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janeiro 19, 2006
Contra os privilegiados, entrevista de Gilberto Gil a Pedro Alexandre Sanches, Revista CartaCapital
Contra os privilegiados
Entrevista completa de Gilberto Gil a Pedro Alexandre Sanches, originalmente publicada na Revista CartaCapital 376, Seção Plural, do dia 18 de janeiro de 2006
Para Gil, a classe dominante reage à "discriminação positiva" do MinC
A PEDRO ALEXANDRE SANCHES
Ele diz que veio da "classe dominante" para "fazer um deslocamento", "um trabalho que é outro", diferente do que realizou nas últimas décadas como músico e personalidade da cultura. Em entrevista a CartaCapital na segunda-feira 9, o cantor e compositor tropicalista Gilberto Gil, ora ministro da Cultura, procurou demonstrar que a missão em que parece estar imbuído não é retórica, mas real.
Uma evidência seria o fato de que os críticos mais ferozes e renitentes das atuais políticas (ou da falta delas, segundo os opositores) têm nomes como Ferreira Gullar, Luiz Carlos Barreto, Marco Nanini e até mesmo o amigo e parceiro histórico Caetano Veloso.
"Os artistas consagrados e bem-sucedidos não gostam de ser elencados na classe dominante, mas são. Nós somos classe dominante", provoca o ministro, incluindo-se na elite, a boiar nas contradições. E tenta, na entrevista a seguir, explicar sob o fio dessa lógica a hostilidade da imprensa e a zanga dos "privilegiados" contra sua gestão num ministério que, segundo ele, se empenha em inverter a lógica dominante e "atender áreas periféricas que nunca foram atendidas".
CartaCapital: As críticas que o Ministério da Cultura vem sofrendo e revidando voltam a falar em "centralização", "stalinismo" e "totalitarismo". Que há por trás delas?
Gilberto Gil: Acredito que essas queixas são em relação ao atendimento geral que o ministério e as estatais vêm dando aos filmes, adotando políticas públicas de fomento um pouco mais abertas e democráticas. Zelito Viana é que vai ter de explicar por que pediria minha cabeça. Não vejo nada por trás, a não ser questões políticas, que podem ser trazidas para cá. Há o setor tucano contra o PT e a gestão Lula, a campanha política que vem aí. No momento em que já se põe a questão da sucessão, os descontentamentos se transformam em antagonismo político real. Há setores da área cultural que participam desse conflito.
CC: Nos últimos meses, sua gestão foi criticada sucessivamente por Paulo Autran, Marco Nanini, Gerald Thomas, Ferreira Gullar, Caetano Veloso, todos representantes da elite da cultura brasileira. Por que estes estão especialmente críticos?
GG: Acho que tem a ver com a discriminação positiva, digamos assim, que estamos tentando fazer, focando áreas que não eram focadas e, portanto, estabelecendo um conflito distributivo com esses setores. É um conflito que não existia nessa intensidade antes, porque eles tinham acesso a recursos que estão sendo redistribuídos. Estamos tentando trabalhar com um pouco mais de atendimento periférico, com os Pontos de Cultura, as políticas para museus que estamos descentralizando. O programa Monumenta está fazendo trabalho de patrimônio histórico em cidades do interior de Minas Gerais, Sergipe, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Sul... É a característica seletiva do governar.
CC: Seletiva e descentralizadora? Gullar critica o MinC justamente pelo inverso, por ser supostamente centralizador.
GG: Não vejo isso. Eu queria uma demonstração desse caráter centralizador do ministério. Eu mesmo preciso saber. O que nós estamos centralizando? O próprio Gullar diz que não acompanha nosso trabalho, que tem notícia do que estamos fazendo por outros. Isso tem a ver também com a dificuldade de informação que nós temos, que, aliás, é uma dificuldade geral do governo Lula. Há uma dificuldade de mostrar o que está sendo feito. Isso tem a ver com deficiências do próprio governo, mas também com uma dificuldade de encontrar espaço na mídia.
CC: Devida a quê?
GG: Acho que é uma indisposição generalizada contra o governo. A pauta positiva não é uma preferência, as pautas negativas têm muito mais apelo e interesse jornalístico. É esse absolutismo consentido com que trabalha a mídia, que pode tudo, pode dizer, desdizer, manipular, fazer e desfazer e contra isso não há grandes insurreições. Com relação ao governo, ao contrário, ele está o tempo todo sendo questionado sobre seu modo de agir.
