|
janeiro 16, 2006
Clipping Artista Invasor, de Yuri Firmeza
Clipping Artista Invasor, de Yuri Firmeza
Clipping de matérias sobre a exposição Geijitsu Kakuu, criação de Yuri Firmeza, para a série Artista Invasor do Museu de Arte Contemporânea do Ceará. Todas as notícias veiculadas pela imprensa de Fortaleza, entre os dias 10 e 12 de janeiro de 2006.
10 de janeiro
Jornal O Povo - Desconstruindo a arte
Diário do Nordeste - SOUZOUSARETA; Arte, natureza e tecnologia, de Dalwton Moura
11 de janeiro
Diário do Nordeste - Exposição factóide compromete Instituto Dragão do Mar
Jornal O Povo - Pegadinha contemporânea de artista cearense
Jornal O Povo - Arte e molecagem, de Felipe Araújo
12 de janeiro
Jornal O Povo - Editorial - Provocação infeliz
Jornal O Povo - A arte no jornalismo, de Regina Ribeiro
Overmundo.com.br - Adorável invasor, de Ricardo Sabóia
Matéria originalmente publicada no Jornal O Povo, caderno Vida & Arte, no dia 10 de janeiro de 2006
Imagine uma exposição onde as obras são flores e vegetais carbonizados e que isso representasse o equilíbrio entre a vida e a morte. Ficou difícil? Pode até ser, mas ousado como é o artista plástico japonês Souzousareta Geijutsuka, não se intimida como estranho. Tudo, alías, é bem moderno, ao olhos de sua arte. Usar e abusar da tecnologia e da ciência é sua marca, e transformar o que - nem de longe - parece arte, em arte, se tornou uma característica. Souzousareta chega a Fortaleza hoje, às 22h, para apresentar sua mais recente mostra intitulada Geijitsu Kakuu, que acontece dentro do projeto Artista Invasor, do Museu de Arte Contemporânea do Ceará.
A exposição de Souzousareta busca a harmonia entre a natureza que nasce e morre, empregando equipamentos tecnológicos, para abordar a discussão em torno da fragilidade da vida e suas conseqüentes contradições. O artista conquistou fama mundo afora, exatamente por elencar assuntos tão distintos, como: arte, ciência e tecnologia em suas exposições. Souzousareta desenvolve pesquisas na Eletrônica e Telecomunicações, isso aliado aos conceitos de tempo real, simultaneidade, supressão de espaço e imaterialidade. O uso de objetos e tecnologias tão ousadas são influências da "desmaterialização" dos anos 60/70. "Esse fenômeno, com abandono do "objeto de arte" por muitos artistas, deu lugar a uma variedade e uma multiplicação de usos mediáticos", explica.
De acordo com o artista, a arte eletrônica, apesar de não ter o reconhecimento e respeito dos historiadores de arte, é uma questão capital. "Freqüentemente contestada, seu endereçamento, entretanto, insere-se em nosso destino de participantes de uma época da história em que a tecnologia tornou-se parte de todos os atos da nossa vida. Acredito em sua importância humanizadora". Seja como for, a arte de Souzousareta faz um paralelo entre o novo, o velho e o que está por vir. Ele desconstrói para, mais tarde, reconstruir de acordo com sua interpretação.
SOUZOUSARETA; Arte, natureza e tecnologia
Matéria de Dalwton Moura, originalmente publicada no Diário do Nordeste, no dia 10 de janeiro de 2006
Espaço aberto para a arte eletrônica. O Museu de Arte Contemporânea, do Centro Dragão do Mar, abriga a partir de hoje, dentro do programa "Artista Invasor", trabalhos do japonês Souzousareta Geijutsuka, reunidos na exposição ´Geijitsu Kakuu´. O olhar de um experimentador de linguagens atuais e novas tecnologias sobre fenômenos da natureza
Esta é a quarta vez em que Souzousareta, considerado um dos nomes mais importantes quanto à interface entre arte contemporânea, ciência e novas tecnologias, participa de eventos no Brasil. O sofisticado equilíbrio entre vida e morte na natureza é o fio temático de sua exposição "Geijitsu Kakuu", em que flores e vegetais são revisitadas por meio de objetos carbonizados, em um convite a reflexões sensoriais sobre a fragilidade da vida.
Os trabalhos de Souzousareta, que entre outras cidades já expôs em Tóquio, Nova York, Berlim e São Paulo, incluem parcerias com cientistas e engenheiros, em pesquisas sobre eletrônica e telecomunicações. Entre os conceitos contemplados, estão os de operação em tempo real, simultaneidade, supressão do espaço e imaterialidade. A robótica é outra área explorada, em diálogo com esculturas e instalações ambientais. Ele também é responsável pelo desenvolvimento de uma nova técnica fotográfica, batizada "Shiitake", que busca apreender fenômenos invisíveis ocorridos na atmosfera.
