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outubro 7, 2009
"Bienais devem se diferenciar" diz curador por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo
Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 7 de outubro de 2009.
A crítica de Rosalind Krauss às feiras não é isolada. "A temporalidade apressada de uma feira de arte é fato incompatível com o tempo estendido que muitas obras requerem para comunicar seus significados. Daí a necessidade de as Bienais reafirmarem sua diferença diante das feiras, propiciando um encontro com a arte de uma ordem distinta", defende Moacir dos Anjos, curador da 29ª Bienal de São Paulo.
Já para Adriano Pedrosa, curador do 31º Panorama da Arte Brasileira, no MAM-SP, "as feiras de arte servem mais ao especialista -o curador, o crítico, o colecionador, que têm um olhar afiado e seletivo, e podem de fato confundir o grande público com a enorme quantidade de informações desencontradas, uma grande cacofonia".
Mas, ressalta Pedrosa, "não devemos esquecer a principal função da feira: o comércio da arte. Nesse sentido, ela não é uma fraude. A função expositiva é desempenhada pela galeria, pelo museu, pela Bienal".
Fernanda Feitosa, diretora da SP Arte, defende o papel das feiras: "As feiras de arte são um veículo importantíssimo de promoção de contato e diálogo de um grande público com um também grande número de galerias e artistas -ao mesmo tempo e num mesmo local. Ao promover esse encontro em maior escala, a feira cria uma oportunidade para o visitante ter contato com a produção artística do mundo todo".
Para uma das organizadoras do simpósio, Daniela Bousso, "as feiras não focam a reflexão sobre a produção artística e seus procedimentos. São, porém, muito importantes para a difusão e ampliação do circuito das artes e sua circulação; cumprem um papel relevante dentro de um dado sistema econômico".