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outubro 19, 2009
Máquinas de luz: 1º Fórum das Imagens Técnicas no Cine Glória, Rio de Janeiro
O projeto marca os 10 anos do Ateliê da Imagem e será realizado no Cine Glória com atividades múltiplas: debates, mostras audiovisuais e uma oficina de sensibilização e criatividade fotográfica. O público terá a oportunidade de conhecer e trocar experiências com os mais importantes profissionais (fotógrafos, cineastas, artistas e pensadores da imagem contemporânea nacionais e internacionais), promovendo uma expansão de horizontes e um mergulho no mundo das imagens tecnológicas.
Convidados: Cao Guimarães, Maria Iovino, Maurício Dias, Eduardo Brandão, Ivana Bentes, Muti Randolph, Maria Helena Franco Ferraz, Walter Carvalho, Daniela Labra, Claudia Buzzetti, Sergio Cohn, Frederico Coelho, Cezar Migliorin, Paola Barreto, Claudia Linhares Sanz e Pio Figueiroa/Cia de Foto
26 a 29 de outubro de 2009, segunda a quinta, a partir de 16h
Cine Glória
Praça luís de camões, subsolo, Memorial Getúlio Vargas, Rio de Janeiro - RJ
21-2556-0781 ou 21-2541-6930 / 2244-5660 (Ateliê da Imagem)
www.ateliedaimagem.com.br/maquinasdeluz
Realização: Ateliê da Imagem em comemoração dos seus 10 anos
Sobre o evento
O Rio de Janeiro vai sediar de 26 a 29 de outubro MÁQUINAS DE LUZ | 1º Fórum das Imagens Técnicas, um projeto que marca os 10 anos do Ateliê da Imagem e que será realizado no Cine Glória com atividades múltiplas: debates, mostras audiovisuais e uma oficina de sensibilização e criatividade fotográfica. O público terá a oportunidade de conhecer e trocar experiências com os mais importantes profissionais (fotógrafos, cineastas, artistas e pensadores da imagem contemporânea nacionais e internacionais), promovendo uma expansão de horizontes e um mergulho no mundo das imagens tecnológicas.
MÁQUINAS DE LUZ | 1º Fórum das imagens técnicas começou a ser gestado em 1999, quando o cenário híbrido ainda era uma novidade para os fotógrafos. Sua realização marca uma década de trabalho contínuo do Ateliê da Imagem na promoção e ensino da fotogafia e propõe uma reflexão que vai além do discurso em torno das especificidades do meio fotográfico, incorporando o diálogo com as outras imagens técnicas e as demais artes visuais e cênicas.
O projeto propõe discutir a cena atual e trará como convidados Cao Guimarães, Maria Iovino (Colômbia), Maurício Dias, Eduardo Brandão, Ivana Bentes, Muti Randolph, Maria Helena Franco Ferraz, Walter Carvalho, Daniela Labra, Claudia Buzzetti (Itália), Sergio Cohn, Frederico Coelho, Cezar Migliorin, Paola Barreto, Claudia Linhares Sanz e Pio Figueiroa/Cia de Foto.
Além dos debates, mostras audivisuais sobre videoarte, filmes dispositivos e a linguagem do curta-metragem serão realizadas no Cine Glória, com entrada franca, e uma oficina de sensibilização e criatividade fotográfica será realizada no Ateliê da Imagem para crianças de 9 a 14 anos, mediante inscrição prévia. A abertura do projeto será no dia 26 de outubro, às 16h, com a exibição do documentário Janela da Alma, de Walter Carvalho e João Jardim. Toda a programação está em www.ateliedaimagem.com.br/maquinasdeluz
A idealização e coordenação geral do projeto é de Patricia Gouvêa, a coordenação dos debates é de Claudia Tavares e Patricia Gouvêa e a produção é de Andrea Cals e Maria Continentino.
PROGRAMAÇÃO
DIA 26 – Tema: “Imagens ou Clichês?”