O pintor e escultor francês Marcel Duchamp (1887-1968) é citado por Souzousareta como uma de suas grandes influências, quanto à chamada "arte eletrônica". Para o artista japonês, a arte eletrônica adquire uma importância fundamental, a partir do momento em que a tecnologia está presente em cada momento de nossas vidas - do mais banal, ao mais grandioso. Apesar disso, Souzousareta considera que as linguagens artísticas eletrônicas ainda são marginalizadas pela concepção mais tradicional de "história da arte".
Em entrevista via e-mail ao Caderno 3, Souzousareta aborda esses e outros temas, criticando a acomodação do público e dos críticos, falando das influências que vem recebendo em sua descoberta do Brasil e apostando que a intensidade de uma proposta artística sempre será mais importante que os meios empregados para realizá-la. Confira:
Caderno 3 - Esta é a quarta vez que trabalhos seus são expostos em eventos no Brasil. Que importância esse contato com o País tem para o seu trabalho?
Souzousareta Geijutsuka - Acabo de chegar ao País. Tenho aprendido muito sobre a cultura brasileiras em livros e vídeos aos quais tenho acesso no Japão. Inclusive, acabo de ler um livro e ver um filme fabulosos feitos no Brasil. "O povo brasileiro", do (Darcy) Ribeiro, me parece ser esse o nome correto, e "Deus e o diabo na terra do sol", do já conhecido Glauber Rocha. Até acredito que esses dois trabalhos me influenciaram de alguma maneira na preparação de minha exposição no Brasil. É claro que minha estadia aqui vai intensificar muito a influência dos elementos de brasilidade sobre o meu trabalho. Inclusive essa é uma constante em meu trabalho: a inclusão de elementos locais agenciados aos procedimentos eletrônicos.
- Que resposta vem obtendo do público e das instituições de arte brasileiras?
Souzousareta - Muito pequena, como deve ser o caso da maioria dos artistas contemporâneos, pelo menos aqueles que ainda resistem a uma total subordinação dos procedimentos e problemas estéticos aos imperativos de cosumo. Não só no Brasil, mas me parece que em vários países desenvolvidos, as atividades da cultura precisam apresentar relevância mercadológica para encontrar linhas abertas de financiamento e incentivo. Acontece o mesmo com o público, sobretudo com a arte eletrônica. Precisamos estar o tempo todo brigando com nossa própria produção para não deixar que os clichês tomem conta de tudo. E é esse o problema, o público, em geral, adora clichês. Espero encontrar coisa diferente no Brasil.
O público e o não-convencional
Caderno 3 - Em que estágio o Brasil pode ser situado, dentro do contexto mundial da chamada ´arte tecnológica"?
Souzousareta - O Brasil ocupou um lugar de destaque no cenário artístico mundial durante os anos 60 e 70: Lígia Clark, Hélio Oiticica, Glauber Rocha, de que já falamos, e outros. Mas acho que esse foi um momento de vitalidade estética em quase todo o mundo. Também no Japão tivemos reações importantes aos valores da civilização moderna através da arte. Pnesemos em Nam June Paik, por exemplo. Não sei em que pé estão as artes plásticas brasileiras nesse momento, nem mesmo a arte eletrônica. Temos o privilégio de poder contar, no Japão, com um parque tecnológico bastante desenvolvido e aberto; não sei se esse é o caso do Brasil. A dificuldade de acesso de uma sociedade à tecnologia implicará em dificuldades para o florescimento de uma boa arte tecnológica. Mas o Brasil conta com tantas ferramentas expressivas, que não vai ter problemas.
- Falando nisso, que definição de ´arte tecnológica" é possível? De que modo esse conceito - que, você cita, vem desde Marcel Duchamp - se aplica aos dias de hoje?
Souzousareta - Pode ser definida como arte tecnológica toda operação estética que conta com suportes tecnológicos do tipo computadores, sintetizadores, softwares dos mais variados para produzir campo de percepção e sensação. Nesse sentido, é óbvio que o que interessa não são os suportes materiais, que podem ser extremamente desenvolvidos e potentes, mas os agenciamentos em que entram, que também têm que ser poderosos. O que continua valendo hoje na arte, como há três mil anos atrás, é a intensidade que passa pela obra, e não a obra como representação de alguma coisa.
- Há ainda uma forte resistência do público a esse tipo de arte, em formas não-convencionais, ou já é mais fácil aproximar a arte eletrônica do público em geral?
Souzousareta - O público sempre resiste ao que não é convencional. Por isso a arte necessita tanto do marketing nos dias de hoje.
- Você já declarou que os "historiadores de arte" ainda vêem com reservas a arte tecnológica. Há possibilidades de se reverter esse quadro? Em que prazo?
Souzousareta - Normalmente os historiadores da arte, assim como os historiadores da filosofia, são iguais aos públicos: têm dificuldades de reagir ao que não entendem.
