Página inicial

Como atiçar a brasa

 


abril 2010
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
        1 2 3
4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30  
Pesquise em
Como atiçar a brasa:

Arquivos:
As últimas:
 

abril 14, 2010

Obra impedida no MAM-SP por Alexandre Vogler

Obra impedida no MAM-SP

Leia também a matéria Museu proíbe exposição de obra com foto da ex-BBB Fani por Suzana Velasco, Globo Online

Relato do artista Alexandre Vogler pescado na rede, mais precisamente na lista do Coro Coletivo, em 13 de abril de 2010, cuja questão delicada foi acolhida imediatamente no grupo, rendendo comentários como os dos também artistas Ricardo Basbaum e Flavia Vivacqua.

Para não perder tempo, já que se trata de um assunto de extrema importância e complexidade para o meio artístico, postamos logo para abrir a discussão, enquanto traremos também outros comentários colhidos em outras partes da rede. Está aberto o debate!

No começo achei pitoresco, depois, ao tomar conhecimento da recorrência desses casos no atual circuito de arte brasileiro, resolvi dividir minha preocupação. Falamos de censura ou algo parecido... Serei breve:

Em 2007 realizei, em um evento no MAC / Niteroi, o trabalho Fani Dark. Na época da mostra, a ex-Big Brother Fani posou para a Playboy e milhares de cartazes da revista foram espalhados pela cidade do Rio (a maioria em verso de bancas de jornal). Naturalmente, com o passar do tempo, boa parte dos cartazes sofriam algum tipo de intervenção (inscrição, desenhos, rasgos, perfurações, etc). A pretensão de afirmar tal prática, espontânea e anônima, como processos verdadeiramente artísticos e de natureza urbana me motivou a produzir esse trabalho: distribuí uma centena desses cartazes numa área externa do museu e, acompanhados de hidrocores, convidava os visitantes a intervir nos posters. Embora sutil, as intervenções (muitas vezes rabiscos apressados que combinam humor e preconceito) revelam a concepção de moral, as opiniões e complexos de seus autores. Ao mesmo tempo, populariza procedimentos de pintura (combinada) bastante usuais na historia da pintura recente (de Rauchemberg aos dias de hoje).

Passados três anos, fui convidado a integrar a exposição “A cidade do homem nu”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, com três desses cartazes da Fani. A mostra abrirá esta quinta-feira, 15 de Abril, mas, para minha surpresa, eu e o curador da mostra fomos informados que não poderíamos “expor ou reproduzir a obra, para evitar problemas jurídicos relativos ao direito de imagem da ex-BBB” - era o que me informava o departamento jurídico do MAM. Este, havia contactado a assessoria da ex-BBB pedindo autorização do uso de sua imagem. A autorização foi negada, pois “infelizmente ele não agrega fatores positivos a imagem da Fani”. Também entraram em contato com a revista Playboy, que afirmou que “a modelo Fani Pacheco e o fotógrafo J.R. Duran devem aprovar não só a exposição das fotos, mas também as alterações que foram feitas nelas”.

Procurei, então, a curadoria do Museu para saber se tinha conhecimento desse problema, me informando estar subjugada ao departamento jurídico da instituição. Argumentei, em vão, que se tratava de uma apropriação, processo comum na arte (já há algum tempo) e que a negativa ia de encontro a liberdade de expressão. Falei que, como aqueles três cartazes, houve centenas, milhares deles na cidade do Rio acompanhados de intervenções até mais contundentes que aquelas que seriam apresentadas. Por fim, esclareci que o trabalho expunha, na verdade, a moral daqueles que participavam com as intervenções (além da abordagem sexista com que os veículos publicitários tratam a mulher, em particular) e não a figura pública da Fani - que, particularmente, curto. Tratava-se de uma homenagem.

Lamentavelmente assisti, com clareza, a derrocada de princípios curatoriais em benefício de processos empresariais de funcionamento. Gestões de museus, cada vez mais voltada à indústria de entretenimento, imprimem o conjunto de regras e processos corporativos às entidades culturais. Condicionada a administração do capital e do lucro, fracassa a instituição na sua função de gerir subjetividades. Vale lembrar, num momento que até mesmo a Radiobrás, empresa de comunicação do Governo Federal atua sobre licença de Creative Commons, compartilhando livremente seu material e estimulando a prática de editoração, montagem e apropriação (apenas citando a fonte). Triste, mas necessário, debater isso nos dias de hoje, passados quase cem anos (na verdade 98) da criação do primeiro ready made. Aqui, pediriam licença pra fabrica da roda da bicicleta...