CC: Há na gestão do MinC "intervencionismo", "dirigismo", "totalitarismo", ou mesmo "stalinismo", termo também usado no próprio ministério?
GG: Eu gostaria que fossem apontadas as questões que justificariam essas hipóteses. É preciso qualificar a crítica. Para nós, é importantíssimo que ela seja qualificada, porque só isso pode qualificar a resposta e as posições. O que considero um deslize de Sérgio Sá Leitão, de chamar Gullar de stalinista, vem da desqualificação da crítica do Gullar. Dá margem a que as coisas sejam deslocadas para a periferia da questão, e não especificamente daquilo que está sendo tratado, que é a gestão do MinC.
CC: Esses deslocamentos ajudaram a causar a implosão do projeto da Ancinav, por exemplo?
GG: Eu acho um pouco, sim. O conteúdo e certos deslizes que também possam ter acontecido na confecção do texto não foram discutidos. Foi apagada a possibilidade da discussão de uma agência reguladora para o audiovisual, e o foco da questão se perdeu.
CC: E, na perda do foco, um grupo bastante poderoso conseguiu atingir o objetivo de interditar a implantação de mudanças? Isso está acontecendo de novo?
GG: Não, não creio. O caso me parece ser aquele de alguns grupos que se vêem não, ou menos, atendidos pelas estatais. Eles precisam ser atendidos também. Mas é também. Não são os únicos que precisam. Há toda uma exclusão aí, que as políticas públicas precisam atender. É isso que a gente está fazendo, descentralizando, deslocando do eixo Rio-São Paulo, atendendo as outras regiões, o interior e as periferias das grandes capitais. São experiências, tentativas de atender gente de teatro que não é o grande teatro consagrado, o pessoal que quer a implantação das rádios e tevês comunitárias, as pequenas cidades que querem ter políticas de patrimônio. Estamos atendendo os produtores musicais independentes, incentivando a organização e a articulação deles, interna, em detrimento de quê? De uma política clássica de atendimento às grandes gravadoras. É uma mudança de política.
CC: Luiz Carlos Barreto deixou de fato de receber recursos?
GG: As informações que temos eu conheço pelas próprias queixas diretas que ele tem feito à Secretaria do Audiovisual, a mim diretamente, em audiências, em cartas, em e-mails que nos tem dirigido. O que nós sabemos é que, nos últimos três anos, muitos dos projetos dele não foram atendidos. No momento em que as estatais passam, nas suas políticas de atendimento, a incluir formação de platéias, novos talentos, primeiros filmes, documentários, jogos eletrônicos, novas formas de manifestações audiovisuais, retiram um pouco de recursos que estavam sendo quase totalmente canalizados para o grande filme de bilheteria.
CC: Caetano interveio nesse ponto, referindo-se a "um país em que o que mais se vê é filme de diretor estreante". E disse, em entrevista a O Globo, que produtores como Paula Lavigne e Guel Arraes não deveriam "temer má vontade só porque já produziram três ou quatro sucessos". Essa reação teria o mesmo pano de fundo do caso de Barreto?
GG: Não, não, no caso de Caetano seguramente não. Ele é muito correto, não faria isso. Ele acha, e tenho impressão de que tem razão, que não podemos dar a impressão de que nós estamos criando "ex-privilegiados", ao realizar discriminação positiva, do tipo cotas para novos cineastas, novos dramaturgos, teatros de periferia... Seria admitir que o que quer que tenha sido feito pelos "ex-privilegiados" deixou de ser feito. Pode parecer isso, concordo que pode parecer que assim seja.
CC: O senhor usou o termo "cota". A cultura estaria instituindo algum sistema de cotas, a exemplo do que está acontecendo na educação?
GG: Pode haver uma semelhança, no momento em que se diz que vamos destinar recursos a manifestações que não tinham espaço e voz. Você está fazendo uma espécie de cota, dizendo que vai deixar de atender ou atender menos tais setores para passar a atender ou atender mais a tais outros. É política governamental. Eu até brinco que esse tipo de política é algo que foi sempre pedido. O cinema novo brasileiro todo, o teatro todo, a literatura mais engajada etc. passaram as últimas décadas dizendo isso: vamos lá, vamos incluir os excluídos, os underdogs da história.
