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Como atiçar a brasa

 


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outubro 30, 2008

Coletivas em galerias enchem circuito paralelo, por Silas Martí, Folha de São Paulo

Coletivas em galerias enchem circuito paralelo

Matéria de Silas Martí, originalmente publicada na Folha de São Paulo no dia 30 de outubro de 2008

"Corte de florista" é como os guerrilheiros colombianos chamavam a prática de decepar os membros da vítima e encaixar, no lugar da cabeça, braços e pernas, como se saíssem de um vaso de flores, dando dimensão estética e macabra à morte.

Na obra que leva o mesmo nome do ritual assassino, o colombiano Juan Manuel Echevarría fotografa ossos humanos fora de escala, que dispõe em forma de flores. É o trabalho mais contundente da coletiva "Otras Floras", com curadoria de José Roca, em cartaz na galeria Nara Roesler, uma das melhores mostras do circuito off-Bienal do Vazio, que tem também coletivas nas galerias Millan, Luisa Strina, Marília Razuk e Raquel Arnaud.

Na Nara Roesler, Echevarría também mostra um vídeo em que dois papagaios brigam para se equilibrar sobre uma cruz, alusão sutil à morte. Mais agressivo, o belga Jan Fabre monta uma cruz que é, ao mesmo tempo, espada coberta de escaravelhos, além de um crânio que morde um roedor.

A cruz, a espada e as flores lembram as viagens dos conquistadores pela América, quando dizimaram os povos locais e levaram à Europa representações aproximadas da fauna e da flora para estudos botânicos e biológicos. "O discurso da ciência sempre escondeu motivos políticos e a própria subjetividade", resume Roca.

Exemplo dessa dimensão política, a obra de Johanna Calle são desenhos de folhas, cujas linhas são frases de um texto em fonte minúscula sobre o uso nocivo de agrotóxicos para controlar e erradicar plantações de coca na Colômbia.

Off-vazio

Levando ao circuito paralelo a provocação do andar vazio da Bienal, a galeria Luisa Strina também deixa quase vazio seu cubo branco, agora preto. Em "This Is Not a Void", com curadoria do costa-riquenho Jens Hoffmann, a dupla Elmgreen & Dragset pintou de branco a fachada da galeria e de preto o espaço interno. Enquanto isso, a canadense Arabella Campbell usou a mesma tinta branca que cobre o pavilhão da Bienal no andar de cima da galeria.
Há ainda obras de Renata Lucas e do britânico Cerith Wyn Evans, todas tão sutis que se perdem no espaço.

Posted by Leandro de Paula at 11:27 AM | Comentários(0)
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