Alexandre Vogler

Comentário de Ricardo Basbaum no Coro:

Os advogados do mam deveriam defender em primeiro lugar o artista e o curador – deveriam usar sua argumentação jurídica para fortalecer essas posições. É claro que os advogados da bbb e do jrduran ou playboy vão defender os interesses de seus clientes. O artista fica sem defesa jurídica; era o caso do artista (em particular, através de associação ou de sua galeria) ter a assessoria jurídica necessária. sempre que há uma batalha jurídica o artista fica desguarnecido. Não vejo como 'censura', mas como caso jurídico – e o artista deixado sem defesa jurídica, papel que deveria ser exercido em primeiro lugar pelos advogados do museu – essa assessoria jurídica deveria defender o artista e não os interesses do banco, digo, museu.

Comentário de Flavia Vivacqua no Coro:

Muito bom que o Vogler está tornando pública a situação.

Concordo com o Basbaum de que não se trata de 'censura', para mim trata-se da arte de negociação e o estabelecimento das forças de poder via o tabuleiro jurídico.

Há diferenças fundamentais entre rodas de bicicletas e pessoas... Realmente não teremos como escapar das atuais pautas que são os direitos autorais, propriedade intelectual, somada aos direitos morais de todos os cidadãos (sem me referir ao moralismo barato). Está na hora de perdermos nossa ingenuidade frente as questões juridicas (e econômicas), sobre tudo nesses campo, fazer acordos claros desde o início, enquanto o território nao é definido ou ainda é definido demais por esferas da não-arte.

Infelizmente essas questões são muito primárias no meio artístico brasileiro e tem tido maior atenção por quem é da tecnologia e comunicação. A instituição não banca, literalmente e em todos os sentidos, um embate desses porque é investir uma energia (recursos humanos e economicos) que não tem... muito mais fácil (talvez não correto) excluir o artista.

O sistema está colapsado justamente porque as "lógicas" se contradizem e quando não equivocadas são perversas.

Para mim o ponto é a necessidade de sairmos de um campo da lamentação e acordarmos para a necessidade de nos organizarmos profissionalmente, para não ficarmos reféns dessas lógicas que não nos representa já faz tempo e podermos ter voz e desenhar práticas e formatos mais coerentes. Hoje, se faz necessario um redesenho da noção de trabalho!

Juntos, não somos um, somos todos.


Páginas do Coro Coletivo:
www.corocoletivo.org
http://corocoletivo.ning.com
http://br.groups.yahoo.com/group/corocoletivo/

Posted by Patricia Canetti at 3:38 PM | Comentários(20)
Comments

Sim, mais do que necessário debater, pois essa postura do MAM-SP, que pode ser vista como lógica e normal por gestores e empresários, simplesmente subverte a missão de um museu, na minha modesta opinião.

Basbaum tem toda razão quando diz que o artista fica desguarnecido e, sendo isso um fato, como fica a arte que estamos produzindo? Essa é a pergunta que eu gostaria de fazer a gestores e curadores de museus, juntamente com a clássica: qual a missão de um museu?

Posted by: Patricia Canetti at abril 14, 2010 4:48 PM

a arte está a favor do prazer, nos acorda para o que é naturalmente humano; a censura, de seu oposto! os museus deveriam servir a arte, a seus artistas e a quem mais chegasse. não é o que está acontecendo nesse caso, infelizmente. artistas, uni-vos em favor dos apreciadores, contempladores, participantes das intervenções... em favor da arte!

Posted by: Flavia at abril 14, 2010 10:16 PM

É fato que excelentes idéias como essa,não dispensam um projeto muito bem preparado.o imprevisto apareceu pois não foram levadas em cosideração, as premissas(segundo o marco lógico do curso de gestão cultural da fgv)...ou seja a previsão de quem poderia intervir na realização do objetivo.
E talvez se as partes que negaram a exposição,poderiam ter sido envolvidas no objetivo,tornando-se parceiros.

Posted by: dida moreno at abril 14, 2010 11:12 PM

É triste os advogados não buscarem defender o curador e o artista.

Mas a questão mais premente é determinar qual é o "Fair use" no Brasil, quer dizer, qual é o marco legal. Hoje não há Fair Use na legislação brasileira de direito autoral.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fair_use#Limita.C3.A7.C3.B5es_do_direito_autoral_no_Brasil

Por outro lado, parece fácil sustentar esta defesa na lei atual mesmo: Art. 48. "As obras situadas permanentemente em logradouros públicos podem ser representadas livremente, por meio de pinturas, desenhos, fotografias e procedimentos audiovisuais."

