|
março 15, 2010
"Tinta Fresca" na Mariana Moura por Isabelle Barros, Folha de Pernambuco
Matéria de Isabelle Barros originalmente publicada na Folha de Pernambuco em 15 de março de 2010.
Fazer um recorte da produção de artes plásticas que chama a atenção do mercado do eixo Rio/São Paulo. É essa a intenção da mostra "Tinta Fresca", em cartaz a partir de hoje na Galeria Mariana Moura. Foi a própria galerista que esteve à frente da escolha das obras, e a opção de escolher artistas jovens, por volta dos 30 anos, com foco na pintura e crescente penetração no circuito comercial, também foi classificada pela marchande como uma "alternativa de investimento para o futuro por parte dos colecionadores". No total, foram oito os selecionados: Ana Elisa Egreja (SP), Bruno Miguel (RJ), Bruno Vilela (PE), Marina Rheinganz (SP), Renata de Bonis (SP), Rodolpho Parigi (SP), Rodrigo Bivar (DF/SP), Tatiana Blass (SP).
É a primeira vez que todos esses artistas se juntam em uma só exposição, e também é difícil ver pontos de contato entre obras tão diversas. Tendo a pintura como maior condutora, se exploram os mais variados temas: o retrato, mas de forma mais "esquisita", com enquadramentos fora do usual, incluindo desde cores mais frias e sóbrias e composições cuja perspectiva é quase infantil, evocando um plano de memória. O suporte agora tem um revival de mercado e cada vez mais jovens pintores engajados em recuperar uma perícia técnica pouco explorada nos últimos anos.
O pernambucano Bruno Vilela, por exemplo, traz o desejo e o erotismo em sua nova série, com um exemplar em exposição na galeria. Por outro lado, isso também convive com a exploração do kitsch feita por um artista como Rodrigo Parigi, cujas pinturas trazem à memória uma saturação de cores e imagens muito semelhantes a um certo conceito de "mau gosto" associado aos anos 1980.