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junho 25, 2012
Bienal detalha próxima edição enquanto tenta acordo com o MinC por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Bienal detalha próxima edição enquanto tenta acordo com o MinC
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no caderno Ilustrada no jornal Folha de S. Paulo em 22 de junho de 2012.
Heitor Martins, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, vai conseguir pôr de pé a 30ª edição da mostra, que começa em setembro, mesmo com pendências com o Ministério da Cultura e ainda tentando captar R$ 4 milhões de um orçamento total de R$ 22 milhões.
Seu mandato, no entanto, termina neste ano, ameaçando deixar de herança para a próxima gestão um impasse com o governo, que estuda contas rejeitadas de gestões anteriores da fundação. "Essa é uma pendência importante", disse Martins à Folha. "É importante encaminhar essa solução para assegurar a vitalidade da instituição."
Em janeiro deste ano, o MinC bloqueou as contas da Fundação Bienal e chegou a exigir mais tarde que outra instituição se responsabilizasse pela edição deste ano da mostra, elegendo o Museu de Arte Moderna de São Paulo para a função.
Depois de uma manobra jurídica, a Bienal conseguiu o desbloqueio momentâneo dos fundos, dispensando a participação do MAM. Mas o acordo vale só para realizar a 30ª edição e não garante o futuro da instituição.
Segundo a Folha apurou junto a fontes na fundação Bienal, contas que já haviam sido aprovadas estão sujeitas a segunda análise, num pente fino que ainda não terminou. Estão sendo estudadas irregularidades em prestações de contas das gestões de Carlos Bratke, de 1999 a 2002, a e Manoel Francisco Pires da Costa, que ficou sete anos na presidência da instituição --a Justiça calcula um possível rombo de R$ 75 milhões.
Nos bastidores da Bienal, no entanto, o clima é de tranquilidade. Reuniões frequentes entre gestores da Bienal e interlocutores do MinC também têm sido realizadas para acelerar o processo, embora, segundo Martins, não haja "nenhuma previsão ou acordo" em vista com o MinC. "O ministério está sensível à questão", diz Martins. "Estão cientes de que isso precisa ser resolvido em tempo para não comprometer a 31ª Bienal."
Martins, o curador da 30ª Bienal, Luis Pérez-Oramas, e a equipe da mostra apresentaram nesta sexta em São Paulo detalhes dos preparativos do evento. Em seus dois mandatos à frente da Bienal, Martins criou estruturas permanentes de produção, comunicação e programas educativos. Antes de sua gestão, essas equipes eram criadas por ocasião de cada evento e depois desfeitas.
Também foram divulgadas metas do projeto educativo, coordenado por Stela Barbieri, que pretende atender até 1,4 milhão de pessoas até 2016 e tem como meta chegar a 600 mil visitas orientadas ao longo da 30ª Bienal.