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abril 26, 2006
Ministro Gilberto Gil se manifesta contra censura à obra de Márcia X., por Suzana Velasco
Ministro Gilberto Gil se manifesta contra censura à obra de Márcia X.
Matéria de Suzana Velasco, originalmente publicada no Globo Online, no dia 25 de abril de 2006
RIO - O ministro da Cultura, Gilberto Gil, publicou nesta terça-feira no site do Ministério da Cultura uma nota contra a retirada da obra de arte "Desenhando com terços", de Márcia X., da exposição "Erotica - Os sentidos na arte", no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio.
Citando a Constituição Brasileira, segundo a qual é "livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença", o ministro diz que toda censura é inaceitável e que espera que o CCBB reconsidere sua decisão. A obra foi retirada por decisão da diretoria do Banco do Brasil, após manifestações de católicos que se disseram ofendidos pelo desenho de dois pênis formados com terços.
Artistas cariocas marcaram uma nova manifestação para o próximo sábado, dia 29, penúltimo dia da exposição no Rio, em protesto à retirada da obra. Eles vão se concentrar no Paço Imperial às 16h e fazer uma passeata até o CCBB, da mesma forma que fizeram na última quinta-feira.
Os artistas vão usar uma camiseta, vendida a R$ 10 no local, com uma reprodução da obra de Márcia X. e com a frase "EducaAção/Censura Não".
- Pensamos em fazer um enterro simbólico do CCBB, mas espero que não seja preciso. Esperamos que seja uma caminhada e que quando chegarmos a obra já esteja lá - disse o artista plástico Márcio Botner, um dos autores do manifesto que foi encaminhado à direção do CCBB e ao Ministério da Cultura.
Apesar de não saber se "Desenhando com terços" vai ou não integrar a exposição em Brasília, que será inaugurada no dia 15 de maio, Paulo Rogério Caffarelli, diretor de Marketing e Comunicação do BB, disse que o banco não pretende retirar qualquer outra peça da exposição, como pede uma ação do grupo católico Opus Christi, que quer a retirada da tela de Alfredo Nicolaiewsky em que São Jorge está ao lado de um homem com a mão na cueca.
Só podia ser um ministro afeminado e imbecíl deste nível para aceitar tamanha blasfemia.
Claro, quem tem uma filha vadia que além de horrível se permite posar nua, era de se esperar algo assim.