- Que diálogos são possíveis entre a arte eletrônica, que se vale das novas tecnologias, e as formas clássicas/convencionais de arte?
Souzousareta - Todas as conexões são possíveis, desde que o teu "problema próprio" necessite dessa ou daquela operação que pertence a um outro período da história da arte. Por exemplo, num certo momento, o encontro com as tradições milenares do Japão me foi necessário, como forma de explorar determinado problema a respeito do medo existente na cultura japonesa, e incrustado nos hábitos mais elementares. Foi só por isso que cruzei arte eletrônica com cultura milenar. Num outro projeto, essa referência à tradição não seria necessária.
- Você falou da arte tecnológica como uma possibilidade de humanização, dentro de todo o universo tecnológico-informativo em que estamos cada vez mais imersos. Isso não vai de encontro ao velho receio de um "totalitarismo tecnológico"? De que modo a arte pode contribuir para "humanizar" a tecnologia?
Souzousareta - Se falei em humanização anteriormente, estava equivocado. O humanismo não tem nenhum problema de conviver com os piores tipos de atrocidades. Não é verdade que os direitos humanos criem algum tipo de constrangimento ao crescimento vertiginoso da pobreza e da angústia em parcelas importantes da população global. Humanismo e capitalismo selvagem fazem parte de uma mesma máquina. É preciso perguntar como a arte tecnológica, mas não só, pode mudar os usos que são feitos.
- A arte tecnológica não correria também o perigo de se ater a limites do consumo (o mercado de novas tecnologias, produtos eletro-eletrônicos, computadores, sintetizadores, projetores)?
Souzousareta - Sem dúvida!
- Seria possível sintetizar o conceito e o objetivo da exposição "Geijitsu Kakuu", que será mostrada aqui em Fortaleza? De que modo trabalha o contraste entre vida e morte, natureza e tecnologia?
Souzousareta - Essa exposição tem várias facetas, justamente para poder lidar com vários problemas. Tudo está integrado a um exercício do simulacro, cujo objetivo é retirar os hábitos de seu estado de evidência. Inclusive hábitos estéticos, do tipo "Por que gostamos de arte?". É preciso ver a exposição. (DM)
Exposição factóide compromete Instituto Dragão do Mar
Matéria de Dalwton Moura, originalmente publicada no Diário do Nordeste, no dia 11 de janeiro de 2006
Quem compareceu à abertura da exposição "Geijitsu Kakuu", ontem, no Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar, se surpreendeu. Atribuída ao artista plástico japonês Souzousareta Geijutsuka a exposição não foi apresentada em nenhuma das salas da instituição. Também pudera: numa atitude inusitada, após a divulgação na mídia, a exposição não existia, isto porque seu autor simplesmente não existe.
Portanto, o que poderia ter passado como um atraso ou outra falha no processo de montagem da exposição, acabaria se revelando, na verdade, uma grande farsa engendrada pelo artista plástico Yuri Firmeza, em total concordância com o Museu de Arte Contemporânea e a direção do Centro Dragão do Mar. Assumindo a divulgação do evento, bem como a identidade fictícia do artista e de suas presumíveis obras (sacadas da internet), o artista e a instituição (Museu/Dragão do Mar) acabaram colocando em xeque ou até mesmo comprometendo o vínculo de credibilidade estabelecido junto aos veículos de comunicação e a sociedade cearense.
Na sala prevista para a montagem, o que se via era uma placa descrevendo: "exposição em desmontagem". Em uma das paredes, um texto assinado pelo Diretor do Museu de Arte Contemporânea, Ricardo Resende, fazia alusão a um projeto artístico conceitual "que foge do puramente contemplativo e exige do público a reflexão sobre o que se vê ou o quê não se vê". Em outro momento, o texto sugere que estamos diante de um "jovem artista que lida com a 'ficção' de se fazer arte na atualidade", sem fazer qualquer menção a exatamente que arte estaria se referindo.
Na verdade, o texto de Ricardo Resende estará inserido entre uma série de reproduções de e-mails trocados entre o artista plástico e o sociólogo Tiago Themudo, discorrendo sobre os conceitos ocultos por trás da sua empreitada criativa, cuja compreensão o próprio artista deixa bastante obscura. Citando referências teóricas de artistas plásticos como Hans Jacke, Michel Duchamp e Alfredo Jaar, ele considera que sua obra é ele mesmo enquanto artista.
"Meu objetivo não é constranger o público, aliás, o público é uma das peças dessa engrenagem", provoca. Yuri considera que sua "obra" discute questões como o sistema e a crítica da arte, a mídia e o papel dos espaços criativos.
Pegadinha contemporânea de artista cearense
Matéria originalmente publicada no Jornal O Povo, caderno Cotidiano, no dia 11 de janeiro de 2006
A exposição Geijitsu Kakuu, que conforme matérias divulgadas ontem na imprensa local - inclusive no Vida & Arte, do O POVO - seria aberta no Museu de Arte Contemporânea (MAC) do Centro Dragão do Mar, não existe. A mostra fictícia, que seria de autoria de um artista plástico japonês, é na verdade uma criação do artista contemporâneo cearense Yuri Firmeza.