Posted by: Felipe Vaz at abril 15, 2010 12:58 PM

Pois é, Felipe, tivemos a opinião de um advogado de direitos autorais no Facebook, que disse o seguinte:

"O direito de imagem não é absoluto e nesse caso o que deve prevalecer é o interesse público no acesso as manifestações culturais."

Ou seja, parece um caso totalmente defensável, o que intimidaria a priori qualquer ação contra a obra.

O que nos espanta e preocupa é a falta de diretriz do jurídico do museu no sentido de defender a curadoria, a obra e o artista. Ficamos sem saber quais são as prioridades dos museus na atualidade, porque, se não é este tripé citado acima, qual será?

Posted by: Patricia Canetti at abril 15, 2010 1:32 PM

No meu entender o trabalho funcionou ja, ainda q em um certo processo paralelo, ate disruptivo: desvelou o preconceito da propria insituticao, sua posição e dinamica de funcionamento, e levanta tantas outras questoes, de ambito publico, autoral e mesmo dos poderes midiaticos (pq uma revista é autorizada a veicular milhares de cartazes em espaços publicos de forma abusiva e ao artista nao é dado o direito de critica?)

Penso q o trab. de Vogler deve ser veiculado ainda mais agora, pelas vias disponiveis (internet, rua, panfleto, 'multiplos' meios) p/ que tal fato se alargue e torne-se ainda mais "legivel"... "critica institucional" por tabela, otimo.

E nao podemos esquecer que os readymades foram incialmente rejeitados (ex. urinol). Foram "aceitos" atraves da introdução dos mesmos por colecionadores de duchamp, pela crítica, chegando entao ao sistema-museu após um certo processo e tempo...
Ainda, e de outro lado, ha tbm o caso do artista Richard Prince, que passa por situacoes juridicas similare: processos envolvendo os direitos sobre imagens que ele se apropria ( Malboro por ex)... Enfim, o poster dentro do museu ja nao me interssa tanto quanto a discussao e o efeito que este fato pode causar, essa disrupcao da ordem das coisas. Se fosse estado aceito o tal cartaz na exposicao, nao existiria a discussao de tais assuntos de intersse, e nem a possibilidade de refletir sobre as hierarquias do sistema, poders e fraquezas mutuas (tanto do artista qto da insituticao 'arte') perante outras dinamicas e forças da realidade.

Agora sobre estar disguarnecido, isso é fato. Ta na hora de se (re)organizar enquanto classe(s) talvez? Da mesma forma q vemos problemas de ordem juridca, vemos na formacao, no acesso e na circulação. Talvez seja hora de organizar uma reflexão sistemica ampla mesmo... na contradicao desses panoramas especificos.
A luta é de fato sempre publica, do individuo no coletivo, e so no coletivo e q talvez ganhemos força.
Poem na rede a imagem! espalha os cartazes ao redor do mam, na cidade... la dentro a força e menor, restrita, quase sempre.

Posted by: Beto Shwafaty at abril 15, 2010 2:04 PM

Afinal, quem é Fani? Oque é BBB?

Posted by: Cristina Motta at abril 19, 2010 3:32 PM

Uma pergunta: Não seria possível que o Canal Contemporaneo publicasse imagens da obra, tornando-a assim pública, ao menos para um certo segmento?

Posted by: Hugo Fortes at abril 19, 2010 4:43 PM

Algo similar ocorreu ano passado no Panorama quando o MAM se recusou a expor o trabalho de um artista pois a família Oiticica incendiária julgou que seria um plágio das Cosmococas (inacreditável). Interessante seria o Departamento Jurídico do museu organizar uma exposição (o que de certa maneira já ocorreu um par de vezes).

Posted by: Luiz Roque at abril 19, 2010 5:10 PM

A pergunta que faço diante desta situação seria uma só. Não faltou uma postura mais radical do artista em retirar o seu trabalho da exposição e, claro, não ter aceito uma certa adequação à orientação jurídica do mam-sp ao permanecer e modificar a proposta artística? Pego como exemplo o de Cildo Meireles na Bienal de São Paulo de 2006, que retirou-se daquela mostra por discordar dos padrões éticos que vigoravam então naquela instituição.

No fim, o artista acabou por aceitar a imposição do departamento jurídico museu. Ai provoco mais ainda, onde ficaram posicionados o curador da mostra e o curador do mam?

Entendam isto como uma provocação do bem e apenas para esquentar o debate aqui.

