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setembro 21, 2010
Degustação e escambo no Pátio, Folha de Pernambuco
Matéria originalmente publicada na Folha de Pernambuco em 21 de Setembro de 2010.
A “Casa de Pão”, do Grupo SYA, foi oferecida ao público para ser comida
O Pátio de São Pedro, local que já se tornou uma espécie de QG do SPA das Artes, recebeu uma concentração de eventos na sexta à noite. Junto à música das bandas que faziam uma passagem de som no palco montado para uma das ações do festival Coquetel Molotov, havia a gravação de um locutor popular chamando a população para as ações do evento.
Às 19h, abertura da exposição do projeto “Territórios Recombinantes (TR)”, chamada de “finissagem”. O nome veio de uma brincadeira e, ao mesmo tempo, uma alusão ao término do processo de residência artística da mostra, chamado de Estúdio Aberto. A “Casa de Pão”, feita pelo Grupo SYA (Artur Cordeiro, Yuri Firmeza e Sólon Ribeiro) ocupou o centro do Mamam no Pátio, com “tijolos” feitos de pão de forma. No fim do projeto, a casa foi oferecida ao público para ser comida. Nas paredes, ficaram amostras da série “Papel Sensível”, no qual Cristiano Lenhardt realizou dobraduras com papel fotográfico ainda virgem e, em seguida, exposto à luz. Os outros dois trabalhos que completaram o TR foram “Exposição Internacional deTecnologia e Arte, Porra! - EITA, Porra!”, de Jeraman e “Híbrido ao Pulso“, de Ricardo Brazileiro.
Às 18h30, o artista plástico Marcos Vinícius (ES) realizou, no Centro de Formação em Artes Visuais, a performance “Ninguém”, no qual recortou partes de revistas e colou em seu próprio rosto, até formar uma máscara pela qual ele não poderia ser reconhecido e, a partir daí, ter sua individualidade anulada. Essa iniciativa, que não estava incluída na programação da Semana de Artes Visuais, foi o fechamento da oficina “Cartografia do Sensível: Poéticas de Corpos em Ação”.
No centro do Pátio, ficou a bicicleta incrementada do coletivo carioca Opavivará, com a performance itinerante “Moitará”, palavra do tupi-guarani que significa troca, escambo. Os integrantes do grupo pediram que vários transeuntes das ruas trocassem “moitarás”, moedas de cerâmica, por algo de sua preferência. Tanto objetos como ações imateriais, incluindo poesias ou cantorias, foram aceitos pelos artistas. O saldo, no Recife, foram 460 moedas trocadas.