Na semana passada, Firmeza - com a conivência do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura - divulgou para os jornais locais um press-release contendo informações sobre a suposta mostra e o currículo do artista japonês. Como parte de seu ''trabalho artístico'', Firmeza criou uma assessoria de imprensa também fictícia, que entrou em contato com as redações por telefone para reforçar a divulgação do material. Procurado, também na semana passada, pelo O POVO, em duas ocasiões, o Centro Dragão do Mar confirmou a realização da exposição no MAC.
Ontem, quando a farsa foi revelada para a imprensa, Yuri Firmeza explicou que a intenção da iniciativa foi ''pensar o que move o campo da arte, refletir o museu, a galeria, o jornal como meio de sedução''. Já o diretor do MAC, Ricardo Resende, afirmou não acreditar que o episódio fere a credibilidade do Centro Dragão do Mar. Segundo ele - que confirmou que a direção do Centro tinha ciência da divulgação das falsas informações - é papel do Museu dar condições para a criatividade dos artistas locais.
Matéria de Felipe Araújo, originalmente publicada no Jornal O Povo, caderno Opinião, no dia 11 de janeiro de 2006
A recente molecagem do artista plástico Yuri Firmeza, que inventou o pseudônimo de Souzousareta Geijutsuka e divulgou para a imprensa local seu (dele, Souzousareta) brilhante currículo de exposições no exterior como forma de conseguir espaço na mídia, revelou alguns traços do espírito da arte contemporânea em Fortaleza. Com algumas caras exceções, uma arte pobre, recalcada e alienada, feita por moleques que confundem discurso (ou melhor, as facilidades conceituais de um discurso) com pichação; que acham que estão sendo corajosos quando não fazem mais do que espernear e gritar por uma mesadinha ou por uma berlinda oficial. Nelson Rodrigues é que estava certo: os idiotas perderam a modéstia.
Não há nenhuma novidade na invenção de pseudônimos como forma de afirmar determinados discursos artísticos. Yuri, aliás, tem todo o direito do mundo de fazer a brincadeira ou a provocação que quiser. Como ''artista contemporâneo'', sua provável falta de domínio sobre certos procedimentos criativos e o discurso esquálido naturalmente ampliam seu horizonte de atuação estética às raias da falsidade ideológica. O que estranha é o fato de a presidência do Dragão do Mar - principal centro cultural da Cidade - e a direção do Museu de Arte Contemporânea chancelarem uma irresponsabilidade desse tamanho.
A título de ''denúncia'' sobre uma suposta negligência da imprensa com a produção local, Yuri tentou arranhar a credibilidade e a boa reputação de alguns profissionais. É fato que, demagogicamente, vai arregimentar a simpatia de uma classe artística boçal que (feitas as devidas exceções) projeta na imprensa a frustração de seu próprio fastio criativo. E é fato também que muitos idiotas vão entender esse gesto como um alerta oportuno sobre a cobertura jornalística da cultura em nosso Estado. A imprensa tem seus problemas e deve permanentemente questionar e ser questionada sobre sua responsabilidade com as artes e a cultura. Mas o que se viu nesse episódio foi apenas a face mais evidente da mediocridade.
O pecado dos jornalistas envolvidos no episódio talvez tenha sido o de acreditar na boa fé e no respeito que sempre pautou a relação entre as redações e o Dragão do Mar. E acreditar na reputação do Dragão como um centro que, através do MAC, quer promover exposições e discussões procedentes sobre a arte contemporânea. Não somente a credibilidade do Centro junto à imprensa, mas a própria credibilidade do Dragão junto à opinião pública estão gravemente arranhadas a partir de agora. Afinal, quem iria a uma exposição de Souzousareta sabendo que se trata de uma exposição de Yuri Firmeza?
Editorial do Jornal O Povo, originalmente publicada no caderno Opinião, no dia 11 de janeiro de 2006
Os meios jornalísticos e culturais de Fortaleza foram sacudidos ontem por um estranho e constrangedor episódio: a exposição de um artista plástico japonês, cuja abertura fora anunciada pela imprensa para terça-feira, no Museu de Arte Contemporânea, do Centro Dragão do Mar, não se realizou porque o personagem principal, o autor dos trabalhos, simplesmente não existia.
Era fictício, ou virtual, para usar palavra da moda, criado pelo artista plástico Yuri Firmeza, que utilizou um factóide para provocar a imprensa. Uma forma de denunciar a ''negligência dos meios de comunicação locais com a produção artística da terra''. O próprio Dragão do Mar divulgou a mostra.
O caso merece reflexões e, de uma forma infeliz, servirá de advertência para a imprensa para evitar futuras aventuras irresponsáveis e, também, de parâmetro no relacionamento com entidades e produtores culturais.