Posted by: ricardo resende at abril 19, 2010 6:38 PM

Diante de instituições que vivem da arte mas não estão do lado do artista, ao contrário, estão de QUALQUER lado, menos do artista, talvez seja o caso de apostar numa instância externa e/ou superior que regule esta relação, politicamente e juridicamente, de forma a garantir que a integridade da obra se mantenha. inclusive quando se trata de direito de imagem. Até porque, neste caso, a imagem já está em âmbito público, como disse Vogler, transformada e interferida pelo cidadão comum, passante na rua, não só pelos artistas.
instala-se uma situação de "ignorância" da história da arte que justifica qualque tipo de preconceito e censura (mesmo branca) permitindo arbitrariedades como essa que vemos agora. uma mentira (a ignorância da história da arte) é usada como argumento para bloquear a mostra. ou seja, hipocrisias se acumulam, uma sobre outra, para servir aos interesses (e ao comodismo) dos advogados e seus representados, em detrimento do artista.
Quanto ao artista, concordo com a opinião que foi colocada aqui, de que é necessária a organização da "classe"! já rola uma discussão e reivindicações sobre regulação da atividade do artista visual, remuneração obrigatória, mapeamento de situações abusivas com o artista... poderiam ser pensadas também formas de "proteção", apoio jurídico ou institucional. Uma instância que representasse o interesse do artista e protegesse seu trabalho. No âmbito do MINC (?)- pergunto - algo público, de acesso democrático, senão caimos nos escritórios milionários de direitos autorais...
continuo pensando...
mas nada disso seria para hoje.
pra hoje, estaria mais com a proposta de agitar!

Posted by: fabiana e. santos at abril 19, 2010 6:44 PM

Concordo que os museus deveriam primeiramente agir em defesa dos artistas. Mas veja que neste caso o que fizeram foi se precaver.
Eles deveriam defender o artista caso a obra exposta sofresse alguma sanção, o que não chegou a ocorrer pois os cartazes não foram expostos.
Se a legislação vigente pede que haja a autorização do fotógrafo e modelo para esta obra, o artista é que deve providenciar estes documentos. Não é função do museu fazer todo este trâmite.

Antes disso, me vieram perguntas muito maiores sobre o fato ocorrido. O que um museu deveria expor? O trabalho apresentado seria arte? Afinal, qualquer coisa que um artista produz deve ser considerado arte?
Estamos diante de uma discussão muito mais ampla: a arte por designação.
Basta alguém dizer que é arte e então será? Não existem filtros, análises, parâmetros,... Não existe crítica!
Como pode haver desenvolvimento cultural e aprimoração dos trabalhos? Sem isso, o que acontece é o contrário, a arte contemporânea regride sobre o que já tinha sido criado e não discursa sobre nada. Então, qual a função da arte hoje em dia? O que os artistas querem passar? Com quem querer falar? São contra ou a favor do que? Essas são apenas poucas perguntas que se foram... junto com a arte.

Realmente em outros lugares a questão autoral é bem diferente da existente aqui, mas a questão do que é produzido com esse material apropriado também está longe da realidade brasileira.

Posted by: QUIM Alcantara at abril 19, 2010 7:00 PM

O trabalho do Alexandre se faz de fato nesta polêmica toda que está sendo gerada.
Foi mais eficaz diante da ‘censura’ e cagaço do museu, do que da passividade do sistema a que estamos acostumados, pois expôs a sua própria passividade e interesses. Caso estivesse tudo ok e o trabalho estivesse sido exposto normalmente, não teria sido tão interessante, nem estaríamos aqui discutindo.

O relato do Alexandre Vogler não foi nada inocente... foi pura estratégia a meu ver.
Foi o trabalho na verdade, estratégia já conhecida da arte... ao ser recusado.
É mais potente que o próprio trabalho original que suscitou a discussão toda,
e que se torna bobo perto do alcance que está tendo a discussão. Pouco importa agora a bunda da Fani ou as intervenções urbanas feitas na imagem.

O artista pode e deve, é escancarar as situações... expor as deficiências do sistema, e se for através da arte, melhor!!!

Isso é fazer ainda hoje crítica institucional e num país com sistema de arte também subdesenvolvido...
ainda que por acaso, ainda que diante de um sistema precário, deficiente ou falido, como TUDO o que vemos no BRASIL hoje.

Acho que o artista não deva reivindicar NADA...
não deve assumir nada... nem institucionalizar nada!
Isso é papel das instituições, do poder público... ou de quem trabalha pela arte através da política.
O artista vive das negociações e estratégias que pode transgredir.
Se começar a atuar na resolução dos problemas o que ele terá de território p/transgredir?!

Tenho apenas medo deste artista 100% protegido e garantido, que utopicamente desejamos, sem problemas e enfrentamentos.
Será que isso existe?!
O que falta é ética...geral!

