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maio 22, 2012
Anna Maria Maiolino é vencedora do 1º Prêmio Masp por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo
Anna Maria Maiolino é vencedora do 1º Prêmio Masp
Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na Ilustrada no jornal Folha de S. Paulo em 17 de maio de 2012.
A artista Anna Maria Maiolino é a vencedora da primeira edição do Prêmio Masp/Mercedes-Benz de Artes Visuais 2012, e irá receber R$ 200 mil, um dos maiores valores para prêmios voltados à arte contemporânea.
"Esse prêmio é como a confirmação da afiliação pela qual optei, do meu desejo de ser adotada pelo Brasil. Afinal, estou aqui desde os anos 1960", disse Maiolino à Folha, anteontem, pouco antes de embarcar para a Alemanha. Lá, participa da 13ª Documenta, em Kassel.
Nascida na Itália e tendo vivido na Venezuela, Maiolino foi desenvolver no Brasil a maior parte de sua carreira. "Minha obra é totalmente devedora da arte brasileira, foi aqui que ela germinou.
Com esse prêmio, me reconcilio com a minha vida peregrina", definiu ela, que completa 70 anos no domingo.
Também foi oferecido um prêmio de R$ 60 mil ao mineiro Paulo Nazareth, como "talento emergente". Ele está em cartaz em São Paulo na mostra "Noticias de America", na galeria Mendes Wood.
O que vai fazer com o dinheiro? "Investir em banana. Comprar uns três porcos e um lote para plantar banana", brincou Nazareth.
O anúncio dos premiados representa uma alteração no projeto inicial do Museu de Arte de São Paulo (Masp), que seria relacionar três finalistas e dar a todos uma mostra na instituição. Somente então o júri escolheria um vencedor.
"Achamos que não teria sentido ter duas etapas. Seria mais correto indicar já o vencedor", disse Chris Dercon, diretor da Tate Modern, em Londres, que compôs o comitê com o colombiano José Roca e os curadores brasileiros Moacir dos Anjos, Paulo Herkenhoff e Teixeira Coelho, do Masp.
Para dos Anjos, uma das razões que levaram à escolha de Maiolino foi o fato de haver, em sua obra, "uma afirmação da potência da 'coisa' e do 'gesto' comuns, da possibilidade de encontrar, no cotidiano, elementos que nos reposicionem diante da vida partilhada com os outros".