O sr. Yuri Firmeza extravasou suas frustrações e recalques na mídia. Mas foi longe demais em suas elucubrações. Precisava usar de artifício tão mesquinho e irresponsável para divulgar seu trabalho e seu protesto? Mas ele tem liberdade para exercitar a sua "criatividade". Não entramos nesse mérito.
Deplorável nisto tudo é o comprometimento do nome de uma instituição do porte do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, através do Museu de Arte Contemporânea. São estranhas as declarações do diretor do MAC, Ricardo Resende, publicadas na edição do O POVO de quarta-feira (Cotidiano, página 5), sobre o caso do artista plástico fictício. Para ele, o lamentável episódio não fere a credibilidade do Centro Dragão do Mar. Mas Resende esquece o seguinte: o caso fere o que um jornal tem de mais precioso: a credibilidade, a confiança dos leitores.
Estarrecedor é o diretor Ricardo Resende dizer que a direção do Dragão do Mar tinha conhecimento da divulgação das falsas informações e, o que é pior, achar que é papel do Museu dar condições para a criatividade dos artistas locais. Um estranho conceito de criatividade.
O próprio site oficial do Centro Dragão do Mar assume a travessura de Firmeza quando diz, ao divulgar o Projeto Artista Invasor, no Chá com Porradas: ''Yuri buscou repensar a arte contemporânea através da interferência na rede que constrói sua credibilidade, formada por museus, curadores, galerias e veículos de comunicação. A concretização dessa idéia se deu através da construção de um artista japonês fictício, Sousouzareta Geijutsuka''.
O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, inaugurado em abril de 1999, é uma instituição respeitada dentro e fora do Ceará. A participação da entidade em devaneios de um artista rancoroso e irresponsável compromete um nome construído ao longo de quase sete anos de trabalho eficaz.
Embora não sirva de consolo, a imprensa cearense não é pioneira nesse tipo de episódio. Em 1983, a revista Veja, em sua edição de 27 de abril, reproduziu uma brincadeira de revista britânica New Science, feita para o Dia da Mentira, que divulgara estranha descoberta científica, fruto da fusão em laboratório de células vegetais e animais, isto é, de boi com tomate, o ''boimate''.
A tal conquista, feita na universidade alemã de Hamburgo, era atribuída aos biólogos Barry MacDonald e William Wimpey. A matéria da Veja louvava a experiência inédita que "permite sonhar com um tomate do qual já se colhe algo parecido com um filé ao molho de tomate. E se abre uma nova fronteira científica". A New Science dava pistas: Hamburgo, MacDonald, Wimpey (outro nome de rede de lanchonetes)... Mas a revista brasileira embarcou na história.
É preciso reconhecer que a imprensa cearense também não sai ilesa do caso do japonês fictício. Em plena era da Internet, com sites de busca tão precisos, não custava nada uma checagem em torno do nome divulgado. Apenas a credibilidade no Dragão do Mar não era suficiente. Que sirva de lição.
Matéria de Regina Ribeiro, originalmente publicada no Jornal O Povo, caderno Vida & Arte, no dia 12 de janeiro de 2006
A modernidade esgarçou ao infinito a possibilidade da arte nos moldes aristotélicos. Além do mais a chamada pós-modernidade, com todos os hibridismos e conexões entre o possível e o inverossímil, transforma tudo em arte. Que pode ser nada. No entanto a raiz do que se pode chamar de criação artística ganha força quando se observa pelo menos um dos argumentos do filósofo grego: a "idéia" que pode ser expressa em ação é um dos componentes vitais da arte. Existe algo mais cabível na arte contemporânea, mesmo a que nega toda e qualquer explicação?
Deixa pra lá essa pendenga, porque o que importa mesmo é o esse novo artista, o japonês Souzousareta Geijitsuka, que "desembarcou" na cidade trazendo na bagagem a vontade de pôr sobre a mesa alguns incômodos que cercam o mundo da arte e os suportes que ela utiliza para se estabelecer.
A começar pelo imbróglio em torno do real. Souzousareta aprendeu que o artista não tem nenhum compromisso com a verdade. Isso é coisa da História, a começar por Homero. O que a arte deve ter é verossimilhança. Precisa convencer. E ele não perdeu isso de vista quando contratou "assessores de imprensa" - a incômoda muleta do jornalismo pós-moderno - para construir a imagem de um artista múltiplo e pesquisador - quase horaciano - da virtualidade e da eletrônica. E acertou de novo. Deu entrevista por internet para uma imprensa ávida pela apresentação do novo, do estrangeiro e do discurso rebelde-planetário recheado de clichês.
Tanto no Japão, quanto no resto do mundo contemporâneo a exposição artística se viabiliza ou é referendada a partir da mediação dos espaços midiáticos. E isso não acontece só com a arte, que tem em si, a função de ser apreciada desde as imagens pictóricas das cavernas, passando pelos poetas que contavam a aventura de homens e deuses na disputa eterna pelos feitos heróicos. A política há muito tempo é subserviente às câmeras e jornalistas. O terrorismo, idem.