Posted by: Cristiane at abril 19, 2010 7:13 PM

Uma divertida digressão...
vogler > tridente > nova iguaçu > fani pacheco

Posted by: Douglas at abril 19, 2010 9:57 PM

Olá Hugo, replicamos a matéria completa de Suzana Velasco do Globo, incluindo uma imagem do trabalho, aqui no Brasa e também no Facebook: http://www.canalcontemporaneo.art.br/brasa/archives/002935.html

Posted by: Patricia Canetti at abril 20, 2010 11:23 AM

Fabiana,

Não creio que uma instância reguladora funcionasse nessa situação. Acho realmente que o que funciona nessas horas é o debate. Não se trata de uma situação simples, pois o museu também tem os seus motivos para se preocupar com possíveis ações que possam gerar prejuízos com os quais não podem arcar. (Ao receber recursos públicos, mais ainda, pois isso seria cobrado por um tribunal de contas.) Os dois lados tem que entrar na balança.

Mas, o que mais assusta nesse caso é que os museus queiram atuar numa margem de segurança total, o que implica em prejuízos ainda maiores para a produção artística. Ou seja, há prejuízos para ambos e precisamos encontrar soluções... Cheguei a pensar na criação de um tipo de seguro jurídico, porque não?

abs,
Patricia

Posted by: Patricia Canetti at abril 20, 2010 11:40 AM

Falar no termo "Crítica Institucional" hoje pra mim na verdade é um equívoco.

creio que o trabalho do Vogler evidenciado por rejeição nessa exposição MAM-SP, atua num campo mesmo de limites da "permissividade institucional" que é praticamente hipócrita. (como que uma instituição de arte contemporânea e todo seu corpo administrativo, jurídico e econômico não trabalha em colaboração com o artista, não seria esse o objetivo de um museu - zelar e promover a produção artística atual e histórica enfrentando os riscos....???? -kkkkkkk- ((((em tempos de instituições cultural-econômica-coorporativa, parece até meio naif falar assim)))))

A algum tempo no Brasil e volta e meia questões limítrofes dos trabalhos que resultam alguns processos dos artistas, tocam em assuntos jurídicos, religiosos, institucionais, econômicos, sociais e críticos, mas quando eles ultrapassam de fato (isto é - quando expostos em instituição/banco ou similar), são barrados ás vezes na entrada ou expulsos no final (Panorama 2001).

A questão não é somente resumir as coisas em conceitos pré-estabelecidos do eurocentrismo, mas refletir onde e porque essas práticas envolvem a produção artistica no Brasil e questionar sim (como citou Ricardo Resende) a posição dos agentes que trabalham (na teoria) do mesmo lado do artista - isto é - os curadores (momentaneamente)
institucionais.

Porque é esta "tríplice" (aqui de dois - artistas e curadores), que movimenta e faz girar o sistema-base da instituição arte (museus, espaços culturais, galerias e mil etcs)

De fato, a polêmica pelo "impedimento" da exposição pública do trabalho do Vogler trouxe boas questões que evidenciamos serem necessariamente mais discutidas entre esse circuito de arte.

Posted by: traplev at abril 20, 2010 12:11 PM

Artistas estão na ordem do dia, assim como qualquer outro profissional. Os artistas não cobram direitos autorais? não reclamam seus direitos para defender seus lucros? não estão o tempo todo brigando e questionando museus que veicular imagens de seus trabalhos. SIM!
Me desculpem, mas deixem de se colocar como vitimas, os artistas sempre querem que alguem passe a mão em suas cabeças, dêem dinheiro e os deixem famosos. Vamos parar de chorar e pensar numa postura realmente crítica, a partir de trabalhos que também dejam críticos, isso é quase uma brincadeira de criança, perigosa por sinal pois usa imagem alheia, tomem cuidado, pois oq vcs mais lutam um dia pode se voltar contra voces.

Posted by: luth at abril 20, 2010 1:52 PM

ãããã??? no te creio "luth"

sua sugestão poderia começar desde já começando pelo seu post.....

"pensar numa postura realmente crítica", qual sua postura crítica? falar para "vcs tomarem cuidado", por favor!! vc entrou na discussão errada.

niguém tá "reclamando de seus lucros" aqui não!! se este fosse o assunto não teria discussão, simplesmente dinheiro na conta,
desculpe.

o debate aqui é mais em cima.

(moderador?)

Posted by: traplev at abril 20, 2010 5:48 PM

os cartazes em questão foram feitos para circulação em espaço público, não? ora pois...

Posted by: sergio bonilha at abril 21, 2010 2:23 PM
Post a comment









Remember personal info?