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outubro 28, 2004
MASP PEDE SOCORRO!
MASP PEDE SOCORRO!
triste desmantelamento da arte
Sexta-feira, 29 de outubro de 2004, início 15h30
Ato protesto no vão livre do MASP
Propomos um ato de protesto, de intervenção e manifestação contra esta forma autoritária e monárquica de gerir um patrimônio que é público.
Já é tempo de toda classe artística e intelectual exporem abertamente seu modo de ver, seus objetivos, suas tendências, opondo à lenda da máfia cultural.
Convocamos a todos que participem e se posicionem, que assumam suas responsabilidades diante desta grave situação.
Não concordamos com esta gestão e nos opomos a ela. Acreditamos que o problema não se traduz na falta de dinheiro e sim na falta de seriedade e comprometimento com que esta gestão tem administrado este patrimônio nacional.
Pedimos a destituição e a decapitação desta máfia déspota e leiga!!!!!!!
O rei está nu!!!!!!
O DIA DA ELEIÇÃO DE UMA CHAPA SÓ
QUEM CALA CONSENTE
Carta denúncia
Na sexta-feira, dia 29 de outubro, haverá eleição para a escolha da nova diretoria e presidência do MASP. Ao que tudo indica JULIO NEVES, atual presidente do Museu será NOVAMENTE reeleito, ou alguém de sua chapa, já que não existe chapa em oposição.
O Museu de Arte de São Paulo, assim como outras instituições, tal como a Bienal de São Paulo, presidida por Manuel PIres da Costa - diretor do MASP Centro - são dirigidas por déspotas.
DÉSPOTA: "Tirano, opressor, pessoa de tendências dominadoras, aquele que dirige um rebanho de gado miúdo arbitrariamente."
Recentemente denunciamos uma série de irregularidades no Masp, sobre as quais a mídia deu relativa importância ao assunto. O dado estarrecedor é a boa educação e silêncio da classe artística e dos intelectuais. Sabemos que se fala muito sobre o assunto, mas é necessário que se fale muito mais e mais alto !!!
Muitos de nós somos empregados por essas instituições e devemos nos perguntar em que medida fazemos parte de tudo isso. Qual é o nosso poder de intervenção? É necessário dizer que não consentimos. É tempo de compor uma outra história, de atitudes, sem timidez, sem pudor, em voz alta! E imprescindível questionar os modelos institucionais, discutir políticas culturais.
Propomos um debate público, aberto à participação de toda sociedade civil, a classe artística, os intelectuais, o poder público, os produtores culturais e os representantes das instituições culturais. Que seja no vão livre do MASP para que a todos tomem parte na discussão. Sem medo, sem pudor, discutamos! Vamos marcar a data. Debate de rua, desinstitucionalizado.
Balanço dos 10 anos de Presidência Julio Neves no Masp
O prédio
O projeto desenvolvido pelo arquiteto Julio Neves e seu escritório (ETJN - Escritório Técnico Julio Neves) nesses 10 anos em que estão frente à Diretoria do MASP foi a tão comentada revitalização do prédio. Todo o projeto foi aprovado pela Lei Rouanet, o que possibilita o proponente a adquirir recursos das empresas com descontos do imposto de renda, portanto, dinheiro público. Aproximadamente 20 milhões!!! Não houve prestação de contas de R$ 806.672,77, o que impede que a lei seja utilizada para financiar outros projetos do museu.
O prédio tem vários problemas, a grande reforma de Júlio Neves é polêmica e está inacabada.
Bons tempos os de Lina Bo Bardi que certamente não consentiria as intervenções de Júlio Neves em sua obra que é símbolo de liberdade, que evoca a brutalidade dos materiais, dos pisos de pedra mineira (que não existem mais), do concreto, dos vidros, dos cavaletes transparentes das escadas abertas, da transparência.
Lina do vão livre da obra pública, aberta, para todos. Não dos bailes aristocratas-burgueses, da Gala de Julio Neves -
Lina Bo disse certa vez:
"Quis fazer um edifício púbico que tivesse um sentido coletivo para a cidade e não se isolasse, fechado em si mesmo, quis fazer uma coisa nova na direção do povo por isso procurei dar-lhe monumentalidade, pois tudo que se destina a cumprir missão popular deve obedecer a esse critério, que não se pode confundir com pompa nem suntuosidade, mas é um ambiente aberto e agasalhador, um centro de comunhão de alegrias, anseios e esperanças."
LINA BO BARDI E SUA OBRA DEVEM SER PROTEGIDAS.
Política cultural
Julio Neves nunca definiu uma política cultural, não foi sua prioridade. O Masp realiza exposições próprias muito raramente com a ajuda de um curador-colaborador, normalmente recebe exposições cedendo o espaço, ou alugando, em alguns momentos para propostas externas.o MASP não possui um calendário de exposições.
O museu não tem política curatorial. Nos perguntamos então como funciona um museu acéfalo?
Sem a presença de um curador, quem decide o perfil e os conceitos das exposições temporárias, das políticas de aquisições das obras, das pesquisas no acervo é a Diretoria.
E quem conhece a diretoria? Quais são os pensamentos, os embasamentos teóricos, a filosofia da diretoria? Onde estão e o que fazem os sócios do museu? Eles freqüentam o MASP? Conhecem seu acervo e têm consciência de sua importância? Sabemos que a Diretoria e o presidente não trabalham no MASP, têm seus escritórios próprios. Eles aparecem de vez em quando no museu. O MASP é tratado como um prolongamento do escritório de seu presidente (uma das maiores autoridades do museu é a contadora da empresa do presidente);
CONVIDAMOS OS SÓCIOS DO MASP A VISITAR O MASP, A CONHECER SEU FUNCIONAMENTO, SEUS FUNCIONÁRIOS E SUA ROTINA !!