E aqui sim, chegamos ao ponto crítico em torno de Souzousareta, o artista japonês considerado pela imprensa local "um dos nomes mais importantes quanto à interface ente arte contemporânea, ciência e novas tecnologias", que já "expôs em vários países" e chega ao Brasil pela "quarta vez". Que fala de Glauber Rocha, Darcy Ribeiro e Hélio Oiticica com aquela proficiência dos verbetes de almanaque. Aquele que está em busca da "harmonia entre a natureza que nasce e morre empregando equipamentos tecnológicos".
A questão é que Souzousareta só existe a partir da informação publicada. É uma invenção. Uma fábula.(Portanto, arte.) Não se materializa em torno de uma alma pensante, mas existe como discurso. É real enquanto informação.
Mesmo diante da possibilidade da infinitude da interpretação de uma obra de arte que se propõe "aberta" e que trafega no espaço singular do imprevisível e das descobertas, o jornalismo é convidado a participar, quando ele é suporte dessa arte. Pronto. O bosque está pronto para ser explorado.
E aqui estão alguns vales e muitos atalhos. Os recursos e sistemas da produção da notícia deixam o jornalismo vulnerável a que tipos de armadilhas ?Criamos ou fazemos parte de um exército de crédulos seguindo discursos pré-fabricados com interesses anteriores definidos sem nenhuma reflexão? Por que nos dobramos tão facilmente ao que é estrangeiro? Por que referendemos com tantos adjetivos (bons e maus) o que não conhecemos? Será que são todas essas questões que arrastam o jornalismo para o mero entretenimento? (Pelo menos lá não há motivos para indignações).
E a verdade - motivo da revolta em torno do japonês e a forma como ele se fez criar a partir da mídia local- se apequena diante do volume de outras "criações" políticas, bélicas, científicas que o jornalismo contemporâneo tem ajudado a tornar reais. Sem dúvida, Souzousareta existe.
Matéria de Ricardo Sabóia, Fortaleza, originalmente publicada no sítio Overmundo
Como um vírus, Yuri Firmeza infiltrou-se na mídia e expôs as fraquezas de uma imprensa que, com raras exceções, mostrou-se incapaz de fazer uma autocrítica vigorosa.
O sobrenome de Yuri não poderia ser mais apropriado. Sua mais recente obra de arte é uma iniciativa que divide opiniões, mas não pode não ser classificada de firme. Ele criou um artista japonês fictício, batizado de Souzousareta Geijutsuka ("artista inventado" em japonês, segundo ele) e a exposição de arte e tecnologia Geijitsu Kakuu ("Arte e ficção"), programada para ser inaugurada na última terça-feira, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MACCE) do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, pólo referencial das artes no Ceará.
Yuri também criou uma assessora de imprensa igualmente fictícia, batizada de Ana Monteja, que abasteceu a mídia local com press-releases sobre a exposição e o suposto artista japonês. Conseguiu até emplacar uma entrevista na capa do caderno de cultura do jornal de maior circulação no Estado, o Diário do Nordeste, só para usuários cadastrados. Tudo com o aval do Dragão do Mar, a "isca" que a imprensa precisava para ser fisgada pelo artista.
A surpresa veio com a revelação, no dia seguinte à publicação dos textos noticiosos divulgando a exposição fictícia, de que Souzousareta, apresentado como renomado artista contemporâneo internacional, com quatro passagens pelo Brasil e mostras em Tóquio, Nova York, Berlim e São Paulo, nunca existiu e não fora do projeto artístico de Yuri e das páginas dos jornais, pelo menos.
No MACCE, o projeto de Yuri, correspondente à quarta edição da série Artista Invasor, ganhou a sala supostamente destinada às obras de Souzousareta. Lá, estão expostos e-mails trocados entre o artista e o sociológico Tiago Themudo, com quem Yuri dialogou na concepção do projeto, e um texto de apresentação (em português e inglês) de Souzousareta ao público, escrito pelo diretor-técnico do MACCE, Ricardo Resende.
No debate Chá com Porradas, promovido pelo Centro Dragão do Mar na última quarta-feira, Yuri declarou: 'Os jornais de hoje (quarta-feira) confirmam o descaso, comprovam que não têm seriedade. Seduzi os jornais do mesmo modo que eles seduzem o público. A obra é uma situação".
A "situação" criada por Yuri busca refletir as complexas relações entre o status da arte contemporânea e seu posicionamento com outras instâncias, como os espaços de museus, galerias de arte e a cobertura midiática. "Queria discutir o museu como espaço de conservação simbólica e outras questões que não sejam propriamente estéticas. Aí entrou a questão da mídia, do mercado, das galerias. Uma invasão que não se limitou ao status museológico, mas a todo um sistema em que ele está inserido. E a mídia é o principal sistema", afirma. Outra preocupação do artista era revelar o descaso da cobertura da imprensa local com os artistas contemporâneos cearenses: "Falta um acompanhamento sistemático da produção contemporânea, de artistas que expõem em projetos importantes aqui e em outros Estados", enfatizou.