CC: Como o MinC está atendendo e destinando recursos às periferias, na prática?
GG: Os Pontos de Cultura estão indo lá atender esse pessoal. Há a convocação das câmaras setoriais e os primeiros a atender são os menos conhecidos, não é o grande teatro que vem. Estamos tentando atenuar déficits de atendimento à música de concerto, ao circo, à propriedade intelectual. Fizemos a desoneração do setor do livro, que estendemos às salas de cinema. Há o CulturaPrev, a previdência que estamos instituindo para aposentadoria dos trabalhadores em cultura. É uma reivindicação antiga.
CC: Por que a atuação do MinC em relação à música é pouco visível?
GG: Porque não é uma área que tenha vivido historicamente da dependência. Sua sustentabilidade e autonomia de mercado nunca foram determinadas pelo mecenato público, como acontece com o cinema e o teatro.
CC: Mas músicos consagrados, inclusive o senhor mesmo, também se acostumaram a gozar de patrocínios vultosos.
GG: Isso eu disse na primeira semana no ministério: eu sou um dos que têm sido privilegiados. Nós somos. Caetano fica muito aborrecido com essa coisa de destacar privilégios. Eu sei disso, mas ainda assim é preciso que seja dito: os artistas consagrados e bem-sucedidos não gostam de ser elencados na classe dominante, mas são [ri]. Nós somos classe dominante. Na verdade há um conflito de classes em tudo isso, também. O problema de classe não desapareceu e não desaparecerá assim tão simplesmente.
CC: Sua geração apareceu combatendo uma elite que controlava a gestão dos direitos autorais na época, como David Nasser, Fernando Lobo etc.
GG: Nós estabelecemos uma disputa, um conflito distributivo com eles, assim como hoje outros estabelecem conosco e assim por diante. É assim, até que nós tenhamos a abolição das classes (ri), se é que a teremos.
CC: Nos anos 60, os opositores das mudanças eram mais facilmente identificáveis como conservadores. Caetano e Gullar são conservadores hoje em dia?
GG: Não são necessariamente conservadores, mas naquilo que diz respeito à disputa que eles, ou melhor, nós fazemos no campo dos recursos, por inércia mesmo, temos uma tendência de nos tornar conservadores. Queremos manter a fatia do bolo que comemos. Estou falando "nós" porque é "nós" mesmo. Tenho de me distanciar do meu status de consagração, fui chamado para ser ministro da Cultura do governo Lula para fazer um deslocamento, para repor a questão do conflito distributivo nesse setor. Mas me coloquei imediatamente como pertencente a essa elite, para dizer que estou vindo de lá para fazer um trabalho que é outro, que não é mais demandar os recursos para o meu grupo, é tentar uma política pública de distribuição mais aberta, democrática.
CC: Seria possível fazer já um balanço da gestão Gilberto Gil?
GG: Nós temos marcado uma certa diferença. Dobramos o nosso orçamento em relação ao que encontramos do governo anterior. Hoje temos um orçamento de R$ 420 milhões para 2006, que é duas vezes o de 2002. A lei de incentivo fiscal vem trabalhando com patamares recordes, de R$ 550 milhões a R$ 600 milhões. O programa Monumenta está tendo desempenho cinco ou seis vezes maior do que teve no governo anterior. O atendimento aos museus é 40% acima do que era. Toda a dimensão imaterial da atuação do MinC também cresceu muito nesta nossa gestão.
CC: Qual é sua opinião sobre o projeto de lei contra o jabaculê, que circula no Congresso Nacional?
GG: Acho que tudo que puder ser feito para evitar e inibir o jabá deveria ser feito. Tenho levantado sempre a questão da dificuldade de estabelecer isso por lei, porque há sempre formas disfarçadas possíveis a partir do momento em que a lei estabeleça proibições. O jabá faz parte do modelo de negócios que se estabeleceu até hoje.
CC: Não caberia ao ministério tomar a dianteira de atitudes nesse sentido?