O Acervo
Diante de tudo isso como fica o acervo do MASP, patrimônio cultural, bem público?
As esculturas de Degas e Renoir, a tela de Poussin estão numa situação lastimável - alguém tem visto essas peças? E as cópias que Boucher fez de Veronese?
O acervo do MASP pertence a quem? Ao Brasil ou a diretoria do MASP?
Como são cuidadas e conservadas as obras do acervo do museu - você sabe?
O que dizer a respeito da obra do acervo penhorada? Como se penhora uma obra ou mesmo se cogita o penhor de uma obra que é patrimônio? Como se escolhe uma obra para ser penhorada em um acervo tão rico como o do MASP?
Que museu é esse que tem uma sala vip? Quem é vip? Ticiano, Velázquez e Goya não têm recebido esse tratamento, certamente
O que o Estado faz a respeito? É um bom momento para respostas. A sociedade civil quer saber o que o Estado tem feito a respeito.
Os funcionários
A dívida com o INSS é exorbitante (por volta de 3 milhões).
O INSS é convidado a verificar o compromisso que o museu deveria assumir com seus funcionários e prestadores de serviço, cujos salários recebem mensalmente descontos de 11% e não está sendo repassado.
Em que condições os funcionários do museu trabalham? Como eles são tratados? Quais os vínculos empregatícios que eles têm?
Convites
Convidamos o Ministério do Trabalho a visitar o museu; o IPHAN a cuidar de sua responsabilidade; os bombeiros a verificarem o prédio, treinarem os funcionários que não tem treinamento há anos e a procurar as escadas que estão sempre fechadas; a CIPA a verificar as condições dos trabalhadores e convidamos o Ministério Público a fazer uma intervenção.
Sem maquiagem, sem fantasia, sem intermediários, cara a cara com os técnicos, com os funcionários, com as obras, com as víceras desse museu, olho no olho.
Da eleição
Não existe chapa que faça oposição à de Julio Neves. Isso significa que ela compete com ela mesma. A sociedade civil tem o dever e o direito de propor uma chapa que faça oposição, assim como os funcionários do MASP.
Acreditamos que a eleição deveria ser assistida - quem vota? O presidente tem o apoio dos funcionários? Da classe artística? Dos intelectuais? Da sociedade civil?
EIS OS SÓCIOS QUE VOTARÃO
Adib Domingos Jatene
Aldo Antônio R. Raia
Antônio Carlos de Lima Noronha
Antonio S Gaudeano
Banco Bradesco representado por Jefferson Ricardo Romon
Beatriz Mendes Gonçalvez Pimenta Camargo
Bunge fertilizantes S.A
Carlos Roberto de Abreu Sodré
Cesário Galli Neto
Cotonifício Guilherme Giorgi representado por Guilherme Azevedo Soares Giorgi
Eduardo M. M. de Albuquerque
Emílio Odebrecht
Esther De Figueiredo Ferraz
Giorgio Della Seta
João Brasil Vita
João da Cruz Vicente de Azevedo
João Uchoa Borges
José Roberto Pimentel de Mello
Jovelino Carvalho Mineiro
Julieta Paranhos do Rio Branco
Julio José Franco Neves
Laudo Natel
Luiz de Camargo Aranha Neto
Luiz Pereira Barreto
Luiz Roberto Ortiz Nascimento
Lygia Fagundes Telles
Manuel Octávio P. Pereira Lopes
Marinella Monteiro de Barros
Moacyr Moreira Lima
Octávio Frias de Oliveira
Oswaldo Muller da Silva
Paulo Franco Neves
Paulo José da Costa Junior
Pedro Franco Piva
Plínio Antônio Lion Salles Souto
Rhodia Brasil Ltda. Representada por Paulo Donizete Martinez
Roberto Franco Neves
Rodolfo O Konder
Sabine Lovatelli
Salomão Schvartzmann
Securit S A representada por Maria Cristina Magnelli
Sergio Pinho Melão
Therezinha Maluf
Violeta Jafet
Walter Fontoura
Há quanto tempo você não vai ao MASP?
O mundo das instituições culturais vê-se repentinamente reduzido a um estado de barbárie momentânea.
Propomos a destituição da máfia déspota, leiga que tem como único lema o capital, vamos decapitar o rei !!!
Sociedade civil
Poder Público
Intelectuais
Artistas
Quem cala consente
Nosso e-mail é eteceteras@yahoo.com.br toda a ajuda será muito bem vinda!
é escandaloso o que se passa no MASP e faz muito tempo, que não visito o museu. me nego a por os pés lá. foi a única forma que eu encontrei de mostrar a minha indignação. apoio completamente esta iniciativa.
Posted by: helena pessoa at outubro 29, 2004 10:21 AMSou profesora da PUCSP e sempre fico indignada com qualquer atitude que possa comprometer nosso patrimônio cultural.
Não estou a par do que está ocorrendo no MASP e não sei que são os autores desta notícia. Se são procedentes as denúncias é urgente que se tome providências. Não tenho possibilidade de comparecer ao ato de hoje mas o farei em outras oortunidades caso possa comprovar tais informações. O MASP é sem dúvida um dos mais importantes museus do mundo. Há obras de importância para a humanidade e não só para o povo brasileiro que já seria o suficiente. Como cidadã comum penso que a única forma que temos é realmente de mostrar indignação como o protesto sugerido.
Que a verdade apareça!
Saudações