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maio 11, 2017
Angella Conte na Oswald de Andrade, São Paulo
Angella Conte celebra 20 anos de trajetória com exposição na Oficina Cultural Oswald de Andrade
A Oficina Cultural Oswald de Andrade tem o prazer de apresentar, a partir de 13 de maio, das 15h às 19h, a exposição Terra Nua, da artista paulista Angella Conte. A mostra, que tem curadoria de Agnaldo Farias (ler texto), celebra os 20 anos de produção da artista e contempla trabalhos que narram sua trajetória, incluindo obras importantes para o desenvolvimento de sua linguagem, além de trabalhos inéditos, exibidos pela primeira vez.
Ocupando as duas salas expositivas do espaço, são exibidas esculturas, fotografias, objetos, colagens, e videoinstalações com intuito abordar a heterogênea produção da artista e apresentar questões recorrentes presentes em sua produção, como reflexões acerca da noção de paisagem, do corpo como dispositivo e sua relação com o espaço, assim como questões sócio-políticas. Uma das salas é ocupada com uma videoinstalação inédita de grandes proporções, “Ir e Vir”. A obra é composta por 15 vídeos que registram deslocamentos, (registrados pela artista refazendo estes trajetos que centenas de pessoas fazem diariamente se locomovendo de um ponto ao outro em suas rotinas) questionando a paisagem em seu viés conceitual - memória, deriva, ficção e realidade.
Tendo a memória e o tempo com matéria prima, Angella junta lembranças com objetos e espaços, retraça os mesmos caminhos de diferentes maneiras e cria novas experiências, novos espaços e novos objetos. O trânsito entre arte, realidade e ficção também é abordado nas diversas colagens fotográficas que marcam a pesquisa da artista sobre a imagem. Suas combinações de corte seco, feitos de modo proposital, criam paisagens construídas isentas de ordem cronológica e geografia.
Para Angella, um dos trabalhos mais tocantes em exibição é “Precisou ser Outros” - um pequeno baú engaiolado, que remonta a chegada da família da artista ao Brasil, imigrantes italianos que chegaram no navio Caffaro, em 1891. Seu avô, ao desembarcar, descobre que o baú com pertences da família havia desaparecido. Sem ferramentas de trabalho, documentos e bagagem, a família teve que se aventurar em uma nova realidade, longe daquela que haviam imaginado.
Para 17 de junho, está programado uma conversa com artista e curador, às 15 horas.