GG: Não, não. O ministério até pode tomar atitude, mas acho que é mais natural que a gente faça parte de um conjunto de manifestações da sociedade, até para saber qual é a consciência social real que temos disso. Hoje o jabá é chamado de verba de promoção. Como vai se proibir uma verba promocional ou impedir que ela se disfarce, ainda que, digamos, venha a ser proibida? O jabá pode passar por debaixo da mesa. Estou falando em termos realistas, não ideológicos. Ideologicamente, é evidente que nós somos contra o jabá. É uma prática com algum grau de perversidade, para não dizer com alto grau. Outro dia (o ex-presidente de gravadoras) André Midani declarou que pagou, sim, jabá por Gilberto Gil, e que achava muito bom ter feito isso, porque ajudou a desenvolver um grande artista que está aí até hoje. É complexo.
CC: Os modelos de negócios com jabá na indústria cultural são parecidos com tudo o que foi sendo revelado a partir da crise política?
GG: Com mensalão, caixa 2 etc. (ri). É tudo igual, é claro que é a mesma coisa. É por isso que digo que não temos tanta novidade assim no mundo político. Corrupção e essas formas todas de comprar espaços ou privilégios são da prática do mundo.
CC: O MinC afirma que recebeu do governo FHC uma concentração de cerca de 80% de recursos destinados à Região Sudeste e ao eixo Rio-São Paulo. Há atualizações a respeito?
GG: Isso melhorou muito (leia quadro à pág. 52). A Região Norte, que era zero antes da nossa gestão, aumentou muito. Evidentemente que, como era zero, tem agora 500% a mais do que tinha antes. Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, os territórios também têm crescimento significativo. O Nordeste e o Sul também, e ainda assim Rio e São Paulo continuam crescendo. Têm mais recursos do que tinham, mas porcentualmente estão dividindo melhor. Não diminuíram, o que vem um pouco atender à questão que Caetano põe. Não é preciso que os privilegiados deixem de ser atendidos.
CC: Como o senhor se defronta pessoalmente com toda a crise política do ano passado? Como seu ânimo reage a ela?
GG: É sempre incômodo, desconfortável, doloroso mesmo para o cidadão, para todo mundo. Mas ao mesmo tempo sou muito realista... A raça humana é uma semana do trabalho de Deus, para mim é uma ferida acesa, uma beleza, uma podridão. Acho que é isso mesmo, ela vai aos trambolhões.
CC: O que se tem ouvido sobre "pior crise da história"...
GG: Não vejo nada disso. Pior crise da história é se você vai do ponto de vista midiático, num governo que exerce exemplarmente a dimensão democrática de suas obrigações. O presidente permite que ele seja mesmo ofendido publicamente, sem reações nem nada. É um governo exemplarmente democrático. E, do ponto de vista das acusações de corrupção, é uma ninharia em relação ao que a gente conhece da história do Brasil.
acho que eh isso: o chato do caetano e o psdebista do barreto ja ganhou dinheiro demais de incentivo da cultura. deixe o nordeste, o centro-oete, o norte ganhar um pouco tambem. alguma duvida sobre o que eh melhor? continuar concentrando renda em poucos do sudeste, ou melhor, do careta eixo rio-sao paulo, ou distribuir essa grana para mais gente. eh melhor um disco novo do cvaetano ou um disco novo do coco do xamba? pois eh... voce jah ouviu coco do xamba? nao? o caetano ja... democratizacao da producao e distribuicao. e que saco de musica o caetano faz. pior ainda quando ele regrtava peninha. po, grana pra regravar o peninha? pra merda/
Posted by: ricardo ruiz at janeiro 24, 2006 4:12 PMnoticia do ultimo segundo, do ig. veja se tem logica:
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, defendeu hoje, em Bruxelas, o uso da internet como ferramenta de criação cultural e reivindicou o direito à liberdade de acesso à rede e à privacidade.
Leia abaixo o texto
Esses princípios são amparados pela "Carta dos Direitos da Internet", um documento que o ministro apresentou hoje no Parlamento Europeu, com a co-presidente do grupo dos Verdes, a italiana Monica Frassoni, e o eurodeputado da Esquerda Unitária Européia Umberto Guidoni.
"Como cidadão e artista, acho que é muito importante para nossa geração ter garantido o acesso às novas ferramentas de criação oferecidas pela Internet", disse Gil.
Defensor do livre acesso a música e vídeos pela rede mundial, o ministro disse vislumbrar, para dentro de dez anos, uma total liberdade de aproveitamento da rede.
Gil ressaltou que a internet "representa hoje uma poderosa ferramenta de conhecimento", que "põe milhares de livros gratuitamente à disposição dos cidadãos nas bibliotecas virtuais e permite o intercâmbio de culturas regionais".
