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maio 21, 2010
Presença brasileira cresce na Bienal por Fábio Cypriano, Folha de S. Paulo
Matéria de Fábio Cypriano originalmente publicada na Ilustrada da Folha de S. Paulo em 20 de maio de 2010.
Se confirmada lista com 51 nomes, brasileiros corresponderão a 34% do total da mostra, o maior número desde 1991
Projeto do curador, Moacir dos Anjos, estabeleceu uma espécie de revisão histórica das últimas três décadas da produção artística nacional
Contrariando uma tendência das últimas sete bienais de São Paulo, a presença dos artistas brasileiros cresce na 29ª Bienal, chegando a 34% do total, se o número de artistas confirmar os 51 entre 148 já convidados.
Na Bienal do Vazio, em 2008, os artistas do país chegaram perto, com 33%, mas a exposição, reduzida por conta da polêmica, configura-se mais exceção do que regra.
Esse "verde-amarelismo" já era esperado desde o ano passado, quando Heitor Martins assumiu a presidência da Fundação Bienal e, em entrevista à Folha, defendeu que seria importante uma presença brasileira expressiva na mostra.
O próprio curador, Moacir dos Anjos, também defendeu essa tese por conta da "insipiência e da fragilidade dos mecanismos institucionais para absorção e circulação da produção artística existentes no Brasil", conforme disse à Folha também no ano passado.
Em seu projeto, o curador estabeleceu que a Bienal realizasse uma espécie de revisão histórica das últimas décadas da produção artística a partir dos anos 1970.
Assim, não é de estranhar a grande quantidade de nomes com caráter histórico na mostra, caso de Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape (1927-2004), Anna Maria Maiolino, Antonio Manuel e Milton Machado, entre outros, todos associados ao neoconcretismo.
A última Bienal com tantos brasileiros foi a 21ª, em 1991, com 79 artistas de um total de 183, ou seja, 43%.
Com curadoria de João Candido Galvão e Jacob Klintowitz, que abandonou o posto no meio do processo, a mostra foi muito criticada pela irregularidade, pois a seleção foi feita através de inscrições.
Já em 1998, Paulo Herkenhoff selecionou um alto número de brasileiros, 71, mas que representaram apenas 26% dos 271 artistas.