As imagens estão por toda parte, no espaço virtual e no real. Infinitas imagens que, há tempos, engendraram-se nos hábitos e rituais mais simples da vida comum: visões cotidianas num grande multicenário de imagens amadoras, artísticas e institucionais. Vivemos numa coleção imagética interminável, verdadeira fábula do mundo das imagens em múltiplos. Quando tudo já foi feito em termos imagéticos, como escapar do desgaste de linguagem que caracteriza o clichê e enfraquece o pensamento? O clichê faz da imagem uma superfície sem sentido, oca; esvazia de potência criadora a imagem, produz a impotência do pensamento. É possível vitalizar as imagens contemporâneas? A questão parece ser, não exatamente produzir o novo pelo novo, em quantidade ou superação, mas encontrar novas intensidades e durações. Talvez muitos sejam os caminhos: reencontrar a história, impregnar de outras significações o conhecido, pluralizar a reflexão.
Às 16h
Mostra Audiovisual: “Janela da Alma”
Direção: Walter Carvalho e João Jardim (Documentário, 73 min., 2002)
Dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual, da miopia discreta à cegueira total, falam como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo, fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão: o funcionamento fisiológico do olho, o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens e também a importância das emoções como elemento transformador da realidade se é que ela é a mesma para todos.
Às 19h,
Debate: “Imagens ou Clichês?”
Participação de Claudia Buzzetti, Maria Cristina Franco Ferraz e Pio Figueiroa / Cia. de Foto.
Mediação de Cláudia Linhares Sanz.
DIA 27 – Tema: “Autoria Em Questão”
Na era da cultura digital, em que a Internet assume um papel inquestionável e transgressor, e tudo se copia, sendo a originalidade um conceito discutível, e as redes e interfaces colaborativas potencializam as trocas e a criação coletiva, como fica a questão da autoria? A partir da crise do mercado fonográfico que começou nos anos 80 com a introdução de colagens feitas a partir de outras composições – os samplers –, todo o terreno da arte ficou vulnerável ao fenômeno da acessibilidade do copypaste. Desde então, artistas, intelectuais, produtores e empresários vêm questionando quais são os novos parâmetros, inclusive os legais, para avaliar o que é plágio e o que é autoral.
Às 16h
Mostra Audiovisual: “O Curta-Metragem, Exercício do Autor”
Curadoria e apresentação: Andrea Cals
O cinema autoral brasileiro é mais reconhecido internacionalmente do que o nosso cinema comercial. Desde Limite, de Mário Peixoto, obra cultuada e referenciada por cineastas do mundo inteiro, a famosa criatividade brasileira está fortemente representada no cinema. Por sua vez, sendo o curta-metragem utilizado como o principal meio de exercício da linguagem cinematográfica como forma livre de expressão, a mostra de filmes aqui selecionados apresenta uma série de curtas brasileiros em que predominam a subversão e a desconstrução dos recursos da sétima arte em nome de uma narrativa própria, por vezes audaz e sempre muito criativa.
Filmes:
Documentário, de Rogério Sganzerla - 1966
Dreznica, de Anna Azevedo - 2008
Yansan, de Carlos Eduardo Nogueira - 2006
A menina do algodão, de Kleber Mendonça Filho - 2003
Por onde andará Petriciu Felker, de Allan Sieber - 2001
Nossos filhos, de Eduardo Wotzik - 2009
Mira, de Gregorio Graziosi – 2009
Às 19h
Debate: “Autoria em Questão”
Participações de Ivana Bentes, Sergio Cohn e Walter Carvalho.