Questionado pelo Overmundo sobre os métodos empregados no seu processo de criação, duramente criticados pela imprensa, Yuri afirmou: "No meu caso, a invenção do artista é o próprio trabalho. O suporte era o jornal. Faltou humor da imprensa. Ela não teve iniciativa de se sentir como co-autora da obra. Os jornais se sentiram afrontados, viram que são vulneráveis a esse tipo de invasão. Não existiu uma auto-reflexão da imprensa."
Ainda no Chá com Porradas, o diretor do MACCE defendeu o artista: "A ousadia de Yuri talvez seja demais para os nossos padrões. Ele veio com uma proposta ousada, de testar os limites da instituição. "A obra de Yuri não se encerrou com a revelação de que Souzousareta é fictício: "Até fevereiro, faremos na sala do MACCE um acúmulo das matérias publicadas, o vídeo do debate no Museu".
Se a estratégia de Yuri não chega a ser propriamente uma novidade e pensemos no pronunciamento dos ataques de invasão da Terra por marcianos descrita em A Guerra dos Mundos e apropriadas por Orson Welles em discurso radiofônico, ou mais recentemente, no escritor JT Leroy, sua iniciativa despertou ataques de quem mais se sentiu ofendida por seu projeto artístico: a imprensa local ironicamente, quem viabilizou em última instância sua obra.
Em um primeiro momento, os jornais preferiram desqualificar o artista e o Centro Dragão do Mar. O Diário do Nordeste publicou texto na última quinta-feira cuja manchete classifica o projeto de "factóide", sugerindo que o Dragão do Mar comprometeu o "vínculo de credibilidade estabelecido junto aos veículos de comunicação e a sociedade cearense."
A reação na edição do mesmo dia do concorrente O Povo foi ainda mais agressiva: além de um texto informativo registrando aos leitores que a exposição era uma "pegadinha contemporânea", artigo assinado pelo jornalista Felipe Araújo classificava a obra de "molecagem" e não deixa de ser curioso que a molecagem, tão celebrada como marca identitária cearense, torna-se algo pejorativo quando põe em xeque o funcionamento da imprensa local. No texto, sobram ataques para a arte contemporânea no Ceará. "Com algumas caras exceções, uma arte pobre, recalcada e alienada, feita por moleques que confundem discurso com pichação" e corporativismo com os pecados da imprensa na cobertura do circuito artístico local.
Onde houve excesso de verborragia para desqualificar o artista e o Centro Dragão do Mar, faltou autocrítica incisiva para debater a ausência de uma imprensa responsável e especializada e questionar o uso do release por jornalistas, questão que vai muito além da "boa fé" dos profissionais de imprensa.
O diretor Ricardo Resende rebate as acusações de que o Dragão do Mar foi irresponsável em apoiar a iniciativa do artista. "Em nenhum momento a gente se eximiu da responsabilidade. O Yuri impôs, entre algumas regras, que a gente ficasse fora da divulgação. Quando a imprensa presssionou por informações, achamos que era hora de convocar o Yuri para falar. O Dragão não mentiu para imprensa, omitiu para viabilizar o projeto", declarou ao Overmundo. E sentencia: "Houve uma cegueira da imprensa. Os jornalistas estavam interessados porque era um japonês consagrado, artista que trabalha com arte eletrônica. Mas entendo que isso não seja um erro apenas da imprensa local, é da imprensa brasileira em geral."
A polêmica não arrefeceu. O mesmo jornal O Povo, que em edição de ontem publicou matéria de capa do caderno de cultura Vida&Arte dando voz ao artista e ao MACCE, acompanhada de um sensato artigo da jornalista Regina Ribeiro analisando criticamente o episódio, não hesitou em publicar editorial classificando a obra de Yuri de "Provocação Infeliz". O texto reconhece que a imprensa local "não sai ilesa" do episódio e diz que "em plena era da Internet não custava nada uma checagem em torno do nome divulgado", mas não poupa o artista de mais ataques, sugerindo que ele "extravasou suas frustrações e recalques na mídia". A afirmação revela justamente o que Yuri procurou mostrar: quem está precisando de um divã, efetivamente, é a imprensa cearense.
Trechos de e-mails enviados por Yuri Firmeza a Tiago Themudo:
"Olha aí, Tiago, e diz o que acha; A ocupação da sala será da seguinte forma: irei inventar um artista, biografia, currículo, obras; tudo ficção
"Não sei como será a receptividade do público em relação ao Souzousareta, mas acredito que suscitará saudáveis desconfortos"
A (não) exposição de Souzousareta pode ser conferida no MAC. Yuri é convidado do projeto Arte Invasor até fevereiro.
