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novembro 5, 2008

Os MAMs fazem 60 anos, por Paula Alzugaray, Revista Isto É

Os MAMs fazem 60 anos

Matéria de Paula Alzugaray, originalmente publicada na Revista Isto É edição 2032, no dia 15 de outubro de 2008

A data é uma oportunidade para revisitar a história e os acervos da arte moderna

Mam 60/OCA, SP/ de 16/10 a 14/12
MAM 60 anos / Museu de Arte Moderna, RJ/ de 28/10 a 4/1

Os museus de arte moderna do Rio de Janeiro e de São Paulo abrem exposições homônimas, comemorativas de seus 60 anos. As duas mostras enfocam os estágios das instituições e seus acervos e ensinam que há muito mais em comum entre elas do que a data de sua fundação. Tanto o MAM RJ quanto o MAM SP viveram períodos de heroísmo, crise, superação e busca de nova identidade. Seus momentos heróicos foram os anos de implantação, com Francisco Matarazzo Sobrinho à frente do museu paulista e Raymundo de Castro Maya do carioca. "Se até hoje a cultura não é uma questão para as nossas elites, se um ministro com a força do Gil não conseguiu dar ao MinC 1% do orçamento, imagino como deve ter sido duro nos anos 40 para lançar a idéia do MAM e torná-la realidade", afirma o crítico carioca Luiz Camillo Osório, curador da mostra paulista, ao lado da crítica Annateresa Fabris.
Os museus nasceram em 1948 com o apoio do MoMA de Nova York, que lhes emprestou o nome e doou sete obras para cada um. "A criação dos museus de arte moderna foram resultado de uma política de exportação cultural americana no pós-guerra, consolidando a idéia de que os EUA eram os herdeiros legítimos da herança artística ocidental. Mas a própria vida se encarrega de corrigir os 'projetos civilizatórios'", afirma Reynaldo Roels Jr., curador do MAM RJ. Os museus logo foram ajustando seus modelos. O Rio investiu em um forte projeto educativo, com participação direta das vanguardas atuantes no momento, e São Paulo criou a Bienal, que teria papel fundamental no florescimento do concretismo e do neoconcretismo brasileiro, e na internacionalização do nosso circuito.
Logo viria a crise. Em 1963, decidido a dedicar-se exclusivamente à Bienal, Ciccilio Matarazzo dissolve o MAM SP, doando seu acervo ao recém-formado Museu de Arte Contemporânea da USP. O museu teria que ser ressuscitado por uma nova doação, anos depois. Já o MAM RJ perde seu acervo no incêndio de 1978 e ressurge das cinzas com a doação de Gilberto Chateaubriand. "Os traumas da doação e do incêndio ainda estão presentes nos dois museus, em especial no caso do Rio, que perdeu o museu como referência cultural", diz Camillo Osório.

Falar dos 60 anos desses dois museus é refletir sobre como nosso modernismo foi adaptado dos modelos americano e europeu. Teria sido interessante uma comemoração compartilhada, mas as duas instituições ainda estão empenhadas em repensar suas identidades e em atualizar seus projetos. "Esta exposição da Oca é um esforço para pôr em questão o que de fato foi perdido em 63. É necessário ficar olhando para trás? Que concepção de moderno estava de fato naquele acervo? Prevalecia um moderno um tanto comportado e até conservador", afirma Camillo Osório. Assumindo-se hoje um museu de arte contemporânea, o MAM SP escolhe Volpi e Flávio de Carvalho para representar a passagem da arte moderna para a arte contemporânea, na exposição da Oca. Já o Rio comemora o aniversário com uma seleção de 85 obras de quatro décadas do modernismo, em Coleção Gilberto Chateaubriand MAM RJ, e com a mostra MAM 60 anos.

Posted by Paula Alzugaray at 4:25 PM | Comentários(0)
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