Mediação de Frederico Coelho
DIA 28 – Tema: “Rumos de Linguagens e Interação de Suportes”
Quando a convergência e a interação de linguagens e suportes apresentam-se como um fenômeno praticamente inevitável, diferenças entre questões de ordem semântica e técnica tornam-se cada vez mais tênues. O advento da tecnologia digital possibilitou o rompimento de limites de linguagem antes impostos pelo mundo ótico, alforriando a criatividade do realizador e transformando o processo de realização técnica em um evento de importância semântica - ou seja, o que se quer dizer está cada vez mais condicionado a um processo de escolha de como dizer. Além da interação cinema, vídeo, fotografia, música e artes plásticas, recentemente vemos as artes cênicas incorporando dispositivos imagéticos e tecnológicos na concepção cenográfica dos espetáculos. Pensar em arte, hoje, significa passear livremente por um terreno híbrido de possibilidades, criar novas e bem-sucedidas parcerias e extrapolar os limites até então estabelecidos na arte moderna.
Às 16h
Mostra Audiovisual: “Filmes Dispositivos”
Curadoria e apresentação de Cezar Migliorin.
O dispositivo é a introdução de linhas ativadoras em um universo escolhido. O dispositivo pressupõe duas linhas complementares: uma de extremo controle, regras, limites, recortes e outra de absoluta abertura, dependente da ação dos atores e de suas interconexões. Como inventar regras e situações para que o inesperado apareça? Como lidar com as forças do acaso?
Filmes:
Rua de Mão Dupla, de Cao Guimarães - 2003
Ação e Dispersão, de Cezar Migliorin - 2003
Walking in an Exaggerated, de Bruce Nauman – 1967/1968
Vista Mar, de Rúbia Mércia, Pedro Diógenes, Victor Furtado, Rodrigo Capistrano, Claugeane Costa e Henrique Leão - 2009
Às 19h Debate: “Rumos de Linguagens e Interação de Suportes”
Participação de Muti Randolph, Paola Barreto e Cao Guimarães.
Mediação de Cezar Migliorin.
DIA 29 – Tema: “Pesquisas Curatoriais e Artísticas com Imagens Técnicas”
O que é ser artista e o que é ser curador? Qual o papel de cada um no sistema da arte? Onde termina a atuação do artista e inicia a do curador e vice-versa? Quando o artista pode atuar também como curador? Como é a pesquisa de um curador para selecionar os artistas e as obras que lidam com imagens técnicas para suas exposições? Este debate fecha o projeto MÁQUINAS DE LUZ e busca o diálogo corajoso e aberto para essa reflexão necessária que envolve todos os que trabalham com imagem na contemporaneidade: como curadores e artistas estão pensando as imagens técnicas em seus projetos e pesquisas?
Às 16h
Mostra Audiovisual: “A Vídeo-Arte”
Curadoria e apresentação de Marcos Bonisson.
A mostra tem como objetivo apresentar uma breve introdução a trabalhos significantes no campo da vídeo-arte. Observa-se que uma das noções basilares que norteiam a produção de linguagens em vídeo, desde a invenção do tubo de raios catódicos, pode ser definida pelo o que o pensador Michel Foucault registrou como a multiplicação do heterogêneo.
Alguns filmes:
Anémic Cinema - Marcel Duchamp (1926)
Marca Registrada – Letícia Parente (1975)
Rhythmus 21 – Hans Ricther (1921)
Le Retour à La Raison - Man Ray (1923)
Water For Maya – Stan Brakhage (2000)
Meu Nome é Paulo Leminski - Cesar Migliorin (2004)
Daybreak Express – D.A Pennebaker (1958)
At Land – Maya Deren (1944)
Bill Lundberg – Corner (1983), Game (2003), Passage (2004)
Paradoxo de Heráclito – Silvio Tavares (sem data)
Le Vampire – Jean Painlevé (1939)
Manhatta – Charles Sheeler (1921)
Dibujos Móviles - Magdalena Fernandez (sem data)
14 hours , 54 min.– Alice Miceli (sem data)
Sopro - Cao Guimarães (2000)
Às 19h
Debate: “Pesquisas Curatoriais e Artísticas com Imagens Técnicas”
Participação de Eduardo Brandão, Daniela Labra, Maria Iovino e Mauricio Dias.