Na rede:
Yuri Firmeza participou do Salão Nacional de Arte de Goiás e do Salão Sobral de Arte Contemporânea, entre outros eventos. Foi selecionado no Projeto Rumos Itaú Cultural 2005/2006.
http://yurifirmeza.multiply.com
http://www.yurifirmeza.zip.net
Boa iniciativa do Museu de Arte Contemporânea do Ceará e de Ricardo Resende, diretor técnico em apoiar a proposta de Yuri Firmeza que, na verdade, não aprontou e nem pregou uma peça, apenas disponibilizou parte de sua produção na exposição do MACCE.
Aliás, em 2003, participei da exposição Experimental nesse mesmo museu com o meu coletivo de artistas Los Valderramas, o detalhe que assim como o artista japonês, o coletivo não existia e nem as suas ações...
Pq a imprensa não procurou outras informações sobre o artista japonês? Já inventaram o google...
Posted by: Fábio Tremonte at janeiro 18, 2006 3:04 PMQuero parabenizar a Yuri Firmeza por uma das mais interessantes propostas de que tenho ouvido falar ultimamente e ao Dragao do Mar por aceita-la.
Lia do Rio
Posted by: Lia do Rio at janeiro 18, 2006 4:50 PMParabéns ao Ricardo e ao artista. Isso só confirma a mediocridade da imprensa. Precisamos contextualizar que na verdade essa geração de editorias de cultura pífias é fruto de veículos exploradores e perdulários de governos. Pagam muito mal e exploram uma mão-de-obra que sobrevive de uma mídia monopolizada e autoritária
Posted by: Helio Eudoro at janeiro 19, 2006 4:55 PMLer comentarios e se inteirar da discussao, deixa um triste resultado, porque o artista sem mais nem menos se apropria de outras biografias, sobra certo ar de engodo. Veja a materia publicada sobre o verdadeiro artista japones das flores carbonizadas. Podemos chamar de fraude?? Cade a etica?? Infeliz proposta
http://www.usp.br/jorusp/arquivo/2005/jusp737/exposicoes.htm
Estão exagerando no massacre da imprensa cearense nesse episódio.
Só quem não tem intimidade com pesquisas no Google é que pode acreditar que "bastava uma googlada" para descobrir a pegadinha. O fato de não se achar referências ao nome de um artista não quer dizer que ele não exista! Ainda mais em se tratando de um "japonês". As buscas no Google usando o romaji (=japonês escrito com alfabeto latino) são totalmente inconclusivas, porque 99.99% do que está escrito em japonês não foi transcrito para esta escrita fonética (que se usa mais para comunicar com ocidentais). Para uma busca precisa seria necessário digitar nos caracteres japoneses (ideogramas) e naturalmente entender o conteúdo.
Uma pessoa pode ser uma celebridade local no Japão e não existir uma única menção acessível via romaji.
Fica a questão: para ser jornalista é preciso falar e escrever em japonês? E se o "artista" fosse russo, coreano, tailandês, vietnamita ou grego? Cada uma dessas línguas tem o seu próprio alfabeto e portanto são mundos fechados para o Google digitado em alfabeto romano. Tem que saber a língua e digitar no seu alfabeto... E, como sabemos, são muito poucos os grupos de comunicação no Brasil que tem bala na agulha para manter uma rede de correspondentes internacionais.
Acredito que muitos jornalistas cearenses tenham feito a pesquisa no Google, afinal isso é hábito na profissão. Mas, na falta de confirmação, preferiram dar o benefício da dúvida e publicar a nota, afinal a fonte construiu uma relação de confiança ao longo de anos e centenas de releases verdadeiros. Não havia razão para duvidar.
Um corpo é um corpo é um corpo, e seu entorno um entornar de corpos...quem adentra quem? Um lançar-se do oco ao todo disposto a expor a torta falta...que gesto então seria mais sutil do que dar a terra seu refinado pó um caminho mais fecundo que o dialogo de formas.O corpo-voz de Yuri entoa uma toada viceral,uma armadilha para apreguiça dos olhos procurando a facilidade das salas de revista...como um verdadeiro exu ele circula dentro e fora do eixo,saravá!!!
Posted by: Benjamin Abras at abril 4, 2006 10:49 AMVocês não sabem da missa a metade.
O cara sabotou a imprensa, apropriando-se de postulados caros como a ética, alguém aí sabe o que é isso?
Usou a assessoria de imprensa para ratificar toda a história.
Burlou-se a confiança com uma instituição, o centro Dragão do Mar.
os jornalistas pesquisaram, mas atribuíram a ausência do nome ao fato de ser um artista novo, conforme garantido pela assessoria quando questionada sobre isso.
Gente, acordem, esse tipo de "ousadia" só colou porque foi respaldada por várias frentes. Queria ver ele fazer isso sem esse apoio todo.