O ministro apontou a crescente importância do Brasil no cenário mundial, que o tem colocado à frente de uma série de iniciativas internacionais no campo da cultura. Ele atribui essa posição à "antecipação tendências" com sua política social, como a que tenta estender às pessoas de baixa renda o acesso a computadores e à internet.
"Nosso Governo está decidido a promover a inclusão social no Brasil por meio da cultura. Estamos trabalhando duro para realizar meu sonho de tornar cultura acessível às favelas e a outros setores excluídos", afirmou.
Além disso, Gil disse que essa abertura de acesso deve ser realizada de forma regulada, que "considere todos os aspectos e as opiniões de todos os grupos interessados, sem perder o equilíbrio em relação às necessidades comuns".
Por sua parte, o eurodeputado Umberto Guidoni lembrou o risco que representaria o controle da rede e da privacidade por alguns "monopólios".
"A sociedade da informação deve ser acessível a todos, já que é um instrumento de emancipação e desenvolvimento. Por isso, é hora de discutir formas de regular a internet", assinalou.
Elaborada por personalidades da União Européia e das Nações Unidas e amplamente apoiada pelo Governo brasileiro, a "Carta dos Direitos da Internet" é também uma clara manifestação contra alguns Governos que censuram a internet e vigiam seus usuários, como China e Tunísia, alvo de diversas denúncias da imprensa.
O documento chama os Governos e autoridades de todo o mundo a discutir a adoção de ferramentas que garantam "os direitos à liberdade de acesso e utilização, o respeito à privacidade e o reconhecimento desse novo bem comum".
"É tempo de fixar alguns princípios como parte da nova cidadania planetária. Só o pleno respeito desses princípios constitucionais nos permitirá alcançar o equilíbrio democrático com a exigência da segurança, do mercado e da propriedade intelectual", afirma o documento.
A iniciativa foi idealizada durante as reuniões da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, realizada na Tunísia em novembro, e por isso a Carta tem o apelido de "Túnis, meu amor".
"Essa é nossa resposta à grande luta que travamos com as companhias de software e à necessidade de frear suas ambições", afirmou a co-presidente do grupo dos Verdes, Monica Frassoni.
Os promotores da iniciativa pretendem aprofundar a discussão sobre o tema na cúpula UE-América Latina, que será realizada em maio em Viena.
"O que se pode conseguir a partir dessa discussão, eu não sei. Mas sei que devemos fazer nosso trabalho e lutar pela liberdade de informação. Estamos remodelando toda a área da cultura e da internet é fundamental para isso", disse à EFE o ministro brasileiro.
Posted by: ricardo ruiz at janeiro 24, 2006 6:22 PMcomo eu já escrevi em alguns outros lugares...
O Brasil era, e ainda é, uma pátria de mamadores e desmamados. Quando um dos filhotões acostumados com a mama governamental percebe que tem mais gente chegando para mamar, ou que a mama há de secar, sempre há um esperneio, uma birra, uma gritaria. Tem gente mal acostumada demais neste lugar... gente que não tem nada, e já cansou de acreditar, e gente que tem mais do que devia e não está disposto a partilhar.
Só quem não sabe o que está acontecendo pode levar a sério esta birra toda.
Eu, que já fui filho (quase) único, e que então tive irmãos mais novos dividindo o espaço, sei muito bem como é o sentimento de não ser mais o receptor de toda a atenção e recursos da casa...
Algum dia nossa elite cresce, ou então aprende na marra a partilhar o que é de todos...
Se faltar pulso firme no governo e consciência dos direitos por parte daqueles que merecem ter mais, os mimados vão continuar mimados e, pior ainda, grandes demais para serem desafiados.
E tenho dito..
O Gil é bom porque simplismente fala a verdade. O problema é que isso não interessa à mídia privada dominante brasileira. As razões são lógicas.
Uma vez mais...
PRA MERDA!
Posted by: Eduardo Loureiro at janeiro 25, 2006 2:34 PMGIl eh bom? como andam dizendo nesse canal, pra merda! Os museus publicos vivem sendo roubados, a arte contemporanea naum tem incentivo nenhum. E que historia eh essa de "levar cultura pros excluidos"? Coisa mais paternalista e hipocrita. De que "cultura" Gil esta falando?
Posted by: Catadrufe at março 31, 2006 12:27 PM