regulação e indução da "Economia das Artes Visuais".
Carla Zaccagnini é artista plástica, crítica e curadora. Foi Diretora da Divisão de Curadoria e Programação e Curadora de Artes Visuais do Centro Cultural São Paulo. É membro do corpo editorial da revista Número e colaboradora da Flash Art. Seu trabalho é representado pelas galerias Vermelho (São Paulo) e Joan Prats (Barcelona). Recentemente participou da 28a Bienal de São Paulo e realizou as mostras individuais "no. it is opposition." (Art Galery of York University, Toronto, 2008) e "Bifurcações e encruzilhadas" (Galeria Vermelho, São Paulo, 2008)
Santiago García Navarro é escritor, crítico de arte, profesor de História da Arte Latinoamericana na Universidad Di Tella (Buenos Aires). Membro dos coletivos "Ensayos en vivo" e "El amor está raro".
Marcia de Noronha Santos Ferran é professora Adjunta do Curso de Graduação em Produção Cultural‐ PURO‐Pólo de Rio das Ostras‐ Universidade Federal Fluminense Arquiteta, Mestre em Urbanismo pelo PROURB/ UFRJ, Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA e em Filosofia pela Université de Paris1 ‐ SORBONNE em regime de Co‐tutela, com bolsa do CNPq. Implantou e coordenou eventos científicos e culturais na França como o I Rencontre Culture em 2004 na Embaixada do Brasil e o Ciclo de Palestras científicas APEB‐FR – Associação de pesquisadores e estudantes brasileiros na França. Foi convidada do programa Courants du Monde promovido pela Maison des Cultures du Monde, Paris em dez/ 2001. Atuou como cenógrafa de TV e teatro. Desde 1999 tem pesquisado projetos culturais e artísticos em subúrbios na França e no Brasil. Em 2006 foi uma das Coordenadoras das Oficinas do Sistema Nacional de Cultura (2006)/ MINC e Gerente de Espaços Culturais da Secretaria de Cultura de Vitória/ES (2006‐2007). Em 2007 recebeu o Prêmio Rumos Itaú Cultural Pesquisa: Gestão Cultural 2007‐2008 na categoria “Pesquisa Concluídas” pela dissertação de mestrado Participação, política cultural e revitalização urbana nos subúrbios cariocas : O caso das Lonas Culturais.
Inti Guerrero é crítco de arte e curador. Nascido em Bogotá, Colombia, atualmente vive em Amsterdam. Foi curador‐residente na Fondazione Sandretto Re Rebaudengo em Turin e Capacete Entretenimentos no Rio de Janeiro. Guerrero fez o De Appel’s Curatorial Programme, tendo estudado anteriormente na Art History and Theory da Universidade de Los Andes em Bogotá, Colombia, onde também cursou 'História Geral' na Faculdade de Ciências Sociais e 'História da Arquitetura' na Faculdade de Arquitetura & Design. Em 2004‐2005 continuou seus estudos na Universidade de São Paulo no Brasil nas Faculdades de Filosofia e Ciências Humanas (FFLCH) e na Escola de Artes Visuais (ECA).
Raimundas Malašauskas (Bilnius/Lituania) é curador e crítico de arte baseado am Paris. Foi curador do
Artists Space em Nova York de 2001 a 2009; e curador visitante na California College of Arts, San Francisco de 2007 a 2008. Atualmente é curador independente.
Mariana Castillo Deball (cidade do Mexico 1975) é artista graduada na Jan Van Eyke Academie 2002‐ 12003 e um master em Filosofia pela Iberoamerican University. Mexico, DF.
Elfi Turpin (Paris 1976) é curadora. Depois de um mestrado em History of Contemporary Art (D.E.A Order and Disorder in Contemporary Societies, University of Dijon, France), Elfi TURPIN tem coordenado e organizado exposições há mais de quatro anos. Em 2004, convidada por Sylvain ROUSSEAU e Stefan NIKOLAEV, juntou‐se ao Glassbox, um ‘artist run space’ parisiense que trabalha com a promoção da nova cena artística na França e exterior. Ela co‐programou e organizou várias exposições e eventos. Ainda ativo nos dias de hoje, mas sem sede própria, o Glassbox se expandiu para a Cité Universitaire Internationale no 14o distrito de Paris, criando um programa para intervenções artísticas em espaços públicos e intermediários. (ver www